Informativo
Técnico Nº. 309
ÚLCERA GÁSTRICA
Sabemos
que por falta de um melhor acompanhamento
técnico nas
granjas, algumas ocorrências de UG, em animais com ou
sem
os sintomas clínicos, e às vezes
com morte súbita, acaba por passar despercebido na
maioria dos casos.
Apesar do diagnostico não ser muito simples,
deveríamos
realizar com mais freqüência exames
anatomopatológicos, não só a
nível de granja, como acompanhar
periodicamente os abates de suínos, das granjas
estudadas, e proceder a
devida necropsia.
Causas
predisponentes à ocorrência de Ulcera Gástrica.
UG..
A erosão
ulcerativa, tem sido notada nos mais diferentes locais do
estômago
dos suínos, mas principalmente na região
esofágica, em pelo menos
65% dos casos, podendo ainda ocorrer nas regiões: fundica
e
pilorica; e observamos a UG em animais de todas
as
idades, com maior incidência entre 4 e 8 meses, mas
em
algumas granjas só observamos a ocorrência em
matrizes e
normalmente em fêmeas de 1°
para o 2° parto; com
idade
média entre 330 a 470
dias.
E mais raramente em reprodutores e matrizes com mais de 5
partos.
Sintomas:
Na forma
hiperaguda, geralmente em animais de
bom
estado nutricional são encontrados
mortos, devido
a uma hemorragia interna
grave no estômago, ocorre com mais
freqüência, na seguinte ordem: em fêmeas no
terço final de
gestação, em alguns casos em
fêmeas lactantes, normalmente no
início da lactação, ou ainda em fêmeas
recém desmamadas; ou em
cevados entre 30 a 50 KG.
Na
forma
subaguda, que em algum tempo também
poderá levar
a morte, a evolução da sintomatologia
pode durar
semanas, os animais afetados permanecem
deitados, apresentam anorexia, mucosas e
pele
pálida, pêlos opacos e
quebradiços, diminuição no ganho
de peso, fezes ressecadas ( cagando em pelotinhas )
fezes encabritadas.
E em boa parte dos animais afetados
podemos constatar a ocorrência de vômitos logo após
ou durante a alimentação.
Na
forma
crônica, normalmente não observamos
nenhum
sintoma característico, apenas perda de peso ate a morte,
e quase
sempre só identificamos o problema nos
abatedouros, ao
se proceder exames das vísceras dos animais
abatidos, devemos
estarmos atentos pois nas fases subaguda e crônica; podemos
observar
hemorragias recidivantes deixando as fezes diarreicas
e
quase sempre com uma coloração escura, ou estrias
vermelho-escura, tipo
massa de tomate misturada às fezes.
A prevalência da UG
é multifatorial e podemos enumerar algumas causas:
Fêmeas
(matrizes) mantidas em baias onde a cama do
piso
das mesmas e de casca de
arroz, e
que eventualmente poderá estar contaminada com restos de
defensivos usados no
tratamento do arroz para evitar infestações de carunchos
e ou traças dos
cereais.
Fêmeas
mantidas em gaiolas de gestação, com
baixo consumo
de água, rações com baixo nível
de fibra; períodos entre os
tratos (arraçoamentos) muito longos, ex.:
fêmeas alimentadas às 7
horas da manhã, no primeiro trato do dia, e o
segundo trato no fim
da tarde por volta de 17 horas, ficando a matriz por
volta
de 10 horas sem se alimentar.
Momento
do trato
(arraçoamento) muito demorado entre o inicio e
o fim, devemos considerar que os
fatores acima
são predisponentes, e tem como causa um stress
exagerado, provocando um aumento da produção de
pepsina e de ácido clorídrico, liberado no estômago
provocando séria irritação
na mucosa gástrica.
Restos
de
ração (azeda/fermentada) nos cochos, o consumo
destas rações também
poderá provocar processos ulcerativos, bem como uso de
ingredientes mofados,
principalmente farelo de trigo.
A
inclusão de
medicamentos (promotores de crescimento/antibióticos) que
são antagônicos,
quando por não se conhecer o que contém no
Premix/Núcleo ou nos Concentrados, que são
utilizados na granja,
acabamos por utilizar outros medicamentos que são
incompatíveis.
Rações
com
granulometria muito fina, milho extremamente moído,
também é um
fator agravante.
Sujeira,
umidade, lotação, sol na baia, cochos mal dimensionados,
bebedouros
insuficiente, água quente; são
fatores altamente
stressantes e predisponentes ao aparecimento da Úlcera
Gástrica.
Tratamento:
Aparecendo
um ou
mais sintomas acima descritos, recomendamos imediatamente o tratamento
com
medicamentos, para tanto consulte o
veterinário que lhe presta assistência
técnica. Existe atualmente no
mercado medicamentos específicos para o controle eficaz das ocorrências da Úlcera
Gástrica em
suínos.
O
controle dos
fatores stressantes, associado a uma ração com uma
granulometria maior, com maior
nível de fibra, e em alguns casos o
uso de verde (capim verde
picado) ou ainda a utilização de Confrei, folhas verdes picadas, mais
ou menos 200 a 300 gramas por dia,
para
cada matriz ou reprodutor do plantel
tem solucionado
definitivamente as ocorrências de UG.