Boletim Técnico nº 5 - Dezembro de 2004

Vantagens do uso de reprodutores genetica mente mel horados

Eng. Agrônomo Renato Irgang

 Universidade Federal de Santa Catarina

        Para ser bem sucedido no seu negócio o suinocultor precisa ter eficiência na produção de seus animais.
        Há diversos fatores que afetam o desempenho econômico de uma criação de suínos, entre eles, a forma como o negócio é administrado, a mão de obra utilizada, a qualidade dos alimentos fornecidos aos animais, o manejo usado na criação, as instalações, o nível sanitário da criação e a qualidade genética dos reprodutores.
        A qualidade genética dos machos e fêmeas do plantei é um fator que pode reduzir custos, aumentar receitas e resultar em ganhos econômicos importantes para o suinocultor. Para exemplificar, consideraremos duas características importantes para quem produz suínos para o abate: conversão alimentar e rendimento de carne.
        Se tomarmos como exemplo que um macho de plantei, em monta natural, serve 20 porcas e que cada porca produz, em média, 2,4leitegadas por ano e 10 suínos comercializados para o abate por leitegada, tem-se, de cada macho, 480 suínos comercializados para o abate por ano. Se a conversão alimentar desses animais, dos 20 kg (saída de creche) aos 100 kg de peso vivo, for de 2,80, significa que consomem 107.520 kg de ração para ganhar 38.400 kg de peso vivo.
        Que impacto no custo de produção podem ter reprodutores machos, de qualidade genética superior, capazes de melhorar a conversão alimentar de seus filhos de 2,80 para 2,60 Kg de ração consumida por kg de ganho em peso, dos 20 aos 100 Kg de peso vivo?Para os 480 suínos ganharem 80 kg de peso vivo, da saída da creche até o abate, a quantidade de ração consumida será reduzida de 107.520 para 99.840 kg, com uma economia de 7.680 Kg de ração e de R$ 3.456,00 macho de plantei, para rações de crescimento e terminação que custam em torno de R$ 0,45 por kg.
        As vantagens do uso de machos de alta qualidade genética não páram por aí. Reprodutores de linhas genéticas selecionadas para melhor conversão alimentar também melhoram o rendimento de carne na carcaça de seus filhos e a receita dos suinocultores. Aumentos de 3 % no rendimento de carne nos animais de abate representam, atualmente, um bônus de aproximadamente 2 % na tipificação de carcaças, o que significa um ganho extra de R$ 5,00 por suíno terminado e um ganho de R$ 2.400,0  480 suínos produzidos para o abate por ano para cada macho de planteI.

        Pode-se esperar, portanto, de machos de alta qualidade genética para conversão alimentar e rendimento de carne, que produzem 480 filhos para o abate por ano:

1. Redução de R$ 3.456,00 no custo da alimentação, dos 20 aos 100 kg de peso vivo. 

2. Aumento de R$ 2.400,00 na receita da tipificação de carcaças.

3. Resultado: R$ 5.856,00 de vantagem econômica por macho de plantei por ano.

        Como mencionado acima, para se obter bom desempenho econômico da produção de suínos, além de se usar reprodutores machos e fêmeas de qualidade genética superior, é importante cuidar de aspectos de limpeza, higiene, instalações, manejo, nutrição, alimentação e gestão da atividade suinícola. Em criações de suínos bem manejadas o investimento em reprodutores de alto valor genético tem retorno garantido.


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