Boletim Técnico 12 - Fevereiro de 2007

Alternativas de reposição de fêmeas e machos de plantel

Eng. Agrônomo Renato Irgang

Universidade Federal de Santa Catarina

 

Produtores de leitões e de suínos para o abate precisam, todos os anos, substituir parte das porcas e cachaços do plantel por leitoas e machos de reposição. As causas da substituição incluem problemas sanitários, de aprumos ou de aparelho mamário, lesões, má condição corporal e baixa produção de leitões ou de leite que podem ocorrer com o avanço da idade dos animais. Nesses casos as taxas de reposição anual podem variar de 30 a 40 % das fêmeas e de 40 a 50 % dos machos. Em outros casos o produtor objetiva melhorar os índices zootécnicos da granja, o que torna necessário renovar parte ou todo o seu plantel com reprodutores de melhor qualidade genética.

 

Sempre que se substituem reprodutores suínos, que se renova ou que se forma um novo plantel, deve-se aproveitar a oportunidade para usufruir dos ganhos obtidos pelo melhoramento genético, evitando-se riscos sanitários. Para isso os animais de reposição ou que irão formar o novo plantel devem ser oriundos de granjas com Certificação Sanitária, que têm variabilidade genética e programas de seleção e de produção de híbridos bem orientados, e capacidade para fornecer os reprodutores que melhor irão atender as necessidades de mercado de seus clientes, os suinocultores.

 

Os animais de reposição ou para formação de plantel

 

Machos e fêmeas de reposição ou para formação de plantel devem ser híbridos de raças e linhas genéticas selecionadas para características de grande valor econômico. Esses animais apresentam heterose ou vigor híbrido e capacidade combinatória que resulta em excelente habilidade reprodutiva, leiteira e materna das porcas e em alta eficiência reprodutiva dos machos. Quando usados em cruzamentos bem orientados produzem grande número de leitões por leitegada, leitões pesados ao nascer e ao desmame, e suínos precoces, com ótima conversão alimentar e alto rendimento de carne ao abate.

 

A reposição ou formação de plantel com animais híbridos pode ser feita de duas formas:

 

1. Adquirindo-se leitoas F-1 e machos híbridos de granjas de melhoramento genético. Para cada 100 matrizes de plantel em monta natural são necessários 30 a 40 fêmeas F-1 e 2 machos de reposição por ano. Os animais devem ser adquiridos com 5 meses de idade. Entre 7 e 8 meses de idade devem ser acasalados e com 11 a 12 meses de idade devem produzir sua primeira leitegada. Portanto, a primeira renda da produção desses animais será obtida 8, 9 ou 12 meses após a sua compra, dependendo se o produtor comercializa leitões desmamados ou em final de creche, ou suínos de abate para o mercado.

 

2. Adquirindo-se fêmeas e machos avôs, para produção própria de fêmeas F-1, e machos híbridos de granjas de melhoramento genético. Para cada 100 matrizes F-1 de plantel será necessário adquirir 6 a 7 fêmeas avós de uma raça, por exemplo Landrace, com 5 meses de idade, contando-se que cada fêmea avó irá produzir 6 fêmeas F-1 selecionadas por ano, e um macho avô de raça diferente das fêmeas avós para a produção das fêmeas F-1, no caso Large White ou Duroc, e 2 machos híbridos de reposição por ano para acasalar as matrizes F-1.

 

O primeiro sistema tem como vantagens a rápida substituição dos reprodutores descartados e obtenção de renda com os animais adquiridos, e, como um possível contraponto, o curto período de tempo para adaptação dos animais às novas condições de criação.

 

As vantagens do segundo sistema são a aquisição de menor número de animais de reposição e o menor investimento em reprodutores, a adaptação das fêmeas F-1 às condições de manejo e sanidade em que irão produzir, pois serão criadas na própria granja, e a escolha das fêmeas F-1 de reposição, que será feita de acordo com os critérios de seleção do suinocultor. Os contrapontos desse sistema são o maior custo por fêmea e macho da geração de avós, o custo de produção das fêmeas F-1 até os 5 meses de idade, e o maior tempo necessário até que os primeiros produtos das matrizes F-1 alcancem o mercado, nesse caso de mais um ano.

 

As vantagens e os contrapontos de cada sistema devem ser considerados pelo suinocultor para tomar a decisão que lhe seja mais conveniente. Independente, porém, do sistema adotado para reposição ou para formação de um novo plantel, é importante seguir os procedimentos de manejo recomendados pelo fornecedor para os animais recém adquiridos, alojá-los em baias isoladas, distantes o mais próximo possível da criação e de outros criatórios, e utilizar práticas de manejo sanitário recomendadas por Médico Veterinário para assegurar a boa adaptação dos animais.


<--Voltar