Boletim Técnico 15 – Maio de 2008

O Produtor de Suínos Independente

Eng. Agrônomo Renato Irgang

  Universidade Federal de Santa Catarina

Alcides Antônio Miotto

Biriba´s Genética de Suínos

 

A suinocultura moderna permite ao produtor de suínos atuar no mercado de produção de carne e de alimentos derivados da carne de forma independente ou atrelado a uma cooperativa ou agroindústria.

 

Características do produtor independente de suínos

O suinocultor independente se caracteriza por ser produtor de leitões ou de suínos terminados para o abate. As decisões técnicas, de administração e de gestão de sua propriedade são de sua escolha e responsabilidade. Diversos aspectos tornam a sua atividade vantajosa, tais como:

- produção própria de milho e insumos para criação dos animais, agregando valor à produção;

- compra de farelo de soja, farinha de carne e ossos, rações, núcleos, aditivos vitamínico-minerais, vacinas, medicamentos, etc., de fornecedores de sua escolha, no momento que mais lhe convier e de quem lhe fizer a melhor oferta;

- uso de alimentos alternativos, tais como silagem de grão úmido de milho, soja integral tostada, mandioca e outros, com o objetivo de reduzir custos de produção;

- uso de assistência técnica de sua escolha;

- produção própria ou aquisição de fêmeas de reposição do plantel e compra de machos híbridos;

- destino dos dejetos para lavoura própria ou arrendada;

- poder atender mercados e ocasiões especiais com leitões desmamados ou com 10, 15, 20 ou 25 kg, e consumidores mais exigentes com cortes nobres especiais, agregando valor ao seu produto;

- escolha do peso de abate, forma de comercialização e frigorífico para a venda de sua produção;

- abate próprio e venda de produtos suínos (carne, salame, lingüiças, torresmo, presunto, etc.;

- renda semanal, quinzenal ou mensal, dependendo da programação da produção e das vendas.

 

Aspectos importantes de ingredientes para rações, reprodutores e dejetos

Para garantir o abastecimento de ração a custos baixos, obter bons resultados de desempenho dos animais e assegurar o lucro do seu negócio, o suinocultor independente deve considerar fatores como:

- o milho é responsável por 50 a 55 % do custo total da produção dos suínos, e pode ser fornecido aos animais na ração na forma de grão moído ou de silagem de grão úmido;

- para criar os suínos de cada 100 porcas até o abate são necessários 80 a 100 hectares de milho;

- o farelo de soja representa 10 a 15 % dos custos de produção de suínos;

- o milho deve ser cultivado em sucessão com a lavoura de soja em terra própria ou arrendada;

- os grãos de soja podem ser tostados na propriedade, moídos e misturados ao milho no preparo das rações, evitando-se gastos com transporte da soja e com o retorno do farelo à propriedade;

- os dejetos dos suínos podem ser transformados em biogás e usados como adubo para recuperar a matéria orgânica do solo, fornecer nutrientes para as plantas e reduzir os riscos de poluição ambiental;

- a qualidade genética dos machos e fêmeas de plantel é responsável por 30 % das diferenças nos resultados de desempenho dos animais;

- machos de reposição do plantel podem ser adquiridos no mercado;

- fêmeas de reposição do plantel podem ser adquiridas no mercado ou produzidas na própria granja, com machos e fêmeas de raças puras adquiridos de empresas de melhoramento genético de suínos. 

 

Aspectos importantes do mercado de venda dos suínos de abate

Os suinocultores independentes devem sempre saber com certeza e segurança para quem irão comercializar sua produção, e qual o peso ótimo de abate de seus animais.

Um bom critério para decidir com que peso os suínos devem ser vendidos para abate é a relação entre o valor em R$ do kg de milho em grão e o valor em R$ do kg de suíno vivo. Quando 1 kg de suíno vivo vale 5 a 6 kg de milho em grão recomenda-se vender os suínos para o abate com 85 a 90 kg de peso vivo; quando essa relação é de 7 a 8 kg de milho por 1 kg de suíno vivo o peso de venda dos suínos pode ser aumentado para 100 a 110 kg, e quando a relação é de 9 a 10 kg de milho por 1 kg de suíno vivo recomenda-se vender os animais para o abate com mais de 110 kg de peso vivo.

A observação dessa relação irá proporcionar retornos líquidos satisfatórios para os suinocultores independentes.


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