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Boletim Técnico nº 21 - Setembro de 2012 |
Os
ganhos da genética em suinocultura |
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Eng.
Agrônomo Renato Irgang |
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Antônio Carlos Machado da Rosa |
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Universidade
Federal de Santa Catarina |
Renato Irgang
Antônio Carlos Machado da Rosa
Universidade Federal
de Santa Catarina
O retorno econômico da produção de
suínos depende do rendimento dos animais e das condições do mercado. O
desempenho dos animais, nas diferentes fases do ciclo de produção, é
influenciado pela forma como são criados e alimentados, entre outros fatores, e
pela genética dos machos e fêmeas do plantel de reprodutores.
Uma das questões importantes,
relacionadas a genética, é a herdabilidade,
que é um termo usado para descrever o quanto das diferenças entre os animais se
deve a sua herança. Por exemplo, quanto maior a herdabilidade
de uma característica, como o ganho de peso diário, mais as diferenças na taxa
de crescimento observadas entre os animais são determinadas pela sua herança
genética.
O número de leitões nascidos por
leitegada tem herdabilidade baixa, em torno de 10%,
mas mesmo assim é possível obter animais de alto valor genético para prolificidade. Alguns componentes determinantes do número
de leitões nascidos, como a taxa ovulatória, têm herdabilidade média para alta, em torno de 30%, sugerindo
que existe bastante variação genética na característica, sendo possível
aumentá-la com certa facilidade por seleção. No entanto, para produzir
leitegadas grandes e viáveis, é necessário que fêmeas com altas taxas ovulatória tenham tamanho de útero que permita manter vivos
os embriões e o seu desenvolvimento ao longo da gestação. É necessário também
que haja alimentação adequada para que o desenvolvimento do útero tenha uma boa
irrigação sanguínea. Isto pode ser observado na placenta, após o final do
parto. Esta boa vascularização permite às fêmeas parirem o maior número
possível de leitões com peso em torno de
As características de ganho de peso
diário (GPD) e de conversão alimentar (CA) têm herdabilidade
de
É inegável que grandes mudanças
ocorreram nos últimos 20 anos na capacidade de produção dos suínos. Alguns
exemplos que mais se evidenciam na produção comercial são:
- o número de leitões nascidos por
leitegada passou de 10-11 para 12-14, e a produtividade de leitões por porca pode
alcançar e até superar 30 leitões nascidos por ano no lugar de
- o número de tetos, antes restrito a 6 pares, hoje alcança
- a taxa de crescimento permite o abate de suínos com 110 ou
- a conversão alimentar de animais em crescimento e
terminação desceu do patamar de 3,0 para o nível de
- o rendimento de carne nas carcaças passou de 50 para 60%.
Grande parte dessas mudanças se deve
aos ganhos por seleção e pelos cruzamentos dirigidos em programas de
melhoramento genético de suínos. Animais criados em condições inadequadas de
manejo podem não expressar todo o seu potencial genético. Aproveitar as vantagens do melhoramento genético é sempre
recomendável, independente das condições do mercado.