SUINOCULTURA
S.O.S. Suínos
Informativo Técnico 08
ARTRITE
Com o desenvolvimento da suinocultura, passando a utilizar cada vez mais o sistema de confinamento total, em todas as fases, com uma densidade populacional cada vez maior, (maior nível de contaminação); com a utilização de pisos de concreto, é evidente que algumas ocorrências, que não se observavam à alguns anos atrás nas criações extensivas, passaram a ter importância na atualidade, enfocaremos hoje neste informativo técnico a ocorrência da artrite, que podemos definir como uma inflamação intra-articular, que normalmente afeta suínos de todas as idades, sendo que normalmente descartamos matrizes e ou machos de boa produtividade e alto custo de reposição, no meio da sua vida útil, de bom índice genético com problemas de artrite e que seguramente foram contaminados, quando leitões, ainda na fase de lactantes. Considerar ainda o numero de animais afetados nas granjas comerciais e que certamente terão problemas de desempenho (refugos) mortes, ou devendo ser vendidos (abatidos) novos, mais leves devido às contaminações.
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Os principais agentes contaminantes nos processos infecciosos, causadores da artrite, são: Streptococcus sp, Staphylococcus sp, Corynebacterium pyogenes, Escherichia coli, Pasteurella multocida entre outros agentes.
A contaminação ocorre nos primeiros dias de vida dos leitões, na fase de maternidade, e em alguns casos ocorre na creche, onde baias com pisos extremamente ásperos, molhados, pisos compactos e ou ripados mantidos sujos, (fezes da matriz e dos leitões), e ainda quando as fêmeas (matrizes) estão com baixa produção de leite, o que aumenta significativamente o desespero dos leitões para mamarem, e consequentemente o atrito da região das articulações intercarpiana com o piso, provocam lesões que são portas abertas para contaminações com as bactérias já citadas que estão presentes em ambientes sujos, mal desinfetados. Nos leitões novos, esta região (articulações) têm a pele muito sensível, o que facilita as lesões.
Os fatores predisponentes, ainda podem ser: corte de dentes mal feitos, alicates sujos, mal desinfetados, sem corte (mascando), promovendo um esmagamento nos dentes, abalando o dente e o alvéolo na gengiva, deixando uma porta aberta para entrada de bactérias.
O corte de umbigo sem a devida assepsia, ou cortado muito comprido (arrastando pelo piso da baia), e sem a devida desinfeção, da mesma forma o corte da cauda, cortado muito curta, provocando sangramento, e sem ter feito uma boa desinfeção; para o corte de cauda o ideal seria um ferro de soldar (elétrico) que ao cortar já promove a cauterização.
As áreas afetadas apresentam-se inflamadas, com articulações (juntas) inchadas, com volume aumentado, com presença de exsudato, que pode ser seroso, sanguinolento, seropurulento e ou purulento, os animais apresentam-se com andar difícil, claudicante, andando como se estivessem com as pernas engessadas, apresentam desenvolvimento retardado, as vezes perda de peso, inapetência, e ainda temperatura elevada, mas o grande comprometimento das artrites, dependendo do agente causador, são as complicações secundarias, como: pneumonia, onfalite, endocardite, e outras; reprodutores podem ainda apresentar impotência coeundi.
Devemos procurar melhorar ao máximo a limpeza, higiene, desinfeção, e vazio sanitário; nos ambientes da granja principalmente nas áreas de maternidade e creche, os pisos devem ser mantidos secos, não devem ser áspero, e nem muito liso, recomendamos a utilização de tapetes de borracha, carpete e ou ainda usar um saco de estopa forrando o chão da baia de maternidade, e sempre que os leitões forem mamar colocar este saco no piso para que os leitões ao mamarem não esfolem as juntas das mãos; este procedimento tem ótima aplicação, principalmente se for bem utilizado nas duas primeiras semanas de idade dos leitões, considerar ainda que nos primeiros dias de idade os animais tem pouca mobilidade e dificuldade para se manterem em pé, com a utilização desta prática, além de diminuirmos substancialmente as ocorrências de artrites, certamente diminuiremos a incidência de animais com problemas de pernas abertas (splay-leg) sempre que as nossas baias de maternidade forem com piso totalmente compacto, e permitirem a utilização de cama, ( casca de arroz, palha de arroz, feijão, serragem e ou sepilho de madeira, maravalha); devemos usar a cama, e mante-la sempre limpa, seca trocando sempre que estiver suja e ou molhada; devemos observar a lotação de animais em cada fase, e estarmos atentos a produção de leite pelas matrizes, medicarmos os animais afetados, realizando uma punção no local, promover uma boa assepsia e aplicar um antibiótico injetável .
