S.O.S. Suínos

SUINOCULTURA

Informativo Técnico N· 103

Problemas do pós-parto. (MMA)

Os problemas do pós-parto na fêmea suína revestem-se de grande importância, principalmente pela variedade de sintomas e grau de severidade com que se manifestam, bem como pelo impacto econômico que causam na produtividade do rebanho.

Diversas denominações são utilizadas para esses problemas, sendo a mais usada tecnicamente a de Síndrome ou Complexo MMA (Mamite-Metrite-Agalaxia), conhecida mais popularmente como corrimento vulvar ou febre do leite. Em geral, o problema tem início de 1 a 3 dias após o parto, com ocorrência de febre, redução na produção de leite e com corrimento ou descarga vulvar purulenta, de coloração variável, mas normalmente amarelo escuro (cremoso) tipo maionese, e geralmente com mau cheiro. De acordo com a gravidade, o corrimento pode ser em grande quantidade, sendo facilmente observado no momento da amamentação. Em decorrência da falta de leite (agalaxia), são observados leitões com fome, que ficam fracos, impacientes pela baia, fuçando as fezes da mãe, procurando comida, e a mortalidade pode chegar de 50 a 100% de uma leitegada. É importante não confundir com corrimento normal pós-parto, que observamos também neste período entre o 2· e o 5· após o parto, mas que não tem cheiro.

Os sintomas mais seguros para a identificação dos problemas pós-parto são:

  • * Febre acima de 39.9·C.
  • * Diminuição ou falta de apetite (anorexia).
  • * Diminuição ou falta de leite (leitões manifestando fome).
  • A severidade e a incidência do problema variam entre granjas e a sua ocorrência pode ser estimada entre 3 e 15% das matrizes paridas. A MMA pode ser provocada por diversos agentes patogênicos que normalmente estão presentes nas fezes das matrizes, e que em condições de higiene inadequada, penetram pela vagina e provocam infecção na bexiga e/ou útero. Entretanto, existem alguns fatores que tornam as fêmeas mais susceptíveis ao problema pós-parto.

    As Nutrizes com maior probabilidade de apresentarem o complexo MMA são.:

  • * As fêmeas mais velhas (acima do 5· parto).
  • * Aquelas cuja duração do parto é acima de 5 horas.
  • * Portadoras de infecções urinárias.
  • * Aquelas que sofreram intervenção manual no parto.
  • * Fêmeas com leitegada grande (acima de 13 leitões).
  • * Fêmeas mantidas gordas (acima do peso normal).
  • * Fêmeas com pouca atividade física.
  • * Matrizes com problemas nos cascos.
  • * Fêmeas sentadas constantemente (cão sentado).
  • É importante ressaltar que esses fatores predisponentes nem sempre contribuem de modo simultâneo para o aparecimento da doença. Cada granja tem suas particularidades quanto as condições de alimentação, genética, higiene, nível sanitário, grau de imunidade do plantel e manejo dos animais; as quais concorrerão facilitando ou não a ocorrência desses problemas. Dentro de cada rebanho (granja), existe ainda o fator individual, e cada matriz poderá reagir de maneira diferente frente aos fatores de risco.

    Medidas preventivas:

    A) Diretamente tomadas pelo produtor.

    * Melhorar a higiene e limpeza da baia (limpar 3 a 4 vezes ao dia), pelo menos; principalmente nos 5 dias antes e após o parto.

    * Manejar as matrizes em lotes semanais de parição e promover um vazio sanitário das instalações de maternidade, de pelo menos 3 a 4 dias.

    * Lavar muito bem cada matriz antes da entrada na maternidade.

    * Reduzir a ração oferecida desde o 4· dia antes do parto, gradativamente, por volta de 0,5 Kg dia chegando no dia do parto a fêmea deverá estar comendo por volta de 0,5 kg de ração.

    * Oferecer rações com níveis adequados de fibra.

    * Adicionar uma colher (30 gramas) de Sal de Glauber/dia na ração individual da matriz, do 4· dia antes do parto ate o 4· dia após a parição.

    * Um dia após o parto oferecer por volta de 2 a 2.5 kg de ração para a matriz, divididos em 2 a 3 tratos dia.

    * Aumentar gradativamente a oferta de ração pós parto. Por volta de 0,5 kg dia até por volta do 6· dia depois da parição quando a matriz deverá estar comendo por dia, aproximadamente 5 a 6 kg de ração lactação em pelo menos 4 a 5 tratos por dia/noite.

    * Adicionar 3 kg de cloreto de amônia/ton. de ração, 5 dias antes e após o parto (prevenção de cistite).

    B) Para serem tomadas sob acompanhamento veterinário.

    * Indução do parto aos 112 dias de gestação com luteolíticos.

    * Vacinar as matrizes contra colibacilose, (uma dose) aos 100 dias de gestação. No caso de leitoas (primíparas) vacinar aos 70 dias de gestação (uma dose) e repetir aos 100 dias de gestação a (segunda dose).

    * Usar um antimicrobiano injetável de longa ação: 1 dose no dia do parto, ou um antimicrobiano via oral, 2 dias antes e 2 dias após o parto.

    Observações:

    * Consulte o seu Veterinário (assistente técnico) para orientar no tratamento das matrizes afetadas.

    * Iniciar o tratamento tão logo forem observados os primeiros sintomas.

    * Quando a temperatura retal ultrapassar 39.9·C (6 horas após o parto) temos um sintoma importante sinalizando o início do problema.

    Caso a granja tenha alta incidência de MMA (mais de 10% das fêmeas paridas), é necessário uma avaliação global do rebanho por um especialista em sanidade suína para identificar as causas e corrigir os fatores predisponentes e elaborar uma estratégia de controle.

    sossuinos@uol.com.br


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