Informativo Técnico Nº. 104
Autor : César Valandro – Médico Veterinário.
Definição:
Doença entérica que acomete os leitões, principalmente entre
Os leitões mais velhos e animais adultos atuam como portadores. As possíveis
fontes de infecção são as fezes dos leitões infectados de lotes anteriores que
permanecem nas baias, e as fezes da própria matriz infectada. A doença pode
persistir no plantel por várias semanas ou meses, quando se utiliza um sistema
de manejo contínuo.
Ocorre com maior freqüência nos períodos mais quentes e úmidos, pois
temperatura e umidade elevadas favorecem a esporulação dos oocistos, que
permanecem durante muito tempo no meio ambiente e são
resistentes a maioria dos desinfetantes utilizados. Sua permanência viável no
solo chega até a 15 meses em temperatura de
Via de Infecção
A via de infecção pode acontecer nos primeiros dias de vida do leitão, sendo os
oocistos esporulados ingeridos pelos leitões através
de fezes infectadas,instalações e alimentos
contaminados. Após
Idade Afetada
A coccidiose afeta principalmente leitões em
amamentação
Imunidade
As observações a campo e alguns resultados de estudos experimentais nos levam a
conclusão que os leitões desenvolvem resistência à isospora
suis com a idade.
Importância econômica
Os oocistos danificam a mucosa intestinal prejudicando a absorção dos
nutrientes da dieta, isto resulta em:
-baixo ganho de peso;
-conversão alimentar comprometida;
-predisposição a outras doenças infecto contagiosas;
-aumento da taxa de refugos;
-aumento da taxa de mortalidade.
Por se tratar de uma infecção extremamente contagiosa é necessário um controle
permanente da coccidiose, utilizando anticoccidiano de forma preventiva, alem da adoção de
medidas de higiene e manejo.
Sinais Clínicos
Ocorre alteração fecal que varia desde uma diarréia pastosa esbranquiçada até
uma mais líquida amarelada que é mais comum em leitões de sete a onze dias de
idade.
Os leitões afetados apresentam:
-desidratação;
-perda de brilho e engrossamento dos pêlos;
-redução no ganho de peso;
-alta morbidade;
-mortalidade moderada, mas que pode ser alta quando associado a outro agente
bacteriano como colibacilose, rotavirose
e clostridiose.
Existe estudo que isospora suis pode causar diarréia
em leitões de desmame entre
Outros sinais importantes é a baixa resposta ao tratamento com antibióticos.
Diagnóstico
Através dos seguintes sinais:
-idade dos animais afetados;
-baixa resposta ao uso de antibióticos;
-presença de oocistos nas fezes (exame laboratorial);
-diagnóstico diferencial com clostridiose, rotavirose e colibacilose.
Medidas de Controle
Trabalhar com sistema todos dentro todos fora.
Vazio sanitário mínimo cinco dias.
Limpeza rigorosa nas salas de maternidade diariamente.
Uso de material independente para cada sala.
As fêmeas devem entrar limpas na maternidade.
Aplicar ivermectina nos 100 dias de gestação.
Usar um detergente de preferência orgânico (Biobom)
Desinfecção á base de Amônia Quaternária.
Lavar a sala com 65°c durante 15 minutos.
Passar lança chama.
Manter celas parideiras e escamoteadores secos.
Utilizar piso sólido de concreto. Piso vazado ou de madeira impossibilitam uma
adequada desinfecção favorecendo a permanência do coccídeo.
Evitar contato de fezes com alimentos e água.
Realizar controle de moscas, pássaros e roedores que podem disseminar oocistos
entre as baias.
O leite da porca não transmite imunidade aos leitões, mas os leitões
desenvolvem forte imunidade após a infecção e resistem a reinfecção.
Usar anticoccidiano como preventivo ao 3-4 dias de
vida.
Tratamento
Medicação dos leitões, via oral, com toltrazuril
20mg/kg no 3 ou 4 dia de vida. Se houver necessidade
repetir entre o 7 ou 8 dia de vida. O grande segredo
para evitar perdas é a prevenção com o uso de anticoccidiano.