Suinocultura

S.O.S.SUÍNOS

Informativo Técnico nº 11

Mortalidade de leitões.

Os prejuízos ocasionados, pelas diversas causas de mortalidade de leitões antes do desmame são muito expressivas, e podem ser estimadas seguramente sem grandes erros em mais de 20% dos nascidos vivos, e pelo menos 80% destas mortes ocorrem na primeira semana de vida. É neste período que devem se concentrar os maiores cuidados, pois o bom ou mal desempenho de uma suinocultura, depende quase inteiramente do número e da vitalidade dos leitões nascidos e que chegam ao abate.

As causas que levam a morte dos leitões foram divididas em quatro grupos:

Físicas:

As causas abaixo se destacam das demais, pelo grande número de mortes que ocasionam nos primeiros dias de vida.

Mortalidade peri-natal:

Não é raro que mesmo em partos considerados normais e em matrizes livres de doenças infecto-contagiosas como: brucelose, leptospirose, parvovirose etc..., ocorra um ou mais natimortos; às vezes, fetos mumificados ou mortos durante o trabalho de parto por asfixia, falha inicial do mecanismo cárdio-respiratório, falta de atendimento durante o parto, distocia ou carência nutricional da matriz.

Esmagados pela matriz:

É um tipo de acidente freqüente nos primeiros dias pós parto, influenciado principalmente por: Alojamento da matriz, o uso de gaiolas de maternidades adequadas, bem dimensionadas, com protetores dos leitões, diminui significativamente o número de leitões mortos. Temperatura inadequada no ambiente, creep, muito frio ou muito quente, sujos, mijados , cagados, molhados; fazem com que os leitões permaneçam mais tempo fora do creep e deitados na área da baia, ocorrendo os esmagamentos, Os leitões menores, fracos/leves, com pouca vitalidade deslocam-se com menos rapidez, sendo portanto mais propensos a serem esmagados pela matriz. A idade; uma vez que as matrizes mais velhas, mais pesadas, e mais lentas do que as primíparas ou mais jovens. O caráter, que leva algumas matrizes a serem mais nervosas, irritáveis e pouco cuidado em seus movimentos, provocando os acidentes.

Canibalismo:

É um vício de etiologia não totalmente esclarecida, e pode ser influenciado por deficiências nutricionais, alta temperatura na maternidade, manejo inadequado, e a síndrome M.M.A. (mastite, metrite e agalaxia). Caracteriza-se por um comportamento anormal da matriz em relação ao seus leitões recém nascidos, atacando-os, mordendo-os e em alguns casos devorando-os. Normalmente a aplicação de tranqüilizantes dá bons resultados, se o vício persistir a matriz deve ser substituida.

Inanição:

Deve-se à ausência na absorção do colostro/leite. Ocorre devido a: Agalaxia da matriz, por ser má produtora de leite. Anomalia das tetas e mamas não funcionais. Síndrome M.M.A . Excesso de leitões. Vitalidade diminuída de alguns leitões que são incapazes de mamar adequadamente e inclusive de se manter em pé.

Temperaturas Baixas:

Os leitões recém-nascidos são extremamente sensíveis ao frio. Seu sistema termo-regulador é precário. Não tem gordura de cobertura, e se a temperatura externa é baixa, sua temperatura corpórea cai, esgotando rapidamente as poucas reservas de glicose e levando a um estado de hipoglicemia, principalmente quando a alimentação é insuficiente, chegando a morrer se não for socorrido.

Genéticas:

Dentre estas causas ressaltamos aquelas que consideramos mais freqüentes nas granjas de suínos, e as que causam mais mortes.

Palato Fendido:

Temos observado uma incidência de 0,2% de leitões com este defeito congênito, com ausência total ou parcial do palato, o que dificulta, e em alguns caso impede totalmente ao leitão mamar, sobrevindo a morte em dois ou três dia após o nascimento.

Ausência de Olhos:

Pode ser unilateral ou bilateral, alguns leitões podem sobreviver dependendo da atenção que lhe dispensa o tratador, mas a maioria morre de fome.

Criptorquidismo:

É a dificuldade ou impossibilidade dos testículos descerem da cavidade abdominal e chegarem ao escroto (bolsas testiculares).

Atresia Anal:

É a ausência da abertura anal, e em alguns casos ausência do intestino reto.

Perna Aberta: Observa-se já nas primeiras horas após o nascimento animais com predisposição para membros abertos, podendo ser somente os traseiros, ou os dianteiros e as vezes os dois, estes animais tem muita dificuldade para se locomoverem na baia e normalmente morrem por inanição, pois não conseguem mamar o suficiente para garantir a sua sobrevivência.

A ocorrência provável dos leitões com perna aberta é uma predisposição genética.

Deficiências Nutricionais:

Dentro deste grupo, devemos citar algumas causas como: Anemia Ferropriva, e Paraqueratose.

Anemia Ferropriva: É uma das ocorrências bastante comum e muitas vezes passa despercebido na maioria das granjas, devidos a erros de aplicação de ferro, erros de dosagem, e até por falta de aplicação de ferro.

Paraqueratose: É uma erupção cutânea de caracter agudo ou crônico que em alguns casos pode levar os leitões à morte, pode-se curar espontaneamente ou após alteração da dieta e medicação dos animais doentes. Normalmente ocorre na última semana antes da desmama e ou logo após a desmama, entre a 4 e 8 semanas de idade. Parece ser uma alteração metabólica, em que estão implicados, certos desequilíbrios metabólicos, entre os seguintes minerais e gorduras: cálcio, zinco, e ácidos graxos essenciais.

Patológicas:

Dentro deste grupo se enquadram todas as enfermidades infecto-contagiosas que levam a uma alta mortalidade de todos os animais de diferentes idades, sendo os leitões lactantes os mais afetados, devido a baixa resistência, pouca idade, constituição anatômica. Devido a mortalidade e ao o alto índice de animais refugados, ( baixo peso ao desmame ), causados por problemas patológicos devemos manter uma perfeita higiene e desinfecção das instalações de maternidade. Os principais problemas são: Diarréia Coccidiose, Artrite.

sossuinos@uol.com.br


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