Informativo Técnico Nº. 138

Fitase - SMIZYME

Autor : Ronnie Luiz Dari; Neyre Shiroma. (SALUS.)

POR QUE UTILIZAR FITASE NA NUTRIÇÃO ANIMAL?

 

1. Efeito anti-nutricional do ácido fítico.

1.1. Diminuição da digestibilidade do fósforo (P)

Ácido fítico (mio-inositol hexafosfato, IP6), fórmula molecular: C6H18O24P6, Uma molécula cíclica simples carreando seis fosfatos, teor de P é 28,16%. Os sais do ácido fítico são descritos como fitato. Em ingredientes vegetais, a maior parte do P é encontrado como fósforo fítico. O fósforo na forma de fitato, em geral, não é biodisponível para os animais não ruminantes (aves e suínos) devido à falta da enzima digestiva fitase, que é requerida para separar o fósforo da molécula de fitato.

1.2. Redução da utilização de outros nutrientes

O ácido fítico transporta carga negativa, que pode-se ligar com os nutrientes de carga positiva, formando complexos insolúveis com proteína, amido, aminoácidos e minerais, acarretando diminuição da utilização dos mesmos. O ácido fítico forma compostos estáveis ao se ligar com os ions metálicos, tais como Ca, Mg, Cu, Fe, Mn e Zn, dificultando a digestão e utilização desses ions. O fósforo na forma de fitato não pode ser utilizado pelo animal até que ele seja hidrolisado em fosfato inorgânico no trato gastro intestinal. O ácido fítico também pode se combinar com as enzimas digestivas do animal, tais como amilase, pepsina, tripsina, fosfatase ácida e assim por diante, diminuindo a atividade destas enzimas e a disponibilidade de nutrientes.

Figura 1: Estrutura do fitato, formando complexos com nutrientes da dieta.

Fig 001

2. A maior parte do fósforo das matéria primas de origem vegetal das rações está na forma de fitato. A Tabela 1 mostra o teor de P fítico e proporção de P fítico com o fósforo total nos ingredientes das rações.

Tabela 1. Teor de P fítico em ingredientes das rações

Fig 002

3. Animais não ruminantes como suínos e aves tem falta de fitase, por isso o P fítico em suas dietas passa direto através do sistema digestivo e é excretado. O P fítico não digerido contribui para a poluição ambiental.

4. O fósforo é um nutriente essencial para todos os animais. É crucial para a integridade do esqueleto, crescimento e desempenho. O teor de P em todos os tipos de ingredientes de origem vegetal não é suficiente para satisfazer as exigências dos animais, devido a presença do fitato. Assim, é necessário completar com o P inorgânico (ex. fosfato bicálcico) na dieta para atender o requerimento. Atualmente, as fontes inorgânicas de P (fosfato bicálcico ou fosfato monocálcico) são caras, além de serem fontes não renováveis. Desta forma, as fontes inorgânicas proporcionam o aumento de custo e resultam em poluição do ambiente.

 

QUAL A FUNÇÃO DA FITASE?

1. A fitase é uma fosfatase, que pode hidrolisar as ligações éster do fosfatidilinositol e liberar fósforo a partir de materiais de origem vegetal, aumentando a taxa de utilização do fósforo da dieta. Muitos experimentos mostraram que a disponibilidade do P fítico pode ser melhorada entre 30 a 60% com a utilização de fitase microbiana.

2. A fitase pode destruir os quelatos da estrutura de fitato, liberar os nutrientes como elementos minerais, proteínas e amido e melhorar a sua biodisponibilidade. O inositol resultante da degradação de fitato também é utilizado pelos animais.

3. A suplementação de fitase nas rações pode diminuir a excreção de P total entre 20-40% para frangos de corte, 30-50% para as poedeiras e 35-60% para os suínos.

4. A suplementação da fitase pode reduzir o custo da ração, substituindo a fonte de P inorgânico (ex fosfato bicálcico ou fosfato monocalcico), e também reduz a poluição do meio ambiente causada pelo fósforo das excretas. Durante os últimos 20 anos, a fitase têm atraído considerável atenção para a nutrição, a proteção ambiental e os benefícios econômicos e sociais.

 

BENEFICIOS DA UTILIZAÇÃO DA FITASE?

1. Redução da dose de P inorgânico, como o fosfato bicálcico ou da farinha de carne, redução do custo da ração.

2. Aumento do espaço na fórmula para o ajuste da formulação da ração.

3. Aumento da utilização do amido, da proteína e dos elementos minerais.

4. Redução do nível de P total na ração, da excreção de P nas fezes e redução da poluição ambiental.

5. Melhor desempenho zootécnico do animal.

6. Torna a produção animal uma atividade mais sustentável. Pois reduz o desperdício das fontes de fósforo inorgânico não renováveis.

 

O QUE É O SMIZYME?

SMIZYME é uma fitase bacteriana de última geração derivada de Escherichia coli, produzida pela Beijing Smile Feed Sci &Tech. co.,Ltd, que pode liberar o fósforo contido no fitato, reduzir a excreção de P e reduzir o custo da ração.

 

LINHA DE FITASES SMIZYME?

Tabela 2: Apresentação da linha de fitases Smizyme.

Fig 003

Embalagem: Sacos de 20kg em papel Kraft revestido com polietileno – Fitase Granulada Tambores de 200kg, - fitase líquida.

Armazenagem:Manter em ambiente seco, fresco, ventilado e protegido da luz.

Prazo de validade:Fitase granulada: 12 meses, em embalagem fechada. - Fitase líquida : 6 meses, em embalagem fechada.

 

COMO UTILIZAR A FITASE SMIZYME?

1. Em geral, a adição da fitase SMIZYME nas rações, pode liberar 0,1 a 0,12% P disponível para suínos , aves de postura ou aves de corte, o que significa a redução de aproximadamente 5,5 a 6,5 kg fosfato bicálcico (18,5% P) , podendo variar de acordo com a dosagem de fitase, diferentes idades dos animais, tipo e qualidade dos fosfatos, fontes de fósforo, tipo de ingredientes, conteúdo do fósforo fítico nos ingredientes etc. É importante levar em consideração a quantidade de substrato para a fitase.

2. A fitase pode liberar não só P mas também outros nutrientes ligados com o ácido fítico. Os chamados efeitos extra-fosfóricos da fitase podem melhorar a disponibilidade de macro e micro minerais e a utilização de proteína, aminoácidos e até mesmo de energia dos ingredientes. Consulte os técnicos da Salus para obter informações sobre a matriz nutricional da linha de fitases Smizyme.

3. Seguir as sugestões de doses apresentadas na Tabela 3.

 

SUGESTÃO DE USO

Tabela 3: Doses recomendadas de Smizyme para as direntes categorias de animais

Fig 004

 

VANTAGENS DO SMIZYME?

1. Smizyme é produzido pela Beijing Smile Feed, empresa com o maior market share na China.

2. Certificados FAMI-QS, ISO9001 e HACCP

3. Fitase termoestável que pode resistir à temperatura de peletização de até 95 ℃

4. Densidade ideal, boa fluidez, facilidade e uniformidade de mistura na ração,

5. Termoestabilidade intrínseca da molécula,

6. Produto microgranulado altamente solúvel.

 

DEFINIÇÃO DA ATIVIDADE DA FITASE SMIZYME?

Uma unidade de fitase (FTU) é definida como a quantidade de enzima que pode liberar um micromol de fósforo inorgânico a partir de 5,0 mmol/L de fitato de sódio em pH 5,5 e temperatura de 37 ℃ em um minuto

Fig 005

Estrutura da Fitase Figura

 

SMIZYME ATUA EM AMPLA FAIXA DE pH

Figura 2: Efeito do pH na atividade da fitase SMIZYME

Fig 006

A curva da Figura 2 indica que a fitase SMIZYME tem elevada atividade em uma gama ampla de pH (2,5 - 6,0). O principal sítio ativo é o estômago (pH = 2 - 3,5) para suínos, papo (pH = 4,5) e moela (pH = 2,6) para aves.

 

SMIZYME MELHORA O DESEMPENHO DOS ANIMAIS

 

RELATÓRIO DE TESTES DA FITASE SMIZYME EM POEDEIRAS

1. Material e métodos:

Local: Laboratório de P&D in Beijing Smile Feed Sci. & Tech. Co., LTD
Período experimental de 60 dias, 15 de junho a 15 de agosto de 2003.

Desenho experimental: 1000 galinhas poedeiras com 25 semanas de idade, linhagem Hy-Line, foram divididas ao acaso em 2 grupos:

- tratamento controle: sem fitase, 0,57% de fósforo total e 0,33% de fósforo disponível;

- tratamento com fitase: 0,42% de fósforo total e 0,18% de fósforo disponível (o fosfato bicálcico foi substituído pela fitase, na dose de 60g/ton).

O consumo de ração de cada poedeira foi de 120g/dia, as poedeiras foram alimentadas 3 vezes ao dia, com água limpa disponível a vontade.

2. Resultados:

Tabela 4: Efeito da fitase no desempenho de poedeiras Hy-Line

Fig 007

3. Conclusão Os resultados indicam que a fitase SMIZYME permitiu a redução de 0,15% de fósforo inorgânico, na dieta de poedeiras, diminuindo o custo da ração e mantendo o peso dos ovos, o percentual de postura e a taxa de conversão alimentar.

 

RELATÓRIO DE TESTE DO USO DA FITASE SMIZYME EM SUÍNOS

1. Material e métodos

Local: Daxing distrito rural em Beijing. Período experimental de 140 dias, 1 de Julho a 17 de Novembro de 2003. Desenho experimental : 60 suínos com 35 dias de idade com peso médio de 11 kg, foram distribuídos aleatóriamente em 2 grupos:

Tabela 5: Tratamentos do experimento com suínos.

Fig 008

No tratamento com fitase, a enzima participou da formulação apenas como fonte de fósforo, substituindo apenas o fostato bicálcico.

Os suínos foram alimentadas com suas respectivas dietas durante 20 semanas. Água e ração foram disponíveis a vontade durante todo o período experimental.

2. Resultados:

Tabela 6: Efeito da fitase sobre o desempenho de suínos.

Fig 009

3. Conclusão Os resultados mostram que SMIZYME permitiu a redução de 0,13; 0,1 e 0,09% de fósforo inorgânico, nas dietas inicial, crescimento e terminação, respectivamente, diminuindo o custo da ração e melhorando o ganho de peso diário e a conversão alimentar.

 

RELATÓRIO EXPERIMENTAL DO USO DA FITASE SMIZYME EM FRANGOS DE CORTE

1. Material e métodos:

Localização: Daxing distrito rural em Beijing
Período experimental de 42 dias, 1 Julho a 11 de Agosto de 2003.
Desenho experimental: 800 pintos de um dia foram divididos aleatoriamente em 2 grupos:

Tabela 7: Tratamentos do experimento com frangos de corte.

Fig 010

Tratamento controle e tratamento com fitase (Fosfato (DCP) foi substituído por fitase exógena, a dosagem utilizada foi de 100g/ton de ração), rações e água potável estavam disponíveis ad libtum.

2. Resultados

Tabela 8: Efeito da fitase na performance de frangos de corte

Fig 011

3. Conclusão

O Smizyme permitiu a redução da inclusão de P inorgânico (0,13% e 0,11%, nas fases inicial e crescimento) e melhorou o ganho de peso diário e a conversão alimentar dos frangos de corte.

 

EXPERIMENTO FRANGOS DE CORTE – FZEA USP

Avaliação de desempenho / Ensaio de digestibilida

1.Material e métodos:

Local : Experimento realizado na FZEA / USP – Pirassununga

Período experimental: 09 de fevereiro a 21 de março 2012

Animal: Frangos de corte Cobb 500 – Machos

Forma Física das rações : Peletizada

Delineamento:
Desempenho e Rendimento de carcaça - 480 aves em Boxes - 4 tratamentos x 8 repetições – 15 aves por repetição (1 a 42d)
Digestibilidade - 320 aves em gaiola 4 tratamentos x 8 repetições – 10 aves por repetição (14 a 21d)

Tabela 9: Tratamento

Fig 012

2. Resultados

Desempenho e Rendimento

Tabela 10Desempenho de frangos de corte no período de 1 a 21 dias

Fig 013

 

Tabela 11Desempenho de frangos de corte no período de 1 a 42 dias

Fig 014

 

Tabela 12 – Rendimento de carcaça aos 45 dias

Fig 015

 

Tabela 13 – Ensaio de Digestibilidade - Retenção de Nutrientes

Fig 016

 

3. Conclusão

O uso do Smizyme TS em dieta peletizada e com baixo nível de fósforo proporcionou a recuperação dos resultados de desempenho, sendo semelhantes ao tratamento controle com níveis normais de fósforo disponível. O uso da fitase não afetou o rendimento da carcaça entre os tratamentos. Para o ensaio de digestibilidade, o uso da fitase proporcionou melhor retenção de cácio e fósforo quando comparados com os tratamentos controle (+ e -)


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