Autor : Werner Meincke.
Sinonímias:
Adenomatose Intestinal,
Enterite Necrótica, Enteropatia Hemorrágica
Proliferativa, Ileíte Regional, Ileíte
Proliferativa, Ileíte Granulomatosa
Regional.
A Ileíte continua sendo problema em muitas
unidades de produção apresentando em muitas situações dificuldades de controle
efetivo em função de sua complexidade. A Lawsonia intracelluraris já está em terceiro lugar no ranking das
bactérias patogênicas mais diagnosticadas ficando atrás apenas da E. coli e Actinobacillus
pleuropneumoniae. Permanece ativa com poder de
infecção nas fezes (
Sinais Clínicos:
Os sinais clínicos mais freqüentes são diarréia e prostração. Na forma sub-clínica constata-se a presença de animais refugos devido
o baixo ganho de peso, ou morte súbita com enterite hemorrágica na forma aguda.
O quadro clínico da forma aguda ou superaguda
dificulta o diagnóstico diferencial de outras infecções entéricas como a
Disenteria suína.
Estudos revelam que a L.Intracellularis é o agente
patogênico encontrado com maior freqüência entre animais de
Um dos aspectos mais importantes da atividade patogênica da L. Intracellularis, é o seu impacto
sobre a mucosa intestinal, especialmente a diminuição e dissolução do muco
intestinal. A doença é transmitida por via oral, através da ingestão de fezes
com a presença do agente e possui um período de incubação de 02 semanas. Uma
vez perdida a integridade da mucosa intestinal por ação da L. Intracellularis abre-se a porta para entrada de outros
agentes como as Brachyspiras e Salmonellas
podendo levar a uma síndrome entérica.
Após a detecção da Ileíte, o perfil sorológico do
rebanho pode ser utilizado para dar uma indicação da dinamicidade da infecção e
com isso facilitar a escolha da estratégia de tratamento e controle da doença.
Os estudos sorológicos até agora realizados permitem concluir que podemos
classificar os principais perfis de Ileíte de acordo
com o grau de exposição ao agente em:
a- Exposição continua em granjas de ciclo
completo que trabalham com fluxo contínuo de produção.
Manifestação precoce da doença
Neste caso a pressão de infecção é alta e tanto o plantel bem como os
leitões são soropositivos para L.Intracellularis.
Neste caso os sinais clínicos normalmente aparecem no final da fase de creche e
início da fase de crescimento. Neste as fêmeas devem ser tratadas durante a
gestação e início da lactação, para impedir a transmissão da bactéria para os
leitões. As leitoas de reposição deverão ser tratadas antes de serem admitidas
no plantel da granja e os animais da fase de crescimento entre nove e onze
semanas de idade e 10 dias antes de qualquer tipo de remoção/movimentação.
b- Baixa exposição ao
agente: Manifestação normal do agente
Ocorre em terminações que trabalham com sistema "todos dentro todos
fora" ou em fluxo continuo em que leitões de
diferentes origens são mesclados. Neste caso a L.Intracellularis
estará presente no ambiente e ou instalações e o status do plantel da granja
será variável. A ocorrência da Ileíte ocorrerá
algumas semanas após a transferência dos animais para os setores de
recria/terminação. A estratégia de controle a ser adotada neste caso deverá
estar baseada na combinação entre a limpeza e desinfecção das instalações
aliado a medicação. A medicação deverá ser administrada por um período de 03
semanas, iniciando imediatamente antes do período de incidência da doença
(histórico da unidade) ou próximo às movimentações previstas.
c- Baixa exposição ao
agente: Manifestação tardia da doença:
Essa é a situação em que normalmente temos a manifestação aguda da doença.
Normalmente são granjas de alta saúde que trabalham com manejo "todos
dentro todos fora". O perfil sorológico irá revelar que o plantel
reprodutivo e os leitões são soronegativos e a ocorrência da doença se
manifesta tardiamente nos animais de terminação. Neste caso teremos leitoas
soronegativas entrando no plantel. O ideal seria testar sorologicamente todas
as fêmeas de reposição. A medicação deverá ser administrada em doses mais
elevadas por um período inicial de uma semana e após conforme a continuidade e
manifestação do quadro clínico. Doses terapêuticas preventivas mais baixas
também podem ser utilizadas de forma rotineira para as fêmeas de reposição.
Uso de drogas:
Tratamento curativo:
Drogas de eleição e doses terapêuticas para tratamentos de choque
(7/10dias).
Tabela 1: Dosagens em PPM (partícula por milhão) das drogas
Tilosina, Tiamulina e Lincomicina no tratamento da Ileíte
levando em consideração o peso vivo dos animais
Tratamento preventivo:
Para tratamentos preventivos, recomenda-se um programa intercalado de 21
dias de administração da droga seguidos de 21 dias de retirada para estimular a
formação de anticorpos. (=84 dias sem Ileíte) Nestes casos
as sugestões de dosagens são as seguintes:
- Tilosina = 100ppm nos primeiros
21 dias, seguido de 40ppm nos próximos 21 dias de tratamento.
- Lincomicina = 44ppm
- Tiamulina = 40ppm nos primeiros
21 dias, seguido de 20ppm nos próximos 21 dias.