Informativo Técnico
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DIAS NÃO PRODUTIVOS.
( D.N.P. ).
A eficiência reprodutiva
de um plantel, é definida pelo número de leitões desmamados por fêmea por
ano (D.F.A.), sendo diretamente influenciado pela percentagem de dias não
produtivos no rebanho, ( D.N.P.).
É considerado como dias não
produtivos ( D.N.P. ), quando a matriz não estiver gestando ou lactando. Existe
uma correlação negativa entre o número de D.N.P. acumulados por fêmea e o número
de partos/fêmea/ano ( P.F.A.), o que indica que a redução nos DNP conduz à
maior eficiência reprodutiva.
A proporção da vida útil que
a fêmea desperdiça em dias não produtivos; gira em torno de 20%, incluem-se
nestes diversos intervalos: entrada da matriz ( admissão); ao plantel até o
primeiro serviço ( cobertura ); admissão-descarte, admissão-morte, desmame-próximo
serviço, desmama-descarte, desmame-morte, serviço-retorno, serviço-aborto,
serviço-detecção de não prenhez, serviço-falha em parir, serviço-descarte,
serviço-morte, detectada vazia-novo serviço, detectada
vazia-descarte, detectada vazia-morte. Como vemos acima temos 15 situações
que podem colaborar para ao dias não produtivos
de um plantel. Os dois maiores
acúmulos de DNP são: no intervalo (ADMISSÃO – PRIMEIRO SERVIÇO ),
que pode corresponder seguramente a um terço dos DNP, acumulados pelo plantel
de reprodução durante o ano. E a situação de ( SERVIÇO – DETECÇÃO DE NÃO
PRENHEZ ) que pode ser responsável por mais um terço dos DNP do rebanho.
Manejo:
O alojamento de um grande número
de leitoas ( marrãs virgens ), para formar grupos de cobertura semanal, é
pratica de rotina nas granjas, muitas vezes,
sem levar em consideração as necessidades de área e lotação, onde a
densidade recomendada é de 1,2 m2 de área útil por animal, e a lotação de
no máximo 6 animais por baia. Assim, quando estes parâmetros são
desrespeitados, podem influenciar negativamente o comportamento sexual com,:
puberdade atrasada, anestro, dificuldade na detecção de estro e aumento do
retorno ao estro ( R.E. ) pós cobertura. Observou-se recentemente que o aumento
da densidade tem uma correlação positiva ao aparecimento do primeiro cio, no
entanto quando a densidade e lotação foram aumentadas, obteve-se diminuição
nos índices de estro, com aumento do anestro, além de aumentar o número de
animais que retornaram ao estro pós-inseminação e ou cobertura.
Trabalhos desenvolvidos mostram
que podem ser obtidos percentuais de 80 a 87% de leitoas em estro num período
de 15 a 20 dias compreendidos da admissão até a manifestação do estro,
quando submetidas a prática de reflexo de tolerância ao macho (RTM).
Entretanto, quando existem falhas no manejo, como o uso de machos não aptos (
idade inferior a 12 meses ), ocorrem atrasos na manifestação do estro.
Com o objetivo de reduzir o acúmulo
de dias não produtivos (D.N.P.), associados a um manejo inadequado das leitoas
de reposição, maior ênfase deve ser dada no desenvolvimento de programas de
condicionamento corporal, específico para leitoas, além da indução hormonal,
como tratamentos com gonadotrofinas exógenas, podem favorecer o desenvolvimento
do aparelho genital.
Estes programas devem assegurar
que as leitoas atinjam a puberdade, com um peso ideal de aproximadamente 100 Kg,
o mais precoce possível.
Das fêmeas descartadas de uma
granja, em torno de 16% são leitoas, sendo as principais causas: puberdade
atrasada, a ausência de sinais de estro ( anestro ), e RE pós cobertura.
Independente do manejo, os DNP podem ser registrados de maneira errada, o que
dificulta a interpretação destes índices, Isto ocorre quando as fêmeas de
reposição são registradas com a datada cobertura, e não no momento em que
entram na granja, não computando o intervalo ( admissão-primeiro serviço )
assim o número de leitões desmamados por fêmea ano ( LD/F/A ), fica
superestimado. Da mesma forma, isto
pode ocorrer quando da remoção de
fêmeas, onde estas são retiradas dos registros quando da opção pelo descarte
e não no momento da saída da fêmea da granja, contribuindo também para
superestimar o número de LD/F/A. ,
Considerar que as vezes cadastramos o descarte da matriz hoje, e a mesma ainda
permanece na granja por mais 15 a 20 dias, comendo ração e ocupando espaço e
mão de obra.
Nutrição:
A eficiência do desempenho
corporal inclui além do crescimento e alimentação utilizada, boa performance
reprodutiva, sendo que a variabilidade encontrada na idade à puberdade, é
baseada no peso, caracterizando o incremento no desenvolvimento reprodutivo. Com
isso pode-se reduzir os DNP na admissão-primeiro serviço, fornecendo uma dieta
que busque aumentar o ganho de peso, favorecendo a maturidade sexual, e
antecipando o momento da primeira cobertura.
A nutrição deve suprir
corretamente as necessidades da leitoa durante as fases de crescimento,
considerando com atenção o efeito de determinadas vitaminas e minerais que
estimulam a atividade e o desenvolvimento do aparelho genital. As vitaminas A,
D3, E, e Selênio, administrados antes do início da puberdade favorecem o
desenvolvimento ao aparelho reprodutivo.
Alguns trabalhos demonstram que
leitoas submetidas a restrição alimentar durante a fase de crescimento, quando
ingeriram maior quantidade de alimento, através do “flushing” (aumento do
aporte energético 14 dias pré cobertura), sofrem mudanças fisiológicas que
resultam em aumento na taxa de
crescimento durante o início do período de acasalamento, diminuindo os DNP e
aumentando a taxa de ovulação, e o número de embriões. Já as leitoas
submetidas ao consumo de ração à vontade durante toda a fase de crescimento,
podem ter sido superalimentadas, atingindo a puberdade mais tarde. Esta pratica
também induz a um aumento das perdas embrionárias ao primeiro serviço.
Genética:
A evolução no desenvolvimento
de novas linhagens híbridas, caracterizada pela alta taxa de crescimento e
menor deposição de gordura corporal, gera alterações na relação tecido
muscular e gorduroso, entretanto pouca atenção tem sido dada na seleção das
características reprodutivas.
A eficiência reprodutiva também
depende da genética utilizada, já que as linhas hiper-prolíficas permitem
aumentar o tamanho da leitegada.
A viabilidade do tamanho do
aparelho genital e a idade esperada para a puberdade dependem da raça e do
indivíduo. Está fortemente
marcada pela seleção a que foi submetida. A manutenção e análise de dados
referentes a produção da granja, possibilitando a identificação dos fatores
limitantes em termos de performance e o ajuste do manejo em função dos riscos
importantes dentro de um sistema de produção.
Existe uma relação importante
entre a dieta fornecida e a genética utilizada na granja, para tanto e de suma
importância à conscientização do produtor na utilização da dieta ideal,
buscando atribuir ao desenvolvimento uma melhor performance reprodutiva com
antecipação da primeira cobertura. Na tabela 1 encontra-se uma recomendação
quanto as quantidades de ração fornecidas a
cada arraçoamento.
Tabela 1 . Alimentação das fêmeas de reposição.
Fase/ idade | 65 a 150 dias | 150 dias – 14 dias pré-serviço |
Tipo de ração | Crescimento | Reposição |
Quantidade (kg) | À vontade | 2,0 a 2,4 Kg dia |
Uma vez que isto tenha sido
atingido, e o ciclo estral seja conhecido as leitoas poderão ser manejadas para
atender as necessidades de cobertura semanais do rebanho, leitoas que respondem
mal ao estímulo para indução da puberdade devem ser eliminadas do plantel o
mais cedo possível, minimizando as perdas econômicas do rebanho.
Geralmente as leitoas podem ser
cobertas e ou inseminadas com idade entre 200 a 220 dias, e com um peso de 120 a
130 Kg com 18mm de espessura de toucinho.
Como diminuir os DNP. ( dias não produtivos
) de um plantel.
De:
Denis Cristiano Reche (*)
Carolina Serret(*)
Gissele Rambo(*)
(*)Integrantes da Fundação
Centro de Agronegócios/Centro de Biotecnologias ( Pigpel) da Universidade
Federal de Pelotas. UFPEL.
Este artigo tem a orientação
de Thomaz Lucia Junior e Marcio Nunes Correia.