SUINOCULTURA

S.O.S. Suínos

Informativo Técnico nº 20

Repetição de Cio.

Temos observado em boa parte das granjas um índice de retorno de cio entre 8 e 9% das fêmeas cobertas, o que é considerado normal dentro dos padrões brasileiros, mas eventualmente encontramos suinoculturas com taxas de retorno de cio de mais de 25%, o que evidencia alguns problemas.

Fatores predisponentes para retornos de cio observados à intervalos regulares entre 17 e 24 dias:

* Brigas: causadas pelo reagrupamento de matrizes em baias, normalmente pequenas, onde a disputa pelo espaço, ou por bebedouros ou comedouros, provoca um stress.

* Temperatura ambiental: temperatura acima de 22 a 25 graus poderá ser causadora de um aumento repentino nos índices de Repetição de Cio (R.C.).

* Viroses: Falhas na vacinação, das leitoas do plantel, que recomendamos que sejam vacinadas aos 160 e aos 180 dias de idade contra(Leptospirose/Parvovirose).

* Cobertura de Leitoas muito novas: A prática da cobrição de leitoas antes dos 180 dias e extremamente propenso a um maior retorno de cio, o ideal seria cobrir acima dos 200 dias de idade.

* Micotoxinas: A presença de micotoxinas, nas rações e ou matérias-primas, principalmente Farelo de Trigo, e Milho.

* Coberturas de Matrizes desmamadas com períodos de lactação de menos de 21 dias: Observamos em 3 granjas, com um total de 780 matrizes no Estado de Goiás, em regiões bem diversa dentro do estado, granjas novas, com bom nível tecnológico, com animais vacinados que promovem desmama semi-precoce o seguinte índice:

No período de um mês houveram 177 coberturas.

44 RC de fêmeas desmamadas com 14,97 dias (média) 24,85%

04 RC de fêmeas desmamadas com 21.8 dias (média 2,25%

Podemos observar que taxa de repetição de cio RC foi 27.11% sobre o total de 177 fêmeas cobertas no período, mas o grande problema foram as repetições de cio das matrizes que desmamaram com uma média de 14,97 dias, de lactação, e que foram cobertas em média 11 dias após a desmama, quanto as desmamadas com mais de 21 dias, apresentaram cio pós desmama em média 4 a 5 dias, com um cio muito mais evidente, Devemos esclarecer que destas 177 fêmeas desmamadas, a distribuição ficou desta forma:

92 fêmeas desmamadas com média de 14,97 dias 51.97%

85 fêmeas desmamadas com média de 21,80 dias 48.03%

Demonstra claramente que não havia ocorrido uma involução natural do útero para uma nova concepção.

Excesso de Ração: ( rações com muita energia) nos primeiros 20 dias pós cobertura.

Falta de água: Baixo consumo, ou disponibilidade de água quente nos bebedouros.

Falha nas coberturas: o super-uso de reprodutores, bem como o sub-uso, e ainda reprodutores considerados inférteis, devido a baixa motilidade do sêmen, causados por infecções, ou temperatura ambiente muito elevada, acima de 28 a 30 graus.

Fatores predisponentes, para retorno de cio observados à intervalos irregulares, entre 25 e 60 dias pós cobertura.

Infecções genito-urinárias: Corrimentos, (descargas vulvares), ou ainda Cistite, ocasionadas normalmente devido a higiene deficiente na maternidade e gestação, fêmeas mantidas em gaiolas de gestação/maternidade, muito sujas com contato permanente da vulva com fezes da baia.

Higiene deficiente: no momento da cobertura e ou inseminação artificial.

Infecções específicas: Brucelose, causada pela bactéria Brucella suis, e que tem provocado retorno ao cio entre 35 e 60 dias pós cobertura. Leptospirose, observamos RC entre 30 e 38 dias pós cobertura, normalmente em fêmeas de segunda gestação, que foram infectadas na primeira semana pós cobertura, o que se observa com muita regularidade, são fêmeas parindo entre 1 e 4 leitões; ou ainda abortos nos últimos dias de gestação. Parvovirose, uma virose, que apresenta os seguintes sintomas: fetos mumificados, natimortos, baixo número de leitões por leitegada, pseudo cio, retornos irregulares de cio, fêmeas parindo com 116 ou mais dias de gestação, e normalmente não observamos abortos.

Deveremos manter um bom sistema de controle, dos índices de fertilidade do nosso plantel, estarmos permanentemente atentos a ocorrências anormais, e discutirmos periodicamente com o assistente técnico da nossa granja.

sossuinos@uol.com.br


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