Informativo
Técnico 203
A BEIRA DE UM COLAPSO.
23/10/2002
Os
consumidores devem ficar atentos aos preços das carnes de frango, suína,
bovina e de peixe no comercio varejista, que já apresentaram altas durante o
ano e que podem ter aumentos ainda maiores no próximo ano. Tal panorama é
conseqüência das altas dos preços dos insumos utilizados para produzir a
alimentação doa animais. Por sua vez, as rações tiveram seus valores
reajustados, ocasionando um efeito cascata na cadeia comercial. Esses efeitos são
atribuídos à alta do dólar, que pressionou os custos de produção das
lavouras e abriu um mercado para as exportações de algumas matérias-primas
utilizadas para a fabricação das rações, como é o caso do milho, produto básico
na composição do alimento animal.
Por
ser tão complexa a estrutura de composição de valores, o Sindicato Nacional
da Industria de Alimentação Animal ( SINDIRAÇÕES ), resolveu fazer um
levantamento de preços com o setor, para poder ter uma visão melhor de como o
mercado está se comportando diante da tal conjuntura. O objetivo da entidade é
criar um índice como parâmetro, o Ìndice Geral para os Custos de Fabricação
de Rações. “ As empresas estavam meio perdida, porque não havia um
referencial, e, além disso, quando os preços das rações sobem, as indústrias
são muito pressionadas pelo mercado” , afirma o agrônomo e assessor técnico
do sindicato, José Edson Galvão de França.
Os
Produtores Norte-americanos vão produzir este ano 227,8 milhões de toneladas,
uma redução de 5,68% em relação as 241,5 milhões de toneladas da safra de
2.001.
Já
a Argentina que na safra de 2.001 / 2.002 produziu 14,4 milhões de toneladas,
terá uma redução de 13,2%, passando para 12,5 milhões de toneladas na safra
2.002 / 2.003.
O
levantamento do Sindirações, com 230 empresas associadas em todo o país,
mostra que a saca de 60 Kg de milho vendida à R$. 12,55 na primeira semana de
janeiro de 2.002, na ultima semana de novembro/2.002 chegou a R$. 28,00, com uma
variação de mais de 123% contra uma variação de 38% ocorrida no mesmo período
no ano anterior.
Enquanto
isso, de janeiro a setembro deste ano os valores das rações apresentaram altas
de 29,07% a 30,59%, dependendo da composição. Por exemplo, a produção
destinada para alimentar frangos custava no início do ano R$ 340,00 a tonelada,
passando para R$ 489,78 em setembro, um aumento de 30,59% - a maior alta
registrada entre os alimentos destinados aos animais.
“
O preço do milho influencia significativamente o custo de produção,
principalmente das rações para SUÍNOS E FRANGOS, já que chega a representar
70% da composição”, lembra o assesor técnico do sindicato. Diante dessa
oscilação, explica José Edson, o jeito é fazer alteração no mix básico do
alimento, como por exemplo trocar o milho pelo sorgo, milheto, triguilho,
ou quirera de arroz. “ Mas sem alterar a qualidade” complementa.
A
avaliação sobre o mercado de milho é complexa, mas pelo andar da carruagem,
os preços dos alimentos ao consumidor final podem encerrar o ano e iniciar
2.003 com aumentos significativos. É que as variações nos preços de varejo
foram menores que as das rações.
Em
janeiro deste ano o Kg de frango, custava R$ 1,29. No
final de setembro estava em R$ 1,49 com uma alta de 25,21%. No atacado, o
aumento do frango vivo foi de 9,20% no
mesmo período. O quilo saiu de R$
1,10 para R$ 1,20.
Já a arroba do bovino vivo teve uma variação menor, de 11,92% saindo de R$ 45,57 a arroba em janeiro, para R$ 51,00 no final de setembro.
O
preço do suíno foi o único a ter variação negativa, e a
arroba do animal em pé chegou
a ser vendida por R$ 31,00 em setembro/ 2.002 com mercado frio, enquanto em
janeiro deste ano custava R$. 32,00, ou seja recuou 3,13%. Mas com a aproximação
das festas de final de ano há expectativa de uma reação nos preços.
Redução
de cerca de 10% na produção de milho na safra 2.002/2.003 é atribuída à política
de preços mínimos e a falta de garantia de mercado.
INDÚSTRIA DE RAÇÕES. |
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REFERÊNCIAS | Valores na Primeira Semana de Janeiro/2002 | Valores na Última Semana de Setembro/2002 | Previsão Última Semana de Outubro/2002 | Variação (%) Jan/Out/2002 |
Tipos de produtos | R$ / t. | R$ / t. | R$ / t. | Acumulado No período |
Ração Reprod | 340,28 | 489,78 | 570,72 | 67,76% |
Ração Frango | 378,32 | 545,06 | 629,79 | 66,47% |
Ração Eqüinos | 350,95 | 473,40 | 514,63 | 46,64 |
Ração Peixe 28% | 448,45 | 597,16 | 652,04 | 45,40% |
Ração Gado Leite 20% | 322,45 | 443,76 | 522,48 | 58,93 |
Ração Suíno Engorda | 303,43 | 427,77 | 492,37 | 62,26 |
MATÉRIA – PRIMA BÁSICA | Variação Anual Ano/2001 | Valores na Primeira semana de janeiro 2.002 | Valores na Última Semana de setembro de 2.002 | Variação no Período | |||
Milho Saco 60 kg | 38% | 12,55 | 5,90 | 20,00 | 5,84 | 59,36 | 1,02% |
Farelo Soja t. | 28% | 460,00 | 190,27 | 650,00 | 189,68 | 41,30 | 0,31% |
OUTRAS REFERÊNCIAS | Preços alocados 23/10 | Variação no ano |
Milho saco/60 Kg | 25,00 | 99,20% |
Farelo de Soja t. | 710,00 | 54,35 |
Premix/ núcleos | Diversos | 18,07% |
Dólar | 3,75 | 62,22% |
Frango Vivo Kg | 1,30 | 18,18% |
Suíno Vivo @ | 28,00 | ( -) 12,50% |
Boi Vivo @ | 56,00 | 22,89% |
Carne Frango Varejo/Kg | 1,99 | 54,26% |