Autor/s. : Vítor Santos,
Ing. Agrônomo, Zootecnista.
Nos últimos anos temos assistido a um aumento
constante do preço das matérias-primas e a uma tendência para a estabilização,
até mesmo decréscimo, do preço de venda do porco, em especial nos países da EU
27.
A alimentação representa cerca de 70 % dos custos
totais de produção, pelo que o elevado preço e volatilidade das matérias-primas
resultam em margens de lucro cada vez mais pequenas.
Desta forma, é importante para o produtor saber
bem qual a estrutura da sua produção e quantificar o consumo do alimento nas
diferentes fases do ciclo produtivo.
Quadro Nº1 - ESTRUTURA DA PRODUÇÃO PARA
1000 PORCAS PRODUTIVAS *
*Ciclo fechado com
Bandas semanais; Nº dias lactação médio: 25; Nº partos/porca/ano: 2,35,Taxa de partos: 85,0%; Taxa de mortalidade Recria+Cria:
3,0%; Taxa de mortalidade Crescimento/Acabamento: 3,0%; Taxa de reposição: 40%;
IDCF: 12,8 dias
No
quadro acima apresenta-se a estrutura de produção de
uma de Suinicultura intensiva com ciclo completo, no
qual podemos verificar o fluxo semanal de animais bem como os consumos nas
diferentes fases de produção.
A fase de Crescimento/engorda dos
animais (desde os 25/28 kg de PV até ao abate) representa cerca
de 74,6 % do total do consumo de alimento.
Esta fase assume por isso um peso especial na
produção. Quanto mais informação obtivermos melhor
será o nosso controle. A resposta a possíveis problemas que possam surgir na
exploração será mais rápida e eficiente.
Os registos dos dados
de produção bem como o seu processamento e interpretação são fundamentais para
uma gestão técnica e económica eficiente.
Devido ao elevado preço da ração dos leitões, por
vezes existe a tendência de “poupar” com o alimento nesta fase. Como se pode
verificar no quadro
Nesta fase que se revela de extrema importância
para a vida futura do jovem leitão, devemos oferecer dietas de alta qualidade
mesmo que isso implique custos maiores de aquisição. O custo/benefício é
claramente compensador.
O grupo das porcas gestantes
(inseminação/gestação) representa o segundo maior grupo em termos de consumo.
Deve-se por isso dar atenção especial aos animais
não produtivos, identificar as causas e descartar aqueles que não tenham
interesse o mais rapidamente possível.
Analisar constantemente os índices de produção e
atuar nos limites críticos. Taxa de fertilidade, taxa de partos, taxa de
reposição, intervalo entre partos, intervalo desmame cobrição,
dias não produtivos, etc. são alguns exemplos desses índices.
Tudo isto parece senso comum
mas em muitos casos não existe um conhecimento profundo da estrutura do
processo produtivo.
A única forma de podermos melhorar o processo
produtivo e rentabilizá-lo é termos na mão todos os dados de produção.
Quadro Nº2 – INDICES DE CONSUMO
/
No quadro nº 2 apresentamos
os valores de consumo por
A melhoria constante do processo produtivo, traduz-se num Índice de conversão Global mais baixo e consequentemente em custos de produção mais baixos.
O produtor terá mais do que nunca estar
organizado e controlar todo o processo produtivo. Só assim será competitivo e
sobreviverá a este mercado globalizado cada vez mais difícil.