PLEUROPNEUMONIA – APP – EM SUÍNOS
INTRODUÇÃO
A pleuropneumonia em
suínos, causada pelo Actinobacillus pleuropneumoniae (App), foi
descoberta na Inglaterra por Pattison, C. S
em 1957. Naquela época, o microrganismo casual era conhecido como Haemophilus pleuropneumoniae.
Desde então, a presença de App já foi relatada em
todo mundo. App é um bastonete gram-negativo
pertencente à família Pasteurellaceae que inclui os
gêneros Haemophillus, Actinobacillus
e Pasteurella.
Figura 1: Colônia de App. Fonte: site micro-gen.ouhs.edu
Existem mais de 12 sorotipos classificados. O
sorotipo 5 foi dividido nos subtipos A e B e estes 13 sorotipos pertencem ao biovar 1, sendo que existe ainda o grupo do biovar 2. O conhecimento de haver prevalência
de sorotipos diferentes em uma região é necessário para que haja qualquer programa
de controle com o uso da vacinação.
Cada área ou país tem seu(s) próprio(s) sorotipo(s)
predominante(s), tais como: Japão - sorotipo 2; Canadá (região de Quebec -
sorotipo 1), enquanto na parte oeste do país prevalece o sorotipo 5; Espanha -
principalmente os sorotipos 4 e 5 e no Brasil - os sorotipos 1, 3, 5,
7 e
FATORES DE VIRULÊNCIA
Frequentemente, observa-se diferenças em virulência entre os
sorotipos ou mesmo dentro do mesmo sorotipo. De modo geral, considera-se que as
cepas dos sorotipos 1, 5, 9, 10 e 11 são mais virulentas do que
aquelas de outros sorotipos. Cepas do biovar
2 de App raras vezes tem sido isoladas em surtos
graves de pleuropneumonia. Por este motivo,
são consideradas menos virulentas. Durante a última década, foram identificadas
diversas exotoxinas da App em um grande número de
centros de pesquisa. Todas tinham massas moleculares aparentes entre 103 kDa a 120 kDa. Dependendo de suas atividades biológicas foram
chamadas de hemolisina (I, II), citolisina (I, II, III), pleurotoxina
ou toxinamacrofágica. Recentemente, os 16
centros de pesquisa envolvidos concordaram com uma designação uniforme dessas
exotoxinas e de seus genes. Essas exotoxinas pertencem ao grupo de toxinas
RTX que formam esporos (RTX = repete toxina) e foi proposto, portanto,
chamar-se as exotoxinas de App de Apx
I, II e III.
Os 13 sorotipos de App expressam
uma ou duas das três exotoxinas diferentes e todos tem uma proteína de
membrana externa (OMP) de 42 kDa.
Com base nos perfis de toxina Apx, todos os 13
sorotipos podem ser agrupados em quatro padrões de toxinas. De modo
geral, as cepas mais virulentas pertencem aos padrões de toxina I e IV.
APRESENTAÇÕES CLÍNICAS
App tem uma alta especificidade de
hospedeiros para suínos. O organismo é localizado no trato respiratório,
em lesões necróticas dos pulmões (figura 2), nas amígdalas e, com
menor freqüência, na cavidade nasal. Em infecções muito agudas e agudas
ele pode ser encontrado em grande quantidade nas descargas nasais. A infecção
pode se espalhar através de contato direto de suíno a suíno, gotículas em
distâncias curtas, transmissão indireta de exsudato
contaminado a partir do pessoal da granja. A sobrevivência do organismo no
ambiente é tida como de duração curta.
Figura 2: Lesão pulmonar clássica,
causada por App. Áreas focais de pneumonia necrozante nas porções dorsais e ventrais do pulmão. Fonte:
site micro-gen.ouhs.edu
Embora todas as categorias de idade (faixa etária) sejam
suscetíveis, o pico da mortalidade ocorre em animais de aproximadamente três
meses de idade. Isto ocorre devido ao fato de a imunidade maternal chegar a zero em cerca de 10 semanas após o
nascimento do leitão. O período de incubação pode variar consideravelmente.
Infecções experimentais, no entanto, demonstram que a alta exposição a cepas
virulentas leva a morte dentro de algumas horas.
Os sintomas clínicos variam com o estado da imunidade
e condições dos animais, estresse de condições ambientais adversas, o grau de
exposição ao agente infeccioso e a virulência da(s) cepa(s) envolvida(s). O
curso da doença pode ser muito agudo ou crônico.
Os sintomas típicos do estágio muito agudo são aparecimento
repentino de animais gravemente doentes em uma ou mais baias, febre alta (41,5º
C), sintomas respiratórios distintos, dispnéia, respiração pela boca, posição
sentada, descargas espumosas manchadas com sangue através da boca e das narinas
e pele cianótica. A forma crônica desenvolve após o desaparecimento dos
sintomas agudos. Os animais tem tosse espontânea ou
intermitente, perda de apetite e queda na taxa de crescimento. Em rebanhos com
infecções crônicas muitas vezes há animais que estão doentes subclinicamente, cujos únicos sintomas observados são
tosse, perda de crescimento e pleurite na linha de abate.
Figura 3: Suíno com grave
dificuldade respiratória associada a infecção por App.
Fonte: site micro-gen.ouhs.edu
CONTROLE
A pleuropneumonia decorrente de
infecções por App em suínos é amplamente distribuída.
Dependendo da virulência da(s) cepa(s) envolvida(s) e das condições encontradas
nas granjas, as perdas econômicas (mortalidade, uso de medicamentos e retardo
no crescimento) podem variar. Seus sintomas clínicos combinados às lesões
patológicas são bastante típicos, tornando o diagnóstico relativamente fácil. É
essencial diminuir os fatores de risco mencionados acima. Alguns são difíceis
em granjas existentes, porém outras são possíveis como diminuir a densidade,
diminuir tamanhos de compartimentos, controlar a
rinite atrófica, etc.
O uso de antibióticos apresenta os riscos de resistências,
resíduos e/ou reações locais. O isolamento da bactéria é necessário para
estabelecer a sensibilidade. Já existe resistência à ampicilina,
estreptomicina, sulfonamidas, tetraciclinas
e cloranfenicol, principalmente nos sorotipos
1, 3, 5 e 7.
Para animais que já estão doentes é indicado tratá-los parenteralmente, pois estes terão um apetite diminuído (e
às vezes também bebem menos), consumindo menos ou nenhum antibiótico pela
ração. Em casos muito agudos o leitão pode morrer antes mesmo de iniciar o
tratamento. Neste caso é necessário realizar uma profilaxia antibiótica nos
outros animais.
Outra forma de diminuir o prejuízo e/ou prevenir a doença é
com o uso de vacinas. Também é necessário que se tenha um monitoramento
periódico para evitar que, devido a vacinação (ou entrada de animais de
fora), um outro sorotipo venha a predominar em sua
granja, para a qual a vacina não proteja.
Referência: Texto compilado do site
da Associação Brasileira dos Criadores de Suíno (http://www.abcs.org.br/)
CODIGO |
EXAMES |
PRAZO DIAS |
S51 |
BACTERIOLOGIA
SISTEMA RESPIRATÓRIO Material:
Swabs nasais e de pulmão ou cabeça e pulmão; Pesquisa:
Actinobacillus pleuropneumoniae,
Bordetella bronchseptica,
Haemophillus parasuis, Pasteurella multocida e antibiogramas. |
5 |
S56 |
APP -
MÉTODO ELISA Amostra: Soro |
3 |
S64 |
Bordetella bronchiseptica Amostra: Soro |
2 |
S05 |
PMT - Pasteurella multocida
TOXIGÊNICA Amostra: Soro |
2 |
S08 |
Mycoplasma hyopneumoniae - MH KIT IDEXX Amostra:
Soro
|
3 |
S06 |
PRRS –
ELISA Amostra: Soro |
3 |
BIO |
HISTOPATOLOGIA
– BIOPSIA Amostra: Fragmento de órgão em formol 10% |
5 |