Ambiente
térmico e produção de suínos e aves
Publicado: 10/01/2019
Autor/s.
: Juarez Donzele, Universidad
Federal de Viçosa –
UFV
E
do
conhecimento que a alta temperatura do ambiente de
produção interfere
negativamente no desempenho dos monogástricos, especificamente
dos suínos e das
aves, por serem esses animais homotérmicos, ou seja, a
manutenção de sua
temperatura corporal e a prioridade metabólica. Assim, quando
esses animais são
expostos a alta temperatura, que varia de acordo com seu estágio
fisiológico,
ocorrem ajustes hormonais e metabólicos no sentido de manter a
homotermia.
Neste caso, considerando que a deposição de
proteína e a produção de leite e de
ovos resultam em elevada produção de calor, pode-se
deduzir que, na época
quente do ano, a produtividade do rebanho ficara comprometida. E o mais
importante, e que deve ser considerado que os ajustes preconizados nas
rações desses
animais, como redução do nível de proteína
bruta, com suplementação de
aminoácidos sintéticos e a inclusão de uma fonte
lipídica, pode amenizar o
efeito negativo da alta temperatura, mas não são
suficiente para recuperar o
nível de produção.
Assim é necessário que tenhamos em mente que, se
não climatizarmos o ambiente,
no calor as porcas produzirão menos leite as galinhas de postura
menos ovos e
os suínos e os frangos de corte menores taxas de crescimento.
Pode-se deduzir
que esse padrão de reposta dos animais a alta temperatura,
reflete nas suas
exigências nutricionais.
Alguns resultados de nosso programa de pesquisa em que o ambiente
térmico foi
considerado, evidenciaram que em condição de estresse
térmico por alta
temperatura, muito embora o nível de lisina digestível na
ração e aumentado, a
exigência desse aminoácido pelos suínos e aves,
diminui se considerado em
gramas por dia, devido a redução do consumo de
ração.
A menor deposição de proteína na carcaça,
na tentativa de diminuir a produção de
calor metabólico, justifica esse fato. Uma segunda
consideração importante, e
que no calor independente dos ajustes na ração as porcas
produzirão menos leite
com as leitegadas apresentando menores taxas de crescimento. Assim a
porca e
não a leitegada é que é o alvo da
nutrição no calor.
Outra consideração de caráter geral que nos
dá a dimensão do efeito da alta
temperatura na fisiologia dos animais é a relacionada ao consumo
de ração.
Sabe-se que o aumento da concentração de energia na
ração diminui o seu consumo
pelos animais, neste caso, como na alta temperatura a ingestão
voluntária de
alimentos pelos animais diminui, como entender a lógica de, no
calor onde o
consumo de ração invariavelmente diminui, o nível
de energia das rações e
aumentado.
Esse exemplo simples nos revela os ajustes fisiológicos
específicos
relacionados com ambiente térmico. Um segundo exemplo é a
estratégia de se
aumentar o consumo de fibra pelas porcas na gestação na
tentativa de melhorar o
seu consumo na lactação. Essa é uma
opção válida se considerado que o consumo
de fibra aumentado resulta em maior desenvolvimento do trato
gastrointestinal
dos animais.
No entanto, no caso de país tropical como o Brasil, essa
estratégia pode não
ser adequada uma vez que o trato gastrointestinal e onde se produz
maior
quantidade de calor metabólico por grama de tecido. Dessa forma
se a porca
parir no verão esse aumento de tubo digestivo seria
prejudicial.
Nesse sentido, nossos estudos (em que se utilizou
alimentação pareada)
evidenciaram que tanto os suínos como as aves têm seu tubo
digestível diminuído
no calor. E, equivocadamente, esse fato é simplesmente
atribuído a redução do
consumo de ração. Como mais uma
consideração e o fato que no calor a
relação de
alguns aminoácidos essenciais com a lisina e modificada pela
alta
temperatura.
Exemplo, com nossos estudos foi revelado ainda que a enquanto as
relações dos
aminoácidos sulfurados e triptofano são aumentados a da
treonina com a lisina e
diminuída na alta temperatura. Com esses resultados fica
comprovado o caráter
dinâmico da proteína ideal. Essas são algumas
considerações para discussão a
quem interessar possa.
Complementando informação, com base em experiência
de trabalho conduzido com
suínos no calor, outro fator importante a ser considerado e a
temperatura da
água fornecida aos animais. Na prática, o número a
altura e o fluxo de água nos
bebedouros, normalmente são observados. No entanto, a sua
temperatura no
bebedouro e negligenciada. A relevância dessa
observação esta relacionado ao
fato que a temperatura elevada da água reduz seu consumo pelos
animais,
comprometendo o consumo de ração, uma vez que a
ingestão voluntária de alimento
esta diretamente relacionado o consumo de água em
proporção adequada.