Autor/s. : Jean Carlos Portos Vilas Boas
Souza, Armando Lopes do Amaral, Nelson Morés,
Sandro Luiz Treméa, Marcelo Miele
e Jonas Irineu dos Santos Filho, Embrapa Suínos e Aves, SC.
Raças, características e exigências
ecológicas
Genética na suinocultura
A base de toda a exploração agropecuária é o
material genético, razão pela qual se deve dar toda a atenção à sua escolha e
aquisição. A garantia de uma boa produtividade tem como ponto de partida os
reprodutores, os quais devem responder positivamente às condições ambientais
que lhes serão impostas, gerando animais de abate que atendam às exigências do
mercado.
• Adquirir os reprodutores, leitoas e
machos, de uma mesma origem, de granjas de reprodutores suídeos
certificadas (GRSC);
• Utilizar machos de raça pura ou sintética ou ainda cruzados que apresentem um ganho de peso
médio diário mínimo de 690 g (100 kg aos 145 dias de idade) com percentual de
carne na carcaça acima de 60%, conversão alimentar inferior a 2,3 e com bons
aprumos;
• Os machos devem ser de raças ou linhagens
de linha macho, diferentes, portanto, daquelas que deram origem às leitoas;
• Adquirir os primeiros machos com idade
entre sete e oito meses;
• Adquirir machos cerca de dois meses mais
velhos que as leitoas que irão cobrir;
• Dispor de, no mínimo, dois machos na
granja;
• Dar preferência à inseminação artificial;
• Quando não utilizar a inseminação
artificial manter a proporção de um macho para cada 20 fêmeas (leitoas e
porcas) do plantel;
• Repor os machos na taxa de 80% ao ano
(idade aproximada de descarte 24 meses);
• Utilizar leitoas de linha fêmea cruzadas,
preferencialmente de raças brancas, com capacidade de produzir 12 ou mais
leitões por leitegada;
• Adquirir leitoas com idade entre cinco e
seis meses, que apresentem um ganho de peso médio diário mínimo de 650 g (100
kg aos 154 dias de idade) e espessura de toucinho, entre os 90 e 100 kg,
próximo de 15 mm;
• As leitoas devem ser adquiridas em lotes
equivalentes aos grupos de gestação, acrescidos de 15%, para compensar retornos
e outros problemas reprodutivos;
• Em complementação aos dados de
produtividade, atenção especial deve ser dada à qualidade dos aprumos, a
integridade dos órgãos reprodutivos, ao número e distribuição das tetas (mínimo
12) e as condições sanitárias apresentadas no momento da aquisição;
• Repor as fêmeas na taxa de 40% ao ano
(idade aproximada de 36 meses).
Instalações
• Descrever as possibilidades de
instalações para criação de leitões e apresentar a proposta Embrapa.
• Dispor de área bem drenada e compatível
com o número médio de animais a serem utilizados;
• Dispor de abastecimento de água potável
equivalente a 100 a 150 litros/dia por matriz instalada, dependendo do sistema
de produção;
• Elaborar um projeto técnico completo
(civil, hidráulico, elétrico e ambiental), incluindo metas, fluxos de produção,
equipamentos, manejo, memorial descritivo, orçamento e prazo de execução.
O planejamento das instalações deve considerar os
seguintes itens:
• A metragem quadrada necessária para cada
fase da criação;
• Os detalhes das edificações (tipo de
maternidade, celas parideiras, creche, telhado, forro, paredes, pisos e
cortinas ou janelões), de acordo com as exigências
dos animais, as características climáticas da região e as metas de produção
estabelecidas;
• O tamanho dos prédios e o número de salas
a serem construídas para cada fase, de acordo com a demanda de área para
abrigar os suínos em produção e em função do manejo e cronograma adotados;
• Os tipos de bebedouros e de comedouros em
função do sistema de arraçoamento a adotar, para
atender perfeitamente às necessidades dos animais e evitar o desperdício;
• O isolamento térmico adequado, que
permita o armazenamento ou a dissipação de calor por meios naturais, como a
ventilação, em todas as construções;
• A facilidade de execução das rotinas de
trabalho, de forma a aumentar a eficiência e a eficácia da mão-de-obra e a
evitar atividades que prejudiquem a saúde dos operadores;
• Aplicar tecnologias compatíveis com o
dimensionamento e o objetivo da exploração;
• Avaliar de forma crítica as diferentes
possibilidades de manejo dos dejetos (sistema de cama sobreposta ou dejetos
líquidos);
• Dimensionamento do sistema de tratamento
de dejetos compatível com a carga poluente gerada permitindo a sua readequação
nos casos aumento ou diminuição do número de animais alojados.
Escolha e preparo do terreno
• Selecionar uma área plana ou ligeiramente
ondulada (até 6% de declividade) para a locação do sistema de produção de
suínos, de acordo com as exigências do projeto e prevendo possíveis ampliações;
• Instalar os prédios com seu maior eixo no
sentido Leste-Oeste, ou com um leve desvio, para um maior aproveitamento da
incidência de ventos predominantes, visando o conforto térmico dos animais e a
redução da radiação solar;
• Escolher um local que facilite o fluxo de
pessoas, de animais e de insumos, com boas condições de trânsito em qualquer
época do ano;
• Permitir o afastamento entre as
edificações, para facilitar a ventilação natural;
• Gramar toda a área adjacente ao sistema
de produção de suínos e manter a cobertura vegetal constantemente aparada.
Planejar o balanço e fluxo de nutrientes na
propriedade viabilizando o uso racional de todos os dejetos produzidos,
dispondo-os, preferencialmente, na área de implantação do projeto, em lavoura
anual, culturas permanentes, pastagem ou reflorestamento.
Manter um controle eficiente de produtividade e
de custos por meio de fichas ou de programas informatizados, para o
acompanhamento de todos os dados produzidos.
Alimentação
A alimentação servida dentro de uma granja
voltada à produção de leitões pode ser resumida em dois padrões operacionais,
listados a seguir.
Padrão operacional - Alimentar leitoas e
matrizes
Resultado esperado da tarefa Arraçoar
adequadamente as leitoas e matrizes, otimizando a performance
produtiva.
Materiais necessários
• Balança.
• Dosador (concha).
• Carrinho.
• Tabela ração.
Atividades críticas
• Fazer a limpeza do comedouro ou calha onde
será servida a ração.
• Aferir o dosador conforme cada partida de
ração fazendo uso da balança.
• Observar se a ração apresenta aspectos ou
características normais.
• Disponibilizar a ração a ser usada no
carrinho ou dispositivo de arraçoamento conforme
realidade da granja.
• Fazer o arraçoamento
das categorias animais conforme Tabela de ração sugerida pelo fornecedor.
• Seguir a seguinte frequência
de arraçoamento: - fêmeas em Gestação: duas vezes ao
dia; - fêmeas em Lactação: quatro vezes ao dia; - leitoas de Reposição e Fêmeas
Desmamadas: à vontade.
• Após o arraçoamento,
identificar os animais que não se alimentaram, para posterior correção de
causas.
• Fêmeas com escore corporal inadequado
(muito magras ou muito gordas) devem ter seu consumo ajustado.
• O escore corporal deve ser avaliado
juntamente com a assistência técnica.
Ações imediatas
• Caso ocorra na maternidade
fêmeas que após o arraçoamento rotineiro expressem o
desejo de consumir maior quantidade, esta deve ser fornecida.
• Em situações adversas como baixo consumo,
vômitos ou diarréia, consultar a assistência técnica.
Padrão operacional - Alimentar leitões na
creche
Resultado esperado da tarefa
Leitões sadios, uniformes, com boa conversão
alimentar e bom ganho de peso.
Materiais necessários
• Comedouros.
• Comedouros auxiliares.
• Carrinhos.
• Concha.
• Balança.
• Vassoura.
• Pá.
• Ficha de acompanhamento de lote.
• Caneta.
Atividades críticas
• Arraçoar
imediatamente após a chegada. Para leitões abaixo de 6,5kg, iniciar usando a
ração maternidade. Para leitões acima de 6,5kg, iniciar usando a ração
pré-inicial 01.
• Definir a quantidade de ração por
classificação, fornecendo a quantidade descrita abaixo para cada leitão:
Comedouro linear (uma boca por leitão)
• Limpar o comedouro antes de fornecer a
ração.
• Fornecer a ração sempre que o comedouro
estiver sem ração no mínimo sete vezes ao dia na primeira semana de creche.
• Na segunda semana, fornecer a ração no
mínimo seis vezes por dia.
• A partir da terceira semana, fornecer a
ração no mínimo cinco vezes por dia.
• É importante ter comedouro auxiliar para
os leitões menores, para fornecer a ração umedecida.
• Pesar a ração fornecida diariamente por
baia, fornecendo a quantidade de ração por leitão, conforme a tabela acima.
Comedouro automático
• Limpar o comedouro antes de fornecer a
ração.
• Fornecer a ração sempre que o comedouro
estiver sem ração, atendendo as quantidades previstas por fase, conforme
descrito na tabela acima.
• Regular o comedouro de forma a não haver
desperdício.
• Fornecer a ração duas vezes ao dia,
garantindo a qualidade da ração.
• Regular a vazão da água para somente
umedecer a ração.
• A quantidade de leitões por comedouro
deve ser conforme a capacidade do mesmo, baseado na recomendação técnica.
• Manter um comedouro auxiliar por baia na
primeira semana para fornecer ração umedecida.
• Pesar a ração fornecida diariamente por
baia, fornecendo a quantidade de ração por leitão, conforme a tabela acima.
Fornecimento de água
• Disponibilizar água fresca, limpa e com
qualidade à vontade, em temperatura de 12ºC a 25ºC.
• A vazão dos bebedouros deve ser de um a
um e meio litro por minuto. A checagem de vazão deve ser feita semanalmente.
• Para bebedouro do tipo concha, manter
limpo.
• Para bebedouro do tipo chupeta regulável,
ajustar a altura em dois a três centímetros acima do dorso do leitão.
• Disponibilizar um bebedouro para cada 10
a 15 leitões.
• É importante que o padrão de bebedouro
seja o mesmo que já foi utilizado na maternidade, para facilitar a adaptação do
leitão na creche.
Ações imediatas
• Em caso de haver ração quente,
deteriorada ou envelhecida, retirar imediatamente do comedouro.
• Em caso de falta de ração, restabelecer o
fornecimento em menor quantidade por vez, aumentando gradativamente até
normalizar, conforme o descrito acima.
• Casos de atraso da chegada da ração,
verificar o motivo e providenciar o abastecimento imediatamente.
• Caso a temperatura da água estiver fora
do padrão, identificar a causa e buscar a ação corretiva.
• Caso a vazão dos bebedouros estiver fora
do padrão, identificar a causa e buscar a ação corretiva.
Reprodução
Todos os procedimentos ligados à reprodução estão
descritos nos 11 padrões operacionais a seguir.
Padrão operacional - Receber e adaptar
leitoas e machos de reposição
Resultado esperado da tarefa
Leitoas e machos de reposição corretamente
adaptados nas granjas.
Materiais necessários
• Carregador.
• Tábua de manejo.
• Baia.
• Maravalha.
• Bebedouro.
• Comedouro.
• Ração medicada.
• Agulhas hipodérmicas e seringas.
• Medicamentos.
• Vacinas.
• Ficha de controle.
Atividades críticas
• Conferir a documentação com o
transportador (linhagem, GTA, Certificado Sanitário de Granja GRSC, nota
fiscal), arquivando-os por cinco anos na propriedade.
• Realizar a descarga de maneira tranquila, utilizando carregador adequado e tábua de
manejo.
• Conduzir os animais até a baia
previamente limpa e desinfetada com espaço de 2 m²
para leitoas e de 6 m² por macho, contendo maravalha de procedência confiável, utilizando-a durante os
primeiros dez dias.
• Disponibilizar imediatamente após a
descarga, água limpa, fresca, em vazão e qualidade adequada. Fornecer ração
somente após quatro horas da chegada dos animais.
• Avaliar as características dos animais
recebidos (especificamente tetos, aprumos e condições sanitárias).
• Adotar o programa de arraçoamento,
conforme Padrão operacional - Alimentar leitoas e matrizes, utilizando ração
medicada durante os primeiros 15 dias da chegada. Em granjas com maior desafio
sanitário, aplicar na chegada, antibiótico de longa ação (sempre seguindo orientação
da assistência técnica).
• Usar a ficha de controle (Ficha de
Adaptação e Anotação do Cio das Leitoas) para identificar a mossa, data de
nascimento, peso e as datas dos três primeiros cios.
• Fazer adaptação colocando fezes de porcas
velhas do plantel nas baias das leitoas (duas pás por baia duas vezes ao dia
durante os 20 dias após a chegada).
• Vacinar as leitoas sete dias após a
chegada, de acordo com Padrão operacional - Conservar vacinas e vacinar
animais.
• Realizar o manejo reprodutivo conforme
Padrão operacional - Manejar leitoas até a cobertura.
Ações imediatas
Caso o produtor receba um animal com
características indesejadas para a reprodução, este deve acionar a assistência
técnica para que proceda a substituição do animal conforme critérios para
reposição.
Padrão operacional - Descartar porcas e
introduzir leitoas de reposição
Resultado esperado da tarefa
Manter um plantel com bom potencial reprodutivo e
boas condições sanitárias.
Materiais necessários
• Seringa.
• Bastão marcador.
• Tábua de manejo.
• Agulha hipodérmica.
Atividades críticas
• Descartar as fêmeas que apresentam qualquer das seguintes ocorrências anotando na
ficha ocorrência com reprodutores:
- ausência de cio em leitoas até 30 dias de
alojamento com efetivo diagnóstico do cio com macho adulto ou reagrupá-las para
seguir no manejo diário de diagnóstico de cio;
- apresentarem problemas severos nos aprumos e
cascos;
- que não tiverem no mínimo 12 tetas funcionais;
- duas repetições seguidas de cio;
- fêmeas com problemas sanitários que possam
comprometer a produtividade no parto subsequente;
- a partir do sexto parto, somente manter
matrizes no plantel se tive rem
bom histórico reprodutivo (leitões nascidos, leitões desmamados, peso ao
desmame);
- que não manifestarem cio até 30 dias após o
desmame (anestro);
- fêmeas que abortarem após 40 dias de gestação,
uma vez que seja por doenças infecciosas;
- tiverem dois partos com baixo número de leitões
nascidos (menor que sete);
- que apresentarem problemas relacionados com
complexo MMA (Mastite, Metrite, Agalaxia)
que não responderem ao tratamento medicamentoso.
• Introduzir leitoas que apresentarem
aprumos, órgãos reprodutivos íntegros, adequado número e distribuição das tetas
(mínimo seis pares) e boa condição sanitária no momento da aquisição.
• As leitoas devem atender também as
seguintes características:
- as leitoas devem ser de granjas certificadas
(GRSC);
- as leitoas devem ser adquiridas em lotes
mensais e equivalentes correspondendo a reposição de 40% ao ano;
- idade das leitoas de cinco a seis meses que
apresentarem ganho de peso médio diário mínimo de 650 gramas desde o nascimento
(100kg aos 154 dias de idade).
• Recomenda-se manter uma taxa de reposição
anual do plantel em 40% para estimular a imunidade do rebanho e um bom
potencial reprodutivo.
• É necessário ter um bom processo de
seleção das leitoas junto às granjas multiplicadoras para não ter problemas
junto aos produtores de leitões.
• Ao descartar as fêmeas, identificar com
bastão marcador e colocar em baias separadas do plantel reprodutivo.
Ações imediatas
Se as leitoas chegarem com características
inadequadas, descarregar e comunicar imediatamente a equipe técnica para
avaliação técnica e ação corretiva.
Padrão operacional - Manejar leitoas até
a cobertura
Resultado esperado da tarefa
Futura matriz pronta para a vida produtiva.
Materiais necessários
• Ficha individual.
• Caneta.
• Bastão marcador.
• Relógio.
• EPIs: botas,
luvas e protetor auricular.
Atividades críticas
• De posse da ficha individual da leitoa
(Ficha de Adaptação e Anotação do Cio das Leitoas), iniciar o manejo
reprodutivo.
• No dia seguinte a chegada das leitoas na
granja, iniciar o manejo de estimulação de cio das
leitoas, utilizando macho maduro (acima de dez meses de idade), por um período
mínimo de 15 minutos por vez, duas vezes ao dia.
• Ao diagnosticar o cio, anotar na ficha da
leitoa a data, formando os lotes e garantindo que todas as leitoas entrem em
contato com o macho.
• Estas leitoas que apresentam cio devem
ser expostas ao macho somente após 15 dias da identificação do cio.
• Cobrir as leitoas com no mínimo 200 dias
de idade e 135 kg de peso vivo, respeitando o segundo ao quarto cio.
• As fêmeas que não apresentarem cio até 30
dias devem ser reagrupadas para seguir no manejo diário de diagnóstico com o
macho.
Ações imediatas
• As leitoas que não
apresentarem o primeiro cio, até os 190 dias de idade, recomenda-se que
seja utilizado medicação específica, conforme orientação da assistência
técnica, permanecendo a orientação de não realizar a cobertura no primeiro cio.
• Caso a leitoa continue sem apresentar cio
após a medicação, esta deve ser substituída, conforme critério para reposição
de acordo com o padrão operacional - Descartar porcas e introduzir leitoas de
reposição.
Padrão operacional - Manejar porcas em
pré-cobertura
Resultado esperado da tarefa
Ter uma fêmea apta para a cobertura.
Materiais necessários
• Tábua de manejo.
• Pá.
• Vassoura.
Atividades críticas
• Avaliar individualmente as fêmeas
desmamadas, permanecendo somente aquelas que apresentarem condições para a
próxima cobertura (cascos, aprumos, escore corporal, número de nascidos).
• Agrupar as porcas desmamadas por tamanho
e escore corporal em lotes de cinco a dez porcas, em baias ou em boxes
individuais, próximas aos machos.
• Manter um espaço de três metros quadrados
por porca quando em baias coletivas.
• Estimular o cio das porcas duas vezes ao
dia com intervalo de 8 horas. Para baias coletivas, colocar o macho nas baias
com as fêmeas e para boxes, fazer os machos circular a frente dos boxes.
• Fornecer ração de lactação à vontade e de
boa qualidade, do desmame até a cobrição.
• Fornecer água limpa e fresca á vontade.
• Manter a baia e/ou box limpo (prevenir incidência de infecções
urogenitais).
• Avaliar fêmeas com corrimentos genito-urinários.
• Realizar a cobertura das fêmeas até o
sétimo dia após desmama-cio.
• Recomenda-se realizar exames de urina
periodicamente (duas vezes por ano, ou com maior frequência
quando se tem uma alta incidência de infecção urinária no rebanho.
Ações imediatas
• Caso fêmeas apresentarem corrimentos
genitais ou alterações urinárias, tratar conforme orientação técnica.
• Caso fêmeas não entrarem em cio até o
sétimo dia após a desmama, cobri-las no próximo ciclo.
Padrão operacional - Manejar porcas em
gestação
Resultado esperado da tarefa
Garantir boa quantidade e qualidade dos leitões
no parto.
Materiais necessários
• Balança.
• Caneco / concha.
• Relógio.
• Termômetro.
• Tábua de manejo.
Atividades críticas
• Alojar as fêmeas preferencialmente em
baias individuais após a cobrição e, no caso de
alojamento coletivo, mantê-las no mesmo grupo de cobrição.
• Manter as fêmeas em ambiente calmo nos
primeiros 30 dias de gestação.
• Alimentar as fêmeas duas vezes ao dia em
horários determinados, pela manhã e à tarde. Conforme Padrão operacional -
Alimentar leitoas e matrizes.
• Para confirmar a prenhez,
passar o macho entre 18 e 23 dias após a cobertura da fêmea.
• Fornecer água em quantidade e qualidade
adequada a uma temperatura de 12ºC a 25ºC.
• Manter no plantel de fêmeas da granja uma
taxa anual de reposição de 40%.
• Para vacinações, seguir protocolo
conforme Padrão operacional - Manejar, estocar e vacinar.
• Avaliar o escore corporal das fêmeas para
cada fase da gestação.
Ações imediatas
• Caso a fêmea estiver com escore corporal
inadequado, ajustar manejo de arraçoamento.
• Em caso de retorno ao cio, reavaliar as
condições da fêmea, para possível descarte.
Padrão operacional - Assistir ao parto e
leitões recém-nascidos
Resultado esperado da tarefa
Realizar o parto, garantindo a integridade da
fêmea e a sobrevivência dos leitões recém-nascidos.
Materiais necessários
• Luvas.
• Iodo Glicerinado
(10%).
• Tesoura desinfetada.
• Barbante.
• Pó secante ou maravalha.
• Caixa de assistência ao parto.
• Antibiótico injetável.
• Lubrificante (vaselina).
• Termômetro de máxima e mínima.
• Papel toalha.
• Água limpa.
• Balde.
• Caneta.
• Luvas de toque.
• Lâmpada.
• Lâmpada infravermelha ou campânula.
• Seringa.
• Agulha hipodérmica.
• Ficha da matriz.
Atividades críticas
• Identificar o momento do parto através da
presença de ejeção de leite pelas mamas e pelo comportamento da porca.
• Preparar o escamoteador com fonte de
aquecimento e cama (quando possível uma hora antes do parto).
• Limpar o posterior da fêmea, aparelho mamário
e cela parideira.
• Somente deve ser realizada a intervenção
ao parto depois de esgotadas todas as possibilidades de que o parto seja
normal, mesmo antes de tal procedimento deve-se saber que o intervalo entre
nascimento de leitões pode ser de até duas horas.
• Fêmea apresentando contração: levantá-la,
fazer deitar do outro lado, massagear o flanco sentido da cabeça para a cauda,
permanecendo o problema deve-se intervir através de toque (sempre utilizar
luvas descartáveis de toque e medicação injetável para a fêmea após o
procedimento).
• Fêmea não apresentando contração:
massageá-la na região do aparelho mamário, tentando estimular a contração, caso
não resolva o problema, aplicar fármacos conforme orientação da assistência
técnica, para estimular as contrações.
• Propiciar ambiente seco e aquecido no
local do nascimento dos leitões utilizando pó secante ou maravalha.
• Assim que nascido, secar o leitão o mais
rápido possível, usando pó secante ou maravalha.
• O leitão que nasce com o cordão umbilical
curto, amará-lo imediatamente após o nascimento.
Enquanto que os demais leitões, aguardar de 15 a 20 minutos e amarrar o cordão
umbilical de três a quatro centímetros abaixo do umbigo (utilizar barbante
mergulhado em desinfetante) e cortá-lo um centímetro abaixo da amarração.
• Realizar a desinfecção do coto umbilical
até a base, mergulhando-o em Iodo Glicerinado, num
frasco de plástico de três a cinco segundos.
• No inverno, em dias muito frios, instalar
lâmpada infravermelha ou campânula próximo ao aparelho
mamário.
• Orientar o leitão à primeira mamada.
• Deixar os sete primeiros leitões nascidos
mamar, e após fechá-los no escamoteador, garantindo que os próximos a nascer
mamem o colostro sem competição, alternando a mamada de cada grupo a cada meia
hora.
• Certificar-se que ocorreu o nascimento de
todos os leitões e que a fêmea eliminou as placentas.
• Após o término do parto, abrir o
escamoteador e deixar todos os leitões mamar;
• Garantir que todos os leitões tenham
acesso ao colostro nas primeiras seis horas de vida.
• Após o parto monitorar as fêmeas,
observando o consumo de ração, febre (temperatura acima 39,5ºC) e sendo
necessário proceder tratamento com antibiótico e
antitérmico, conforme orientação da assistência técnica.
• Recolher todos os resíduos do parto
(placenta, natimortos, mumificados) dentro de um balde,
para serem direcionados à composteira.
• Anotações na ficha própria ao resultado
do parto: leitões nascidos vivos, natimortos e mimificados.
Observação
Para granjas que trabalham com indução de parto,
fazer a identificação das fêmeas a receberem o protocolo 24 horas antes do
horário que se quer o parto, massageando o aparelho mamário e identificando a
presença de leite. As matrizes que não apresentarem leite devem receber o
protocolo conforme orientação do médico veterinário.
Ações imediatas
• No caso de leitões nascerem
"afogados" secá-los, limpar bem a boca mantendo-os de cabeça para
baixo e massageá-los até que comecem a respirar.
Padrão operacional - Manejar porcas
pós-parto e durante a lactação
Resultado esperado da tarefa
Manter matrizes com boa produção de leite e
escore corporal adequado para a próxima cobertura.
Materiais necessários
• Ficha individual das matrizes.
• Termômetro de máxima e mínima.
• Termômetro clínico.
• Agulhas hipodérmicas.
• EPIs (luvas,
botas).
• Seringa.
• Vacinas.
• Desinfetantes.
• Pá.
• Vassoura.
Atividades críticas
• Logo que iniciar o parto, limpar o úbere
da porca com uma solução desinfetante, antes de colocar os leitões para mamar,
como medida preventiva para diarréia dos leitões.
• Manter a sala de maternidade com
temperatura interna próximo a 18ºC.
• No dia do parto não fornecer ração para
as porcas. Posteriormente, seguir o programa de arraçoamento
conforme o Padrão operacional - Alimentar leitoas e matrizes.
• Fornecer água em quantidade e qualidade
adequada em temperatura de 12ºC a 25ºC.
• Logo após o parto, recolher a placenta e
os leitões mortos, destinando-os para a composteira.
• Realizar limpezas diárias com raspagem e
varredura das salas de maternidade e nos escamotedores.
• Aplicar vacina reprodutiva (Parvovirose,
Leptospirose e Erisipela) de sete a 15 dias
após o parto de acordo com o período de
lactação, conforme a recomendação do
médico
veterinário.
• Anotar na ficha individual da fêmea
(Controle Reprodutivo de Matrizes) todos os acontecimentos ocorridos no
período.
• No caso de enxertia de leitões, priorizar fêmeas com bom aparelho mamário.
• Em primíparas,
manter um leitão por teto viável, para estimular todas as glândulas mamárias.
Ações imediatas
• Caso observar a temperatura da água acima
de 25ºC e abaixo de 12ºC, identificar a causa e buscar a ação corretiva.
• Para as fêmeas que não se alimentarem no
período de lactação, medir a temperatura retal e medicar se necessário,
conforme a recomendação técnica.
Padrão operacional - Transferir porcas
para a maternidade
Resultado esperado da tarefa
Porcas alojadas na maternidade com o mínimo
estresse e com segurança evitando perdas produtivas.
Materiais necessários
• Tábua manejo.
• Água corrente.
• Sabão
• Desinfetante.
• Escova.
• Pulverizador.
• EPIs (botas ou
botinas e protetor auricular).
Atividades críticas
• Identificar os animais a serem
transferidos, de acordo com previsão de parto, formação de lotes.
• Respeitar um mínimo de três dias antes da
data provável do parto, mas o ideal são sete dias.
• Conduzir os animais com calma, evitando estresse.
• Lavar bem as fêmeas com água e sabão
antes de transferi-las para a maternidade.
• Conduzir a fêmea até o local da
higienização ou na própria baia de gestação.
• A lavagem deve ser feita da frente para
trás e de cima para baixo, dando atenção especial para as regiões perianal,
aparelhos locomotores e mamário e orelhas.
• Realizar a desinfecção das porcas com uma
solução desinfetante de acordo com orientação técnica.
• A transferência deve ser realizada nas
horas mais frescas do dia, e conduzir os animais com calma sem agressões,
ruídos e gestos bruscos.
Padrão operacional - Identificar cio
Resultado esperado da tarefa
Identificação do melhor momento para realização
da inseminação ou monta natural.
Materiais necessários
• Ficha individual.
• Caneta.
• Bastão marcador.
• Caderneta de anotação.
Atividades críticas
• Retirar o rufião de sua baia e conduzi-lo
até a frente das matrizes ou dentro das baias coletivas durante 15 minutos (de
manhã e á tarde).
• Preconizar o contato
"focinho-focinho" entre o rufião e a fêmea.
• Fazer pressão no lombo e flanco das
matrizes enquanto estimuladas pelo rufião.
• A fêmea no cio apresenta as seguintes
características:
- permanece imóvel durante o contato com o macho;
- vulva avermelhada, úmida e aumentada de
tamanho;
- orelhas em posição vertical – "em
pé";
- porcas inquietas na gaiola;
- movimentação de salto sobre as outras fêmeas.
• Marcar as matrizes que apresentarem cio
com o bastão marcador (reflexo de tolerância ao macho - RTM), em cima do
pescoço.
• Levar o macho de volta para sua baia.
• Para as fêmeas que entraram no cio,
anotar a data e horário na ficha (Controle de cobertura de matrizes).
• Recolher as fichas e conduzir as fêmeas
que apresentaram cio para o local de inseminação.
• As doses de sêmen já devem estar
programadas conforme Padrão operacional - Solicitar, transportar, receber e
conservar o sêmen.
• Como rufião usar machos com bom libido e com maior idade.
Observação
Fêmeas com corrimento anormal não devem ser
inseminadas, tratá-las de acordo com a recomendação técnica e inseminá-las no
próximo cio.
Ações imediatas
• Se a fêmea repetir cio três vezes, deve
ser descartada do plantel.
• Intervir com tábua de manejo quando o
macho rufião judiar as porcas nas baias coletivas.
Padrão operacional - Solicitar,
transportar, receber e conservar o sêmen
Resultado esperado da tarefa
Sêmen de boa qualidade disponível para
inseminação.
Materiais necessários
• Bloco para receber pedido.
• Acondicionador
– caixa térmica.
• Conservadores de sêmen.
• Termômetro.
• Ficha de controle da temperatura do
conservador.
Atividades críticas
Pedido do sêmen
• Solicitar as doses necessárias de sêmen
para a CIA (Central de Inseminação Artificial) com o prazo de 24 horas de
antecedência – via telefone, e-mail ou outro meio de comunicação.
Transporte de sêmen (produtor)
• O sêmen deve estar acondicionado em
caixas térmicas preenchidas em 90% de seu espaço, com sêmen e/ou jornal.
• Evitar a exposição direta da luz solar e variações bruscas de temperatura (caixa
térmica).
Recebimento de sêmen
• Conferir as doses e pipetas conforme o
pedido e nota fiscal.
• Acondicionar o sêmen no conservador, que
deve estar em temperatura de 15ºC a 18ºC.
Conservação do sêmen
• Manter a temperatura interna do
conservador de sêmen de 15ºC a 18ºC, verificando com termômetro de máxima e
mínima.
• Monitorar a temperatura interna
diariamente, anotando em ficha de controle a temperatura mínima e máxima (Ficha
de controle da temperatura do conservador).
• As bisnagas de sêmen não devem ser
colocadas em pé, para evitar aglutinação do sêmen.
• Movimentar suavemente as bisnagas de
sêmen duas vezes ao dia, manhã e noite.
• Seguir rigorosamente o período de
viabilidade/utilização das doses.
Ações imediatas
• Caso a temperatura do conservador não
permanecer entre 15ºC e 18ºC solicitar o reparo imediato do conservador, sob
pena de inviabilizar o sêmen.
• Se as doses de sêmen não chegarem no
horário previsto, o suinocultor deve entrar em contato com a CIA, para
identificar o problema e solucionar imediatamente.
Padrão operacional - Inseminar
artificialmente matrizes e monta natural
Resultado esperado da tarefa
Matrizes inseminadas conforme o procedimento
padrão.
Materiais necessários
• Bisnaga de sêmen.
• Pipeta descartável.
• Lixeiro.
• Papel toalha.
• Relógio.
• Tesoura.
• Caixa de isopor.
• EPIs (protetor
auricular e luvas).
Atividades críticas
Inseminação artificial
• Observação: sempre que possível fazer a
inseminação artificial.
• O fluxo de inseminação deve seguir a
seguinte ordem: leitoas, fêmeas desmamadas.
• Confirmar se a fêmea está no cio,
utilizando rufião acima de dez meses de idade.
• Retirar o sêmen, que já foi preparado e
conservado conforme o Padrão operacional - Solicitar, transportar, receber e
conservar o sêmen, e transportá-lo até a inseminação em caixa de isopor.
• Posicionar o rufião em frente das fêmeas
já identificadas a serem inseminadas (máximo cinco fêmeas
por vez).
• Granjas que possuem cinta ou cela de
inseminação, colocá-la na fêmea a ser inseminada.
• Limpar a vulva da fêmea utilizando papel
toalha.
• Desembalar a pipeta descartável, expondo
somente 1/3 da mesma.
• Cortar a ponta da bisnaga com uma
tesoura.
• Lubrificar a ponta da pipeta com o sêmen
(pouca quantidade).
• Com os dedos polegar e indicador abrir a
vulva para evitar entrada de sujeira.
• Introduzir a pipeta em um ângulo de 45º
no sentido do dorso.
• Verificar se a pipeta está fixada no colo
uterino, puxando levemente.
• Adaptar a bisnaga de sêmen na extremidade
da pipeta e levantar a mesma.
• Pressionar a bisnaga levemente (a
inseminação deve durar no mínimo cinco minutos).
• Retirar a bisnaga e deixar a pipeta
fechada por aproximadamente três minutos.
• Retirar a pipeta com movimentos suaves.
• Anotar na Ficha controle reprodutivo de
matrizes: dia, número do macho.
• As fêmeas podem receber até três
inseminações, variando conforme o Reflexo de Tolerância ao Macho (RTM) e
protocolo da tabela abaixo:
• A terceira dose somente será feita se a
fêmea estiver extremamente parada.
• Porcas com IDC (Intervalo Desmame Cio)
maior que sete dias não devem ser inseminadas, aguardar o próximo cio.
Monta natural
• Observação: a monta natural somente deve
ser utilizada na impossibilidade da utilização da inseminação artificial.
• Levar a fêmea até a baia de cobertura.
• Limpar a vulva da fêmea utilizando papel
toalha.
• Trazer o macho até a baia de cobertura.
• Acompanhar e auxiliar o momento da
cobertura.
• Adotar duas montas, para leitoas ou
porcas, mantendo o intervalo de 24 horas entre elas. Para porcas com Intervalo
de Desmame Cio (IDC) de até quatro dias, realizar uma terceira cobertura 12 a
24 horas após a segunda cobertura.
• Realizar a cobrição
após o fornecimento da ração e nas horas mais frescas do dia (início e final do
dia).
Ações imediatas
• Quando não fixar bem a pipeta e notar
refluxo, reposicionar a pipeta.