Fonte : Suinocultura
Industrial
Substância é usada como repartidor de energia
e não traz consequências maléficas para o ser humano,
dizem especialistas. No entanto, restrição de mercados devem
promover mudanças em seu uso no plantel nacional.
Recentemente a Rússia anunciou restrições a importação de carne suína nacional, alegando a presença de
ractopamina no produto. De acordo
com o diretor técnico do Instituto Catarinense de Defesa Agropecuária (Icasa) e médico veterinário Gerson Catalan,
a Ractopamina é um repartidor de energia que atua
principalmente na conversão alimentar (menor consumo de alimento para produzir
um quilograma de carcaça), no ganho de peso diário (atinge o peso desejado de
abate mais cedo) e faz com que a carcaça do suíno tenha um menor percentual de
gordura, ou seja, traz benefícios econômicos ao produtor e carne com menor
percentual de gordura que é mais saudável para o consumidor. Não se
trata nem de um promotor de crescimento e nem de um antibiótico.
Com base neste argumento, pergunta-se: Essa
substância afeta a saúde do ser humano? Segundo Catalan,
não há nenhuma comprovação de que o uso do produto possa fazer mal ao ser
humano. "Os países que fazem restrição ao seu uso seguem o que a União
Européia preconiza. Na prática, é a não comprovação de possíveis malefícios que
os levam a não utilizar", afirma. O diretor-executivo da Associação
Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) compartilha da mesma informação.
"Há uma discussão mundial em torno do uso de ractopamina
na produção de suínos, apesar dos inúmeros estudos que afirmam que a substância
não faz mal à saúde humana", pontua Coser. "No entanto, alguns
países ainda desconfiam das propriedades do produto, restringindo seu
uso".
Apesar de liberada no país, na opinião do
presidente da ABCS, o Brasil precisa adaptar sua
criação de suínos para ter livre acesso aos mercados que restringem o uso de ractopamina. Ele cita o caso russo como exemplo. "Se a
Rússia proíbe o uso da substância, nós temos que segregar algumas plantas e
frigoríficos para que estes não utilizem a ractopamina",
argumenta Coser. "Claro que a não-utilização do produto irá impactar
diretamente na qualidade da produção. É um debate complicado, mas se a regra de
um país, de mercado tão expressivo como o russo, é não usar, não usaremos.
Regra é regra", finaliza o presidente da ABCS.