Ator/s. : Jamil Montebraz, Zootecnista, M.Sc.
A tecnologia de fabricação de alimentos para
animais tem evoluído e mais ainda nos últimos anos, com zootecnistas
assumindo as principais linhas de pesquisa em alimentação e nutrição animal, e na evolução das técnicas e processos de
fabricação.
Nesse contexto, uma questão que tem atraído cada
vez mais atenção é o uso de aditivos nas rações. A legislação brasileira, Lei
6.198/74 e Decreto 76.986/76 regulam a adição de aditivos nas rações para cães
e gatos, definindo aditivo como "substância adicionada ao alimento, com
finalidade de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que
não prejudique o valor nutritivo do alimento".
Utilizados nas rações para cães e gatos, como
acidificantes, antifúngicos, antioxidantes, aromatizantes e palatabilizantes,
corantes e probióticos, o termo aditivo, afirmam
profissionais em nutrição e de marketing das indústrias, tem conotação negativa
frente aos consumidores, sendo confundido com substâncias prejudiciais.
Formando uma comissão especial,
o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações),
Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), Associação Nacional dos
Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação (ANFALPET) e o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), elaboraram proposta para alterar
a denominação do termo aditivo para "microingrediente
de alimentação", dando nova definição e classificando os
micro-ingredientes em grupos, de acordo com sua natureza e função do alimento.
Na proposta, são definidas três classes de microingredientes,
de açodo com sua ação específica ou característica funcional. A-
Pró-nutrientes; B- Coadjuvantes de elaboração e C-
Profiláticos.
A utilização de aditivos alimentares em rações
para animais de produção teve início, por exemplo, no caso das rações para
suínos, na década de 50. Os antibióticos ou agentes microbianos, primeiros
aditivos a serem utilizados, tiveram seu uso bem difundido já que
proporcionaram ótimos resultados. Os antibióticos atuam combatendo o
crescimento de microrganismos maléficos no trato gastrintestinal de animais de
produção, já que em condições de produção intensiva os animais são submetidos a
condições que propiciam a proliferação de organismos patogênicos.
Com o mercado consumidor cada vez mais exigente
com relação ao sistema de produção, ingredientes e quanto ao uso de aditivos,
ao comprar carne, a União Européia não aceita mais a utilização de antibióticos
na alimentação animal. Sistemas agroecológicos e
orgânicos de produção animal, cada vez mais difundidos no Brasil e no mundo,
não permitem a utilização de antibióticos na alimentação dos animais.
Pró-nutrientes, como probióticos,
prebióticos, ácidos orgânicos e outras substâncias
naturais já são estudadas, buscando substituir os antibióticos na alimentação
dos animais.
No Rio de Janeiro, linhas de pesquisa têm sido implementadas com alho e pimenta malagueta como estimulantes
do crescimento de suínos, estudos testando o desempenho de frangos de corte
alimentados com dietas contendo alho, uso comparativo entre antibióticos e probióticos na alimentação de frangos de corte. Para
suínos, pró-nutrientes, como probióticos, prebióticos, ácidos orgânicos e óleos essenciais têm sido
estudados em dietas para leitões, em dietas de suínos em crescimento e em
terminação.
Os resultados têm sido promissores, o que nos dá
a certeza de que todos os anseios da população, com relação ao consumo seguro e
adequado de produtos de origem animal, produzidos de forma sustentável, vão
continuar sendo atendidos.