Autor/s. : Ana
Beatriz Rocha de Castro Lopes, Fabiana Golin Luiggi e Marcos
Tsé, Pós- Graduandos em Zootecnia, Faculdade
de Medicina Veterinária e Zootecnia -FMVZ-, Universidade Estadual Paulista
-UNESP-, SP; Dirlei
Antonio Berto e Francisco Stéfano Wechsler, Prof., FMVZ,
UNESP, SP; Messias Alves da Trindade Neto, Prof., Faculdade de Zootecnia e
Engenharia de Alimentos -FZEA-, Universidade de São Paulo -USP-, SP, e Marco
Antônio Martin Biaggioni, Prof., Faculdade de
Ciências Agronômicas -FCA-, UNESP, SP.
Sumário
A alimentação é o componente que mais eleva o custo de produção
de suínos, o que justifica a realização de estudos com ingredientes que
melhorem o valor nutricional das rações. Desse modo, o trabalho foi realizado
com o objetivo de avaliar a utilização de grãos úmidos de milho ensilados ou
preservados com propionato de cálcio para leitões
desmamados. No experimento I (EI) foram utilizados 63 animais (6,8 ± 1,02 aos
24,0 ± 2,51 kg), com três tratamentos: rações à base de grãos de milho seco
moído (MSM); rações à base de silagem de grãos úmidos de milho moído (SGUM);
rações à base de silagem de grãos úmidos de milho moído acidificado com 1,2% de
propionato de cálcio (SGUMA) e seis repetições. No
experimento II (EII) foram utilizados 36 suínos (8,3 ± 0,68 aos 26,7 ± 1,29
kg), com dois tratamentos: rações à base de silagem de grãos úmidos de milho
moído (SGUM) e rações à base de grãos úmidos de milho moído preservado com 2,4%
de propionato de cálcio (GUMA) e seis repetições. No
EI não houve efeito dos tratamentos no consumo diário de ração (CDR); o ganho
diário de peso (GDP) nos primeiros sete dias foi menor nos leitões que
receberam SGUMA, comparado àqueles que receberam MSM, embora no período total
estudado não houve diferença entre tratamentos; a
conversão alimentar (CA) na primeira semana dos leitões que receberam SGUMA foi
pior em relação aos demais, mas no período total os animais alimentados com
SGUM apresentaram melhor CA em relação àqueles alimentados com MSM. No EII não
houve diferença no CDR entre os tratamentos; o GDP nos primeiros oito dias e no
período total foi menor nos leitões que receberam GUMA; a CA na primeira semana
não diferiu, enquanto no período total os animais alimentados com SGUM foram
mais eficientes. O SGUM apresenta melhor valor nutricional para leitões no
período total de creche comparada ao MSM, pois determina melhora da CA. Não há
vantagens no desempenho de leitões com o uso do propionato
de cálcio como aditivo no processo de ensilagem ou como preservativo na
conservação de grãos úmidos de milho.
Palavras-chave: conservação de grãos, desempenho, silagem, suínos.
INTRODUÇÃO
No intuito de melhorar a rentabilidade da produção, os
suinocultores têm buscado aumentar a produtividade e reduzir os custos,
utilizando animais com alto valor genético e de boas condições sanitárias,
adequados programas de manejo e de nutrição.
O gasto com alimentação representa cerca de 60 a 70% do custo de
produção do suíno terminado (1) e o milho participa em 50 a 80% da composição
total das rações (2). Diante disso, a busca de alimentos alternativos é uma
preocupação constante dos pesquisadores, que visa otimizar
os índices produtivos e econômicos nos sistemas de produção. Uma alternativa
para redução nos custos das rações tem sido o uso da silagem de grãos úmidos de
milho (3).
Diversas vantagens da silagem de grãos úmidos
em relação ao milho seco podem ser citadas, dentre elas, antecipação da
colheita, redução nas perdas quantitativas e qualitativas na fase pós-colheita,
sistema de armazenamento mais simples e econômico, conservação do valor
nutritivo por maior período de tempo, maior disponibilidade de nutrientes,
menor incidência de diarréia em animais recém-desmamados e ausência de taxas e
impostos, que incidem sobre o milho seco que é adquirido no mercado formal (4).
Visando a melhora na qualidade nutricional da silagem de grãos
úmidos, tem sido proposto o uso de aditivos, principalmente biológicos ou
químicos, no momento de confecção da silagem. Os aditivos para silagem podem
ser classificados nas categorias de estimulantes da fermentação (culturas
bacterianas ou fontes de carboidratos), inibidores da deterioração aeróbia
(ácidos orgânicos), nutrientes e absorventes (5).
Existem duas alternativas de uso dos ácidos orgânicos e de seus
sais, especialmente de sódio e cálcio, para preservação do milho colhido com
teor alto de umidade. Em dosagens menores contribuem para melhorar a
estabilidade aeróbia da silagem, atuando como aditivo, dificultando o
crescimento de fungos e leveduras após abertura do silo e, em dosagens maiores,
determinam a inibição completa do processo de fermentação (6).
Em um estudo que monitorou a temperatura de grãos úmidos de
milho, preservados com ácidos orgânicos ou ensilados, após exposição ao ar em
uma sala mantida a temperatura de 24 a 27 °C, observou-se
aumento na temperatura inicial de 15 °C dentro das primeiras 24 horas na silagem
e nenhuma variação no milho preservado (7).
Juchem e Rodrigues (8) recomendaram o uso de
ácido propiônico para preservação dos grãos de milho
com 30% de umidade durante 12 meses de armazenamento, entretanto, lembraram que
a aplicação correta de ácidos deve baixar o pH para
próximo de 4,0 e que para isso deve ser levado em consideração o teor de
umidade dos grãos, a duração do período de armazenamento e a taxa de
descarregamento do silo.
O presente trabalho foi realizado para avaliar
os efeitos da ensilagem de grãos úmidos de milho moídos com ou sem o uso de propionato de cálcio como aditivo, e de grãos úmidos de
milho moídos preservados com propionato de cálcio
sobre a qualidade do produto final e o desempenho de leitões desmamados.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram conduzidos dois experimentos nas instalações experimentais
para suínos da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP –
Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu.
Para a produção da silagem de grãos úmidos de milho moído,
silagem de grãos úmidos de milho moído acidificados com 1,2% de propionato de cálcio e dos grãos úmidos de milho moído
preservados quimicamente com 2,4% de propionato de
cálcio, os grãos foram colhidos e triturados em moinho de serra com peneira de 6mm e em seguida armazenados em tambores plásticos de 100
litros.
Os leitões foram alojados em salas contendo baias metálicas
elevadas, medindo 1,0 x 1,75 m, equipadas com comedouro, bebedouro tipo chupeta
e campânula para aquecimento, durante toda a fase de creche.
As amostras de grãos úmidos ensilados com ou sem propionato de cálcio ou preservados com propionato
de cálcio foram coletadas na abertura dos tambores para elaboração das rações e
imediatamente submetidas à análises bromatológica, de pH, granulometria
e perfil de ácidos orgânicos.
As análises bromatológicas foram
efetuadas segundo metodologias propostas pela AOAC (9). Para a análise de pH, 20 g de amostra foi suspensa em 30 ml de água
deionizada, formando uma massa homogênea, que foi agitada por barra magnética e
agitador elétrico por 10 minutos e, em seguida, realizada a leitura em um
potenciômetro. As avaliações de granulometria foram
realizadas de acordo com metodologia descrita por Zanotto e Bellaver
(10), enquanto que o perfil de ácidos orgânicos foi determinado a partir das
amostras que foram centrifugadas a 12.000 rpm
durante 8 minutos, em seguida foram filtradas em membrana pvdf
(0,22μm de poro 13 mm de diâmetro hieroglífica) da marca MILLI PORE, para
reter o material sólido e posteriormente colocadas no frasco do injetor
automático do cromatógrafo líquido Varian, modelo PRO STAR 410, com duas bombas binárias,
injetor automático e detector IR (Índice de refração), coluna BIO RAD HPX87H
(65°C) e tempo de corrida 0,6 ml por minuto, num tempo total de 35 minutos.
Experimento I
Utilizaram-se 63 leitões mestiços (Large
white x Landrace)
com peso médio inicial de 6,83 ± 1,02 e final de 24,01 ± 2,51 kg e com idade
média inicial de 30 dias, em um experimento com três tratamentos e seis
repetições. O delineamento foi o de blocos ao acaso e os critérios para a
formação dos blocos foram o peso e o sexo.
A
cada unidade experimental, formada por três leitões
(três
blocos) ou quatro leitões (três blocos), atribuiu-se um
dos seguintes
tratamentos: rações à base de grãos de
milho seco moído (MSM), rações à base de
silagem de grãos úmidos de milho moído (SGUM) e
rações à base de silagem de
grãos úmidos de milho moído acidificados com 1,2%
de propionato
de cálcio (SGUMA). Usou-se em todos os tratamentos uma única variedade de
milho, produzida em mesmas condições de solo, clima, adubação e tratos
culturais, que foi colhido com 25,72% e 13,20% de umidade, respectivamente,
para a produção das silagens e milho seco. A composição química do milho seco,
da silagem de grãos úmidos de milho e grãos acidificados é apresentada na
Tabela 1.
Durante
o período experimental (30 dias) foram fornecidas três
rações à vontade para os leitões,
ração inicial I até o 7 ° dia,
ração inicial
II do 8°ao 22° dia e ração inicial III do 23°
ao 30° dia. As rações foram
formuladas para atender no mínimo as exigências
nutricionais propostas pelo NRC
(11), exceto para proteína bruta (Tabela 2).
As rações foram preparadas diariamente, a partir de um
concentrado, usando misturador com capacidade para 50 kg. A quantidade de
silagens de grãos úmidos de milho moídos (SGUM e SGUMA) foi corrigida
considerando os teores de matéria seca do milho seco e das silagens.
Tabela 1. Composição bromatológica na
matéria seca do milho seco moído (MSM), silagem de grãos
úmidos de milho moído (SGUM), silagem de grãos úmidos de milho moído
acidificado com 1,20% propionato de cálcio (SGUMA) e
dos grãos úmidos de milho moído preservados com 2,40 % de propionato de cálcio (GUMA).
Tabela 2. Composição centesimal e nutricional das rações fornecidas
nas fases I , II e III dos experimentos I e II1.
O consumo de ração e o ganho de peso foram obtidos por pesagem
dos animais no início do experimento, no sétimo, no vigésimo segundo e no
trigésimo dia e da ração fornecida e das sobras diariamente.
Os dados de desempenho foram submetidos à análise de variância
utilizando o GLM do SAS (12). As médias dos resultados dos tratamentos foram
comparadas pelo teste de Tukey. A comparação das
médias entre os tratamentos com silagens e com milho seco foi realizada por
contrastes ortogonais.
Experimento II
Foram usados 36 leitões mestiços (Large
white x Landrace)
com peso médio inicial de 8,28 ± 0,68 e final de 26,65 ± 1,29 kg, e com idade
média inicial de 30 dias, num experimento com dois tratamentos e seis
repetições. O delineamento utilizado foi o de blocos ao acaso, considerando o
peso e o sexo.
A unidade experimental era constituída por três leitões que
receberam um dos seguintes tratamentos: rações à base de silagem de grãos úmidos
de milho moído (SGUM) ou rações à base de grãos úmidos de milho moído
preservado quimicamente com 2,4% de propionato de
cálcio (GUMA). Utilizou-se, nos dois tratamentos, uma única variedade de milho,
produzida em mesmas condições de solo, clima, adubação e tratos culturais,
colhida com teor de umidade de 26,82%. A composição bromatológica
da SGUM e GUMA é apresentada na Tabela 1.
Foram fornecidas três rações à vontade para os leitões durante o
período experimental de 28 dias, ração inicial I nos primeiros 8 dias, ração
inicial II do 9° ao 20° dia e ração inicial III do 21° ao 28°dia. As rações
foram formuladas para atender em, no mínimo, as exigências nutricionais
propostas pelo NRC (11), exceto para proteína bruta, para cada uma das fases
estudadas (Tabela 2).
O ganho de peso e o consumo das rações foram calculados com base
na pesagem dos animais no início do experimento, no 8º, 20° e no 28º dia e da
ração fornecida e das sobras. As rações eram fornecidas diariamente e as sobras
eram pesadas, identificadas e armazenadas em freezer para, posteriormente,
serem analisadas para determinação do teor de matéria seca. Os dados de
desempenho foram submetidos à análise de variância utilizando- se o GLM do SAS
(12).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores de pH das silagens de grãos
úmidos de milho moído (3,80 e 4,00) e de grãos úmidos de milho moído
acidificado (4,11) ficaram próximos da faixa considerada mais adequada para a
conservação de grãos úmidos, que é de 3,8 a 4,2 (13), contudo, os grãos úmidos
de milho moído preservado com 2,4% de propionato de
cálcio apresentou pH de 4,8 (Tabela 3). Resultados semelhantes foram obtidos
por Johnson et al. (14), que
verificaram valores de pH de 4,05 e 3,86 para silagens de grãos úmidos de milho
e Castro et al. (15), que observaram pH de 3,92 para
silagem de grãos úmidos de milho. O milho seco apresentou valor de pH de 5,77, muito próximo dos valores encontrados por outros
autores (2, 15, 16)
O diâmetro geométrico médio das partículas (DGM) de MSM foi
menor do que da SGUM (Tabela 3) e encontra-se próximo do limite superior do
intervalo de 500 a 650 μm, recomendado por
Zanotto et al. (17) e Zardo e Lima (18) para a moagem do milho seco usado em
rações de suínos. Os valores de DGM das silagens e do milho preservado com
ácido propiônico foram semelhantes àqueles
determinados por Lopes et
al. (19, 20).
Tabela 3. Valores médios de pH, diâmetro
geométrico médio (DGM) e perfil de ácidos orgânicos do milho seco moído (MSM),
das silagens de grãos úmidos de milho moído e dos grãos úmidos de milho moído
preservado com 2,4% propionato de cálcio (GUMA).
A adição de 1,2% de propionato de
cálcio nos grãos úmidos de milho moído para a produção de silagem alterou a
relação de ácidos orgânicos da SGUMA, reduzindo a porcentagem relativa dos ácidos lático e butírico
e aumentando a dos ácidos acético e propiônico
(Tabela 3). Quando se adicionou 2,4% de propionato de
cálcio nos grãos úmidos de milho moído, o perfil de ácidos orgânicos do produto
GUMA foi totalmente alterado e verificou-se predominância do ácido propiônico, o que já era esperado (Tabela 3).
O maior teor de ácido lático é indicativo de silagem de melhor
qualidade, enquanto o teor de ácido butírico indica
perdas significativas de matéria seca, redução da aceitabilidade e da
estabilidade da silagem. Segundo Mahanna
(21), em silagem de grãos úmidos de boa qualidade o ácido lático deve ser
dominante e estar presente de 1 a 3%, o butírico e
acético em níveis menores que 0,1% e o propiônico em
torno de 1% na matéria seca da silagem, ou seja, em relação aos demais ácidos
orgânicos, o lático deve variar de 24 a 73% e que o ácido butírico
deve ter valor menor ou igual a 2,4%.
O perfil de ácidos orgânicos indicou melhor qualidade para a
SGUM e SGUMA usadas no primeiro experimento e pior qualidade para a SGUM
avaliada no segundo experimento (Tabela 3). Considerando que o teor de umidade
dos grãos, a granulometria e as técnicas de
enchimento, compactação e vedação dos silos foram semelhantes em ambos os
experimentos, este resultado talvez possa ser explicado pela diferença de
temperatura ambiente e, consequentemente, da
atividade microbiana durante a ensilagem.
No experimento não houve efeito dos tratamentos (P>0,05) no
consumo diário de ração em nenhum dos períodos (Tabela 4). O ganho diário de
peso e a conversão alimentar nos primeiros sete dias
foram piores (P<0,05) nos leitões que receberam SGUMA, comparado àqueles que
receberam MS, embora no período total estudado não tenha havido diferenças
entre os tratamentos (P>0,05) (Tabela 4).
Tabela 4. Valores médios consumo diário de ração (CDR), ganho diário
de peso (GDP) e conversão alimentar (CA) dos leitões no experimento I1.
A conversão alimentar dos leitões que receberam SGUM foi melhor
(P<0,05) nos primeiros sete dias comparada com aqueles que receberam ração
com SGUMA (Tabela 4), não demonstrando vantagem do uso de propionato
de cálcio como aditivo no processo de ensilagem. O emprego do ácido propiônico têm sido eficiente na restrição do crescimento fúngico, mas seu uso é limitado pelo alto custo (5). A
utilização de ácidos orgânicos, portanto, seria indicada em condições
desfavoráveis à fermentação natural, como o baixo teor de umidade dos grãos
(<26%), condições inadequadas de armazenamento, esvaziamento lento do silo,
histórico de aquecimento ou presença de fungos ou quando fosse necessária a
transferência do material ensilado de um lugar para outro (5).
A comparação do desempenho dos animais alimentados com ração
contendo milho seco ou silagens por análise de contrastes no experimento I, revelou piora no ganho diário de peso (P<0,05) na
primeira semana daqueles que receberam silagens (Tabela 4), provavelmente
devido ao fato dos leitões estarem se adaptando às silagens, que propiciaram
rações mais ácidas e com maior DGM das partículas, causando redução de
aproximadamente 6% no consumo médio neste período. Por outro lado, no período
total de creche, o ganho diário de peso e a conversão alimentar
dos leitões alimentados com rações com silagem foram melhores (P<0,05).
Melhores respostas no desempenho, especialmente na conversão
alimentar, também foram verificadas por Tse
et al. (2), Oliveira et al.
(4), Castro et al. (15), Tofoli
et al. (16) e Lopes et al.
(19, 20), quando forneceram rações com silagem de grãos úmidos de milho para
leitões na fase de creche, o que foi atribuído às alterações estruturais que
ocorrem no endosperma do milho ensilado (19, 20, 22) e ao pH das rações com
silagem (2).
O processo de ensilagem provoca alterações no endosperma dos
grãos, como o rompimento da matriz protéica (19, 20, 22) e modificações
estruturais nos grânulos de amido (22), favorecendo a digestão. Além disso, o
menor pH das silagens pode ter favorecido a redução do
pH no estômago, contribuindo para maior taxa de retenção da digesta,
maior ativação das pepsinas e redução na proliferação de coliformes (23, 24),
maior dissociação dos compostos minerais da dieta e melhora da saúde intestinal
(25). Segundo Lima et al.
(26) e Lopes et al. (27), o processo fermentativo que
ocorre na silagem produz um alimento com maior digestibilidade
e disponibilidade de energia devido ao baixo pH, favorecendo o desempenho de
animais jovens que apresentam reduzida capacidade de acidificação dos alimentos
no estômago.
No experimento II, não houve efeito dos tratamentos (P>0,05)
no consumo diário de ração em nenhum dos períodos, contudo, o ganho diário de
peso nos primeiros oito dias, o ganho diário de peso e a conversão alimentar
no período total foram melhores (P<0,05) nos
leitões que receberam rações com SGUM em
relação àqueles alimentados com
rações
contendo GUMA (Tabela 5), demonstrando vantagem da ensilagem em
relação à
preservação química do milho úmido.
Tabela 5. Valores médios de consumo diário de ração (CDR), ganho
diário de peso (GDP) e conversão alimentar (CA) dos leitões no experimento II1.
CONCLUSÕES
A silagem de grãos úmidos de milho apresenta melhor valor
nutricional para leitões no período total de creche comparada com grãos de
milho seco, pois determina melhora da CA. Não há vantagens no desempenho de
leitões com o uso do propionato de cálcio como
aditivo no processo de ensilagem ou como preservativo na conservação de grãos
úmidos de milho.