Suinocultura.

S.O.S. SUÍNOS

Informativo Técnico Nº 37

STRESS.

Muito tem se falado nos últimos 25 anos sobre stress, e na suinocultura moderna onde mantemos mais de um animal por metro quadrado, nas granjas confinadas com 1.000 matrizes, onde encontramos mais de 12.000 animais alojados, a conceituação do stress, passou a ser estudada, não mais como uma disfunção orgânica, mas sim como um resultado interrelacionado com várias razões externas que influem no organismo.

Tradicionalmente o stress tem sido conceituado como sendo o estado do organismo em que todas as suas funções se encontram exacerbadas ao máximo, com o conseqüente desgaste do organismo do indivíduo, ou seja, podemos considerar o stress como um estado de tensão, fadiga, ou pressão.

Nos últimos anos estas considerações mudaram. Como causa direta do stress foram apontados diferentes fatores estreitamente relacionados entre si, destacando-se em primeiro lugar a conduta e a agressividade ou submissão, dela derivada, a adaptação ao meio ambiente e as condições externas que influem sobre o organismo.

A agressividade como causa do stress, entendemos que, fica um pouco vago, o termo que usamos para determinar as interrelações sociais dos indivíduos, que variam desde intensas brigas, até as reações de submissão completa, sendo esta responsável por mortes, refugos, baixo desenvolvimento. Podemos deduzir que uma média agressão, ou defesa seria sempre necessária, a fim de manter a ordem social e a hierarquia estável dentro de um barracão de terminação ou gestação coletiva em baias. Esta hierarquia social, caracteriza-se por um clima de quietude, calma comum a animais que crescem bem com uma conversão alimentar eficiente.

O suíno moderno, ao contrário do porco selvagem, tende a formar grupos em que permanece socialmente unido a animais que tenham o mesmo desenvolvimento sexual, o mesmo tamanho, com a finalidade de permanecerem juntos.

Esta similaridade de tamanho e idade sexual, pode teoricamente, e talvez também na prática, representar uma dificuldade para os animais quando se estabelece uma hierarquia, com diferentes níveis de domínio.

Quando um certo número de suínos, da mesma idade, peso e características zootécnicas é agrupado pela primeira vez, eles brigarão entre sí nas primeiras 24 a 48 horas para estabelecer uma hierarquia, uma linha de domínio, No ápice desta linha geralmente está o animal de maior porte, e ou com a maior idade sexual, e o lugar mais baixo é ocupado pelo mais fraco. E quanto menor o grupo de mistura em baias pequenas. Ex: misturar 5 animais de um grupo, com 5 animais de outro, em uma baia de 10 metros quadrados, a briga será muito maior; do que se misturar dois lotes de 40 animais cada, em uma baia de 70 metros quadrados. (observar que em lotes menores a briga por hierarquia é muito maior).

Os grupos recém formados não brigam enquanto estão sendo carregados, mudado de ambiente, ou em veículos em movimento, mas ao desembarcarem começam a brigar, principalmente se o deslocamento, (viagem) tiver sido de deslocamento curto, se o deslocamento tiver sido longo, por volta de 4 a 8 horas de viagem, estes animais seguramente brigarão depois de terem descansados da viagem.

Uma vez estabelecida a hierarquia, cai o nível de agressão, mas não chega a desaparecer. Podendo permanecer um certo grau de agressividade rotineira no grupo que é influenciado, por: lotação, umidade na baia e nível de sujeira e liberação de amônia no ambiente, e ainda pelo manejo da ração.

Observamos que grandes grupos de animais com mais de 60 na mesma baia, alimentados continuamente, com limitação de espaço, mostraram normalmente uma agressividade maior, entre si do que os alimentados com sistema de alimentação parcelada, 4 a 5 tratos por dia, em grupos menores, e maior espaço por animal.

TIPOS DE AGRESSÃO:

A agressividade dos suínos dentro de um grupo pode ser assim distribuída:

Aguda: a que se manifesta por brigas que ocorrem, quando há o aparecimento de novos indivíduos, que pretendem melhorar sua posição na escala hierárquica, e pretendem estabelecer uma nova ordem.

Crônica: a que se refere às manifestações para manter a ordem previamente estabelecida.

Anormal: que é caracterizada por mordeduras nas caudas e orelhas; e canibalismo (quando as matrizes comem suas leitegadas ou as de outras fêmeas); quando um membro do grupo com hierarquia já estabelecida começa a atacar os outros animais de surpresa; ou ainda matrizes que passam a atacar suas companheiras de baia; ou até animais adultos que matam e comem os mais jovens.

CAUSAS DO STRESS:

Lotação excessiva nas baias, ventilação deficiente, animais confinados em baias e tomando sol, água quente, ou falta de água nos bebedouros, excesso de luminosidade na baia, e ainda local de correntes de vento acentuadas, baias mantidas muito sujas, e ou úmidas, quando a alimentação e feita parcelada, em 4 a 5 tratos por dia, procurar faze-los sempre aos mesmos horários, cochos mal dimensionados, que prejudicam a acesso dos animais para se alimentarem, e ainda temos observado animais em condição de stress, em baias nos extremos dos barracões. E temperatura acima de 30º tem sido predisponente ao aparecimento dos processos de stress na granja.

sossuinos@uol.com.br


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