SUINOCULTURA

S.O.S. Suínos

Informativo Técnico 42

"NATIMORTALIDADE"

É de extrema importância reduzirmos a porcentagem de natimortos na nossa suinocultura, haja visto termos presenciado taxas entre 15% a 20% de leitões dados como natimortos, quando sabemos seguramente que pelo menos 95% destes leitões, (natimortos) nascem vivos, e morrem, nos primeiros minutos e até algumas horas após o parto e foram anotados nos controles da granja como natimortos, que fica bem caracterizado a falta de acompanhamento dos partos.

O suinocultor, deve ter como parâmetro, que um leitão ao nascer, já tem um custo fixo entre US$. 12 a 18 dólares, entre ração consumida pela sua mãe e pai, alem dos custos de mão de obra, medicamentos e depreciação e manutenção das instalações da granja, dependendo do nível de produtividade obtida.

Vejamos o quadro abaixo:

Quantidade de ração (Kg) consumida pela matriz; por leitão nascido vivo por parto.

Nascido/parto Nº de leitões 11 10 9 8 7
Kg/ ração
p/ leitão
50 55 6l 68 78

Consideramos no exemplo acima, fêmeas com 2 partos por ano, consumindo em média 1.100 kg de ração gestação/lactação por fêmea/ano.

Devemos ter como alvo de produção os seguintes índices.

Partos/fêmea/ano 2,29 Nº leitões Nascidos 10.9
Nº leitões Nascidos vivos 10.4
(*) Natimortos 4%
Mumificados 1.4%
Mortalidade na maternidade 5%
Desmamados por parto 9,88 Mortalidade creche 1%
N° de cevados vendidos por Fêmea por ano 22,39

"Fatores que predispõe ao maior numero de natimortos"

Fêmeas primíparas tem taxa de natimortos significativamente superior que matrizes entre o 2° e o 3° parto.

Matrizes velhas após 5° e 6° partos tem aumentos substanciais nas taxas de natimortos.

Leitegadas pequenas, menos de 6 leitões ou grandes acima de 14 leitões apresentam taxas de natimortalidade maiores, assim como leitegadas com elevado número de mumificados.

O horário do parto (dias quentes), ou no verão com temperatura ambiente acima de 28 a 32 graus, a incidência de natimortos poderá ser maior.

Matrizes com períodos de gestação anormais, 112 ou 117 dias apresentam maiores taxas de natimortos.

Partos extremamente demorados, entre 6 e 8 horas de duração entre o 1° e o último leitão, também predispõe a maiores taxas de natimortos, sendo que os natimortos nascem geralmente após um largo intervalo entre nascimento dos leitões, por volta de 40 a 60 minutos; o normal seria leitões nascerem a intervalos de 10 a 12 minutos no inverno, e 12 a 15 minutos no verão, o ideal seria até com intervalos menores; e os leitões que nascem por último tem mais chances de serem natimortos.

Leitões muito grandes, mais de 1.800 gramas, bem como os muito pequenos, menos de 1.000 gramas são os mais suscetíveis.

Fêmeas mantidas extremamente gordas tem mais chances de produzirem natimortos, assim como fêmeas com fezes ressecadas, com consumo restrito de água, ou ainda consumindo rações (reprodução), gestação e ou lactação com baixos teores de fibra também estarão mais sujeitas a parirem mais natimortos.

"Como diminuir o número de natimortos"

Melhorar significativamente o acompanhamento dos partos, enxugar os leitões, massageando-os, desobstruindo as vias respiratórias, e livrando-os da placenta, quando envolvidos na mesma.

Estimular e orientar os leitões, logo nos primeiros minutos após o nascimento a mamarem, para que tenham condições de ingerir a maior quantidade possível de colostro.

Identificar dentro da granja o que é natimorto, e o que é (natimatado), aquele leitão que nasceu vivo mas as vezes o funcionário da maternidade, para se isentar de culpa sobre os leitões mortos na maternidade, por não ter acompanhado os partos, e as primeiras mamadas, quando encontra o leitão morto na baia, às vezes até no dia seguinte ao parto, coloca na ficha da matriz como leitões natimortos.

Identificar ainda os índices de natimortos, nos partos que ocorreram durante o dia e a noite, e se possível qual funcionário que atendeu ao parto.

Devemos ter certeza que os natimortos morreram intraparto e não pós parto, e anotar na ficha da matriz com fidelidade nas informações, os seguintes dados: Nº de Nascidos, Natimortos, Mumificados, Esmagados, Nascidos fracos, Peso ao Nascer e Diferença de peso entre o Leitão mais leve e o mais pesado.

Determinar a freqüência de natimortos em varias parições, e manter um histórico, controle (anotado) as temperaturas máxima e mínima no ambiente da sala de maternidade diariamente.

Anotar na ficha da matriz duração do parto, temperatura ambiente, horário de inicio e fim do parto.

Observar se os partos tem ocorrido nas datas previstas; o correto seria 114/115 dias após a cobertura ou inseminação.

Maiores níveis de colina, adição de gordura vegetal, bem como maior nível de cálcio nas rações gestação poderia induzir a menores taxas de natimortos.

Devemos estar atentos pois podemos estar perdendo mais de 20% da nossa produção de suínos por falta de um melhor acompanhamento por ocasião dos partos.

(*) Adotar como meta, índice de natimortos abaixo de 4%.

sossuinos@uol.com.br


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