Informativo Técnico 55

SUINOCULTURA.

Cisticercose suína não é mais problema.

*Romão da Cunha Nunes.
Ingrid Bueno Atayde.

Cisticercose é uma doença que, na atualidade, não tem grande significado na moderna suinocultura, apesar de ainda ser creditada ao suínos. Compactuam de tais visões deturpadas os consumidores de todas as classes e até profissionais que atuam na área de saúde e nutrição, que se baseiam em tabelas antigas, ( referentes aos animais tipo banha ) em detrimento da literatura atualizada do setor suinícola.

Apesar de tantas preocupações, muitos consumidores revelam gostar de carne suína por ser saborosa e incluem em sua alimentação os seus derivados, ( presunto, apresuntados, salaminhos e outros produtos ) que, somados representam 70% do total da carne suína produzida no Brasil. De posse de tais informações, cabe a nós a tarefa de esclarecer a população, favorecendo o consumo despreocupado de tal alimento. Desse modo, transformamos o difamado porco no salutar suínos.

Os suínos e bovinos são apenas hospedeiros intermediários, ou melhor vítimas, ao serem contaminados por ovos de vermes eliminados pelo homem. No organismo desses animais se desenvolvem as formas larvares ( cisticercos ), alojadas preferencialmente no tecido muscular.

No caso de ingestão por humanos dessa carne crua ou mal cozida, as larvas se desenvolverão na cavidade intestinal, ( solitária ) e, apesar da necessidade de tratamento orientado, o problema é bem menos grave que a cisticercose.

Essa doença ocorre quando o homem, hospedeiro definitivo, ingere alimentos ou água contaminada por ovos que ele mesmo eliminou, desempenhando o papel de hospedeiro e intermediário errático. Os cisticercos se estabelecem geralmente nos músculos, tecidos oculares e sistema nervoso central, resultando em graves manifestações da doença. Na criação intensiva atual os riscos de contaminação são praticamente nulos, já que os animais são mantidos confinados e em piso de cimento sem qualquer acesso à terra ou pastagens.

Como atividade econômica a suinocultura já se prova rentável e promissora, experimentando grandes progressos técnicos e de comercialização. O mercado goiano desponta nesse contexto por contar com vários fatores que o privilegiam: está inserido em um grande eixo consumidor ( Brasília, Anápolis, Goiânia, Itumbiara, Rio Verde, Jataí, Santa Helena); possui excelente localização e oferece condições excepcionais de economicidade na produção devido a boa disponibilidade de milho e soja, ingredientes básicos da alimentação suína.

É bom salientar ainda que a atividade suinícola desempenha relevante papel na fixação do homem no campo, com geração de 5 milhões de empregos em todo o Brasil, de forma direta e indireta. Não se pode esquecer, no entanto, da necessidade de investimento permanente em qualidade, tanto nos produtos quanto nos padrões sanitários, visando atender o mercado externo, que apresenta rígidas exigências sanitárias, e também o consumidor nacional, ajudando-o a se livrar dos mitos construídos ao redor da carne suína.

Assim, podemos tranqüilamente aceitar esse alimento em nossa mesa, desvinculando-o dos preconceitos populares. A carne suína inspecionada e controlada é alimento nobre, saudável e acima de tudo saboroso.

* Romão da Cunha Nunes
Ingrid bueno Atayde.

São, respectivamente, professor orientador e aluna do curso de Planejamento Estratégico em Ciência e Tecnologia para o Agronegócio na Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás. ( UFG ).

sossuinos@uol.com.br


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