Informativo Técnico 56

SUINOCULTURA.

CONFORTO AMBIENTAL:

A maioria das fases da vida de um suíno ocorre em barracões, por isso a demanda ambiental de calor será determinada em grande parte pela temperatura radiante das superfícies das paredes, do forro, dos equipamentos, da renovação do ar no ambiente, das características do piso, e da lotação utilizada em cada setor da suinocultura.

A temperatura ambiental que circunda o animal é de primordial importância para seu conforto e desenvolvimento de processos fisiológicos. Tendo em vista que são animais hemeotérmicos, os suínos desenvolvem através de reações metabólicas a temperatura corporal em torno de 39 graus celsius, e muitas vezes possuem mais dificuldade de transpiração. Nos primeiros dias de vida seus mecanismos termorreguladores são deficientes, dificultando ainda mais a estabilidade térmica.

O ambiente precisa fornecer a melhor temperatura para o animal; isso pode ser alcançado por meio de fontes artificiais de calor, construção de escamoteadores ( creep ), uso de cama etc... Ao nascerem, os leitões saem em busca de uma fonte de aquecimento, quando a temperatura ambiental é menor que 16 graus celsius eles praticam o " calor de comunidade ", amontoando-se para evitar a perda de calor corporal para o meio ambiente.

Sabe-se que 50% dos leitões com menos de um dia de idade optam por 32 a 34 graus celsius; 64% dos leitões com um ou dois dias de idade, e ainda 50% destes leitões entre 8 e 42dias de idade ainda preferem temperaturas entre 27 a 31 graus celsius. Os animais de terminação procuram ambientes com temperaturas entre 12 e 21 graus celsius. O suíno, para se livrar do stress calórico, ( calor do ambiente ), reage estirando-se no chão e intensificando o ritmo da respiração. Caso isto não funcione eles poderão não mais se alimentarem, terão um crescimento mais lento, e podem chegar a morte súbita. Dos animais domésticos, os suínos são os mais sensíveis às altas temperaturas, pois possuem uma capa de tecido adiposo ( gordura ), e seu sistema termorregulador pouco desenvolvido em comparação a outras espécies.

Uma Segunda variável a ser considerada para um melhor desenvolvimento da produção é a umidade relativa do ar. Quando o ar está seco, menos de 60% de umidade relativa, a perda de calor dos suínos, torna-se um processo bem mais eficiente. Quando o ar está quente e úmido, (umidade relativa acima de 70 %), os suínos não conseguem eliminar muita água dos pulmões, e por isso começam a ofegar mais rapidamente, diminuem a ingestão de alimentos e diminuem os movimentos. Quando a umidade relativa do ar, e a temperatura são extremamente altas, os animais não podem ofegar com rapidez suficiente para liberar todo o calor necessário do corpo. O mesmo não acontece quando a umidade relativa é baixa. No interior de um instalação o grau de umidade depende da umidade relativa do ar, da água eliminada na forma de vapor, pelos animais, na utilização ou não de sistemas de umidificadores ambientais.

A ventilação nas instalações deve ser melhor no verão do que no inverno. O objetivo da ventilação no inverno é eliminar o excesso de umidade ambiental, produzida pelos animais, mas deve-se tomar cuidado para não diminuir muito a temperatura do local. Quando a temperatura do exterior é superior a do interior, é interessante que se aumente a renovação do ar e umedeça o piso, corredores, e baias, ou instale chuveiros para eu possam se refrescar, a fim de evitar o sofrimento causado pelo ar quente e parado. A ventilação também servirá para eliminar gases tóxicos produzidos pelos próprios animais que ficam no ambiente.

sossuinos@uol.com.br


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