S.O.S. Suínos

Informativo Técnico nº 60

SUINOCULTURA

 

GRIPE SUÍNA. 28 de Abril de 2.009

Um surto de gripe suína infectou humanos no México e nos Estados Unidos e já matou 157 pessoas no território mexicano, confirmaram nestes últimos dias as autoridades médicas internacionais.

Devemos enfatizar, que primeiramente a GRIPE SUINA, equivocadamente assim chamada, neste caso deveríamos chamar de  “ GRIPE MEXICANA “  e que em algum momento, a recombinação de vírus de influenza suína, associada a gripe aviária, e gripe humana, contaminou uma  pessoa, e que os casos agora suspeitos e confirmados foram de contaminação de pessoas para pessoas. A recomendação é evitar aglomerações, manter praticas de higiene e alimentação sadia.

 
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) analisou amostras do vírus H1N1 de alguns pacientes e disse se tratar de uma mistura jamais vista entre vírus que atacam suínos, aves e humanos.
Nova Zelândia, Guatemala, Canadá, Escócia, Estados Unidos e  França;  já tem casos suspeitos, e Espanha confirmou ontem as 13 horas; a primeira morte.

Gripe Suína:  Entenda o que é a doença e quais seus riscos.

O que é a gripe suína?
Uma doença respiratória que atinge porcos causada pelo vírus influenza tipo A, que tem diversas variantes.
Algumas das mais conhecidas são a H1N1, a H2N2 e a H3N2. Surtos da enfermidade são comuns, mas raramente causam mortes nos animais.
A gripe tende a se propagar mais durante o outono e o inverno, mas são registrados casos durante o ano inteiro.Existem vários tipos de gripe suína e, assim como acontece no caso da gripe humana, o vírus causador da doença se modifica constantemente.

Os humanos podem contrair a gripe suína?
Normalmente não, mas no passado foram registrados casos em pessoas que tiveram contato próximo com porcos.
Mais raros ainda ERAM; os casos documentados de contágio de pessoa para pessoa. A contaminação ocorre da mesma forma que a gripe comum, por meio de perdigotos lançados na tosse e espirros. No caso da gripe suína, os relatos de suspeitas, de pessoas contaminadas, de pessoas para  pessoas, e que não tiveram nenhum contato com suínos.

Esta doença no México é um novo tipo de gripe suína?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou que alguns dos casos registrados são formas não conhecidas da variedade H1N1do vírus Influenza A. E
ele é geneticamente diferente do vírus H1N1 que vem atacando humanos nos últimos anos e contém DNA associado aos vírus que causam as gripes aviária, suína e humana, incluindo elementos de viroses européias e asiáticas.

O quanto as pessoas devem se preocupar?
A OMS afirma que ainda é muito cedo para lidar com a situação como se ela fosse o início de uma pandemia. Entretanto, o risco existe e a evolução dos casos está sendo acompanhada de perto por especialistas.

Posso consumir Carne Suína? Não há nenhum risco do consumo de carne  suína.
Não há contaminação pelo consumo de carne ou produtos suínos. Cozinhar a carne de porco a 71 graus Celsius mata o vírus da gripe suína, assim como outros vírus e bactérias.


RECOMENDAÇÕES DE BIOSSEGURANÇA PARA SUINOCULTORES.



O National Pork Board dos EUA estão estimulando os suinocultores a aumentarem os planos de biossegurança de suas granjas por causa da nova cepa do vírus da influenza suína tipo H1N1 relatada pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. O vírus é único e não havia ainda sido detectado no rebanho suíno americano.
 
Até agora, não foram encontrados suínos infectados ou doentes por causa deste vírus. No entanto, por ser um vírus novo, o National Pork Board está solicitando que os produtores tomem precauções adicionais para proteger os trabalhadores e animais do setor.
 
Para evitar a introdução da nova cepa do vírus da influenza suína tipo H1N1 em sua granja, siga as boas práticas de biossegurança. Como já foi relatado que pessoas ficaram doentes por causa deste vírus, garanta que suas práticas de biossegurança enfatizem especialmente a proteção de seus animais e funcionários, monitorando todas as pessoas que têm acesso à sua granja.
 
Leve em consideração as seguintes práticas:

  1. Estabelecer, implementar e impor políticas rígidas de licença de saúde para funcionários que apresentem sintomas semelhantes à gripe, como febre, tosse, dores no corpo e, às vezes, vômitos e diarréia.
    • Evitar que o funcionário com estes sintomas entre na granja por pelo menos sete dias depois de apresentar sintomas de doença respiratória, mesmo que leves.
    • Recomendar que o funcionário com estes sintomas procure um médico imediatamente e solicitar que o contato desta pessoa com suínos seja comunicado ao médico durante a consulta.
    • Solicitar que os funcionários relatem se membros de sua família apresentarem sintomas de gripe. Solicitar que estes busquem cuidados médicos e relatem ao médico que um membro da família tem contato com suínos. Considerar a restrição do contato deste funcionário com os animais.

 

  1. Implementar medidas de biossegurança para funcionários que relatarem viagem internacional.  
    • Esta restrição não se limita às pessoas que tiveram contato com animais em países estrangeiros.
    • Pense em evitar a entrada de funcionários que fizeram viagens internacionais, especialmente para o México, em sua granja.
    • Se a sua entrada for essencial, solicite que estas pessoas usem máscaras naso-faciais ou, de preferência, respirador N95, e luvas ao entrar na granja e durante sua permanência dentro da granja.
    • Se os funcionários que relataram viagem internacional apresentarem sintomas de gripe, restrinja seu acesso à granja.
    • Recomendar que busquem imediatamente cuidados médicos e que relatem sua viagem ao médico.

 

  1. Limitar visitas a granjas  ( proibida a entrada de visitantes na  granja )
    • Limitar a entrada de pessoas na granja aos funcionários e pessoal de serviços.
    • Evitar que visitantes estrangeiros entrem nas suas granjas.
    • Evitar a entrada de pessoas que relatarem viagem internacional (especialmente ao México) nas últimas duas semanas.

 

  1. Seguir outras práticas comumente aceitas de biossegurança, como:
    • Prestar atenção à ventilação – Os sistemas de ventilação nas instalações de produção devem ser projetadas para minimizar a recirculação de ar dentro das instalações que alojam animais. Isto é importante para reduzir a exposição dos suínos a vírus de outros suínos e reduzir a exposição dos animais a vírus da gripe humana.
    • Impor práticas básicas de higiene -
      1. Os funcionários devem tomar banho e usar uniformes e calçados específicos da granja antes de entrar nas instalações. Se isto não for possível, impor pelo menos o uso de calçados específicos e que lavem os braços e as mãos antes de entrar em contato com os animais.   
      2. Recomende que os funcionários em galpões e escritórios lavem as mãos com freqüência.
    • Implementar e impor o uso de equipamentos de proteção individual – Forneça equipamentos básicos de proteção individual (PPI) para os funcionários que trabalham nos galpões. Devem ser incluídas máscaras nasofaciais ou, de preferência, respiradores, proteção ocular e luvas.
    • Vacinar os suínos contra o vírus da influenza – A vacinação dos suínos pode reduzir o nível de vírus excretado pelos animais infectados.
    • Recomendar que todos os funcionários tomem a vacina anual contra a gripe – Esta vacina é produzida anualmente e contém apenas cepas que causam gripe humana e não influenza suína. De qualquer forma, esta vacina promove certa proteção contra vírus suínos do mesmo tipo. A vacinação dos funcionários da granja deve reduzir a quantidade de vírus excretada se estes forem infectados durante surtos de gripe humana, limitando o potencial de infecção de suínos por vírus da gripe humana.

Se você observar, ou se os funcionários relatarem, doença respiratória nos suínos, entre imediatamente em contato com um veterinário especialista em suínos, especialmente se o surgimento da doença for incomum. Se considerar necessário, o veterinário pode solicitar que amostras sejam coletadas de animais e enviadas a um laboratório de diagnóstico veterinário.
 
Se funcionários coletarem as amostras, exija que usem equipamento de proteção individual, como respirador N95, luvas e óculos de segurança.
 
Fale com o seu veterinário se forem relatados ou observados sintomas de gripe em qualquer pessoa que tenha ou teve contato com os seus animais e relate o fato ao enviar as amostras para o laboratório de diagnóstico

Departamento técnico SOS SUINOS.

e-mail: sossuinos@uol.com.br

 

 

 

 

Setor Suinícola Contesta Nome Dado ao Novo Tipo de Gripe Encontrada nos EUA e no México

 

Criadores, associações e empresas ligadas à suinocultura alertam para a denominação injusta do novo tipo de gripe, cuja ocorrência iniciou no México e nos Estado Unidos. Segundo o setor, é errado denominar a doença de “gripe suína”, uma vez que não foi notificado nenhum caso de contaminação de suínos com o tipo de vírus responsável, que é um tipo recombinante de gripe humana, de aves e de suínos. E não há relatos de que as pessoas contaminadas tenham adquirido a enfermidade de suínos. Na realidade, consta que as pessoas contaminadas até agora, no México e nos Estados Unidos não tiveram contato com suínos.

 

A informação ganha reforço da OIE (Organização Internacional de Epizootias) que confirmou hoje, 27 de abril, através de nota oficial que “até o momento este vírus não foi isolado em animais e, portanto, não justifica denominar a doença de influenza suina”. Ainda segundo nota oficial da OIE, “no passado muitas epidemias de influenza humana de origem animal foram denominadas a partir de sua origem geográfica como, por exemplo, a Gripe Espanhola ou Gripe Asiática. Desta forma, seria lógico denominar esta doença de “Gripe ou Influenza Norte-Americana”.

 

Veja abaixo, a íntegra da nota oficial (tradução livre) divulgada pela OIE nesta segunda-feira:

 

 

 

Doença humana por vírus “H1N1 A”  semelhante à influenza  no México e EUA:  Declaração da OIE

 

Paris, 27 de abril de 2009 - Um vírus circulante no México e nos EUA e que envolve transmissão pessoa-a-pessoa parece causar doença grave em algumas pessoas infectadas. Não existem evidências de que este vírus seja transmitido por alimentos.

Não é o vírus clássico da influenza humana denominada influenza ou gripe sazonal, que causa milhões de casos de gripe por ano em todo o mundo, mas um vírus que inclui em suas características componentes dos vírus da influenza suína, aviária e humana.

Quaisquer relatos de doenças semelhantes à influenza em animais no México e nos EUA poderiam confirmar uma relação entre os casos humanos e possíveis casos em animais, inclusive em suínos. Até o momento, este vírus não foi isolado de animais. Portanto, não se justifica denominar esta doença de influenza suína. No passado, muitas epidemias de influenza humana de origem animal foram denominadas a partir de sua origem geográfica como, por exemplo, a Gripe Espanhola ou Gripe Asiática. Desta forma, seria lógico denominar esta doença de “Gripe ou Influenza Norte-Americana”.

Pesquisas científicas devem ser urgentemente conduzidas para identificar o grau de suscetibilidade de animais a este novo vírus e, caso seja relevante, instituir medidas de biossegurança, inclusive possível vacinação para a proteção de animais suscetíveis. Caso fosse demonstrado que este vírus pode causar doença em animais, a circulação deste vírus poderia complicar a situação regional e global em termos de proteção da saúde pública.

Atualmente, somente a comprovação de dados relacionados à circulação deste vírus em zonas de produção de suínos em países que apresentassem casos humanos poderia justificar medidas comerciais de restrição da importação de suínos destes países. A OIE continuará exercendo seu papel de monitoramento e se compromete a publicar imediatamente todas as informações apropriadas, divulgando-as aos países membros, laboratórios de referência e centros colaboradores.

OIE e FAO enfatizam o grande valor da rede de laboratórios veterinários de controle de influenza denominada OFFLU, responsável pela vigilância da evolução dos vírus da influenza em animais. Existe a necessidade de reforçar esta rede, cujos membros são solicitados a divulgar imediatamente em domínio público qualquer seqüência genética de vírus da influenza que venham a obter.

Este evento de influenza ressalta mais uma vez, para todos os países, a importância crucial da manutenção de serviços veterinários mundiais capazes de implementar medidas de detecção precoce de patógenos emergentes relevantes em animais com potencial impacto para a saúde pública. Esta capacidade está plenamente ligada à boa governança dos serviços veterinários e sua conformidade com as normas internacionais de qualidade prescritas pela OIE.

 

Abril de 2009  

 

Fonte: http://www.oie.int/eng/en_index.htm 

 

 

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