S.O.S. Suínos

Informativo Técnico nº 90

SUINOCULTURA

 

Sistema de produção.

 

A criação de suínos no Brasil, vem desde o inicio da colonização, ano de 1.530, temos as primeiras confirmações de chegadas de animais (PORCOS ) trazidos da Europa, Ásia, África, para cá. E evidente que por termos uma atividade muito heterogênea, de diversas origens, e raças, povos com costumes diferentes, nestes quase 500 anos, temos muitas variações nos sistemas de criação.

 

Começamos com as criações de porcos extensivas de animais criados soltos, alongados no mato, que depois eram caçados à cavalo, e com cães, eram abatidos a tiro. Depois fechamos os animais em mangueiros, e ou chiqueiros, quase sempre nas baixadas e beira de córregos, onde tínhamos a facilidade de captura para abate, eram criações rústicas, de baixíssima produtividade, se bem que de custo de produção também relativamente baixo, eram criados animais rústicos, geralmente tipo banha, de ganho de peso muito ruim, carcaça de péssima qualidade. Alimentados basicamente de milho, abobora e mandioca. E assim permaneceu até por volta de 1.950.

 

Neste período tivemos inicio de importações de animais das raças Duroc, Hampshire; principalmente dos EUA, e iniciou uma primeira fase de modernização da criação de PORCOS tradicional que tínhamos até então e passamos para o inicio da “ SUINOCULTURA “ e bem verdade que por falta de conhecimento, de estrutura, e conceitos sanitários, nutricionais; e principalmente de genética, muitos cruzamentos de animais remanescentes, com os que chegavam, acabaram prejudicando as qualidades  especificas de ambos.

 

Novamente por volta de 1.960 novas importações de Animais das raças, Large-White, Landrace, da Europa, e novos conceitos de suinocultura, instalações confinadas, esta fase foi importante para a modernização da atividade no Brasil.

 

Entre os anos de 1.970 a 1.980, tivemos as maiores importações de animais da Europa, e dos EUA, pelas novas empresas de melhoramento genético, aqui estabelecidas;  recebemos animais Large-White, Landrace,  Pietrain e Duroc, entre outras. E os grandes avanços em Genética, Nutrição, Manejo, Sanidade, Ambiência, Genética, e  principalmente a implantação da base da nossa suinocultura moderna “CONFINADA” partiu deste  período, em diante.

 

Pela breve retrospectiva acima e de se esperar a diversidade, que temos hoje na atividade de suinocultura no Brasil.

 

Vamos especificar algumas:

 

Ciclo Completo:

Granja onde o produtor tem todas as fases: Gestação, Maternidade, Creche, Recria e Terminação., é o que chamamos de granja comercial., que produz animais para o abate.

 

Produtor de Material Genético:

Granjas que produzem matrizes e reprodutores,  A especialização desta atividade é MELHORAMENTO GENETICO, é produzir animais destinados a povoação das granjas comerciais.

 

UPL

Unidade de Produção de Leitão. Granja onde temos as fases de: Gestação, Maternidade e Creche. E produz leitões que serão vendidos para os Crecheiros  ou Terminadores.

 

Crecheiros:

Granjas que recebem animais de produtor de leitão que não tem creche, nesta granja ele faz a criação da desmama ate a saída de creche.

 

Terminadores:

Recebem os leitões ou do Crecheiro ou da UPL e fazem a terminação do animal ate idade de abate.

 

Vejamos agora a definição da atividade de acordo com a instalação.

 

Granja de Confinamento Total:

Matrizes gestantes são mantidas em gaiolas de gestação. Matrizes lactantes são mantidas em gaiolas de maternidade, Reprodutores, e marrãs são alojados em gaiolas, e ou baias de reposição; Leitões após a desmama vão para gaiolas de creche, que a seguir; para recria e terminação, toda a criação; em todas as fases é mantida exclusivamente dentro de galpões. Sem acesso a área externa.

 

Sistema SISCAL:

Parte da criação, principalmente a fase de gestação; é mantida em piquetes, sombreados, com uso de cerca elétrica. As outras fases usa-se o sistema de confinamento.

 

Nos sistemas de produção de suínos, observamos ainda algumas formas especificas:

 

Cama sobreposta:

Que pode ser usado em todas as fases, principalmente na gestação, creche e terminação.

 

Uso de lâmina dágua:

Normalmente nos galpões de recria e terminação.

 

Wean to finish:

Consiste em eliminarmos a fase de creche, promovemos a desmama mais tarde, de 35 dias em média; e levamos o leitão direto da desmama para uma terminação.

 

Queremos deixar bem claro, que não existe um sistema melhor que o outro. Cada um para sua atividade especifica, manejo adequado, nutrição, ajustada para a finalidade da criação, genética escolhida de acordo com a atividade, e controle sanitário e zootécnicos rigorosos. Cada tipo de criação tem suas vantagens e desvantagens, devemos avaliar e decidir qual a melhor, forma, com uma boa assessoria, e com definição de custo, investimento e custeio para cada fase.

 

Eduardo von Atzingen

Goiânia 02 de Agosto de 2.010

POR 20100213 ENGORPART POR 20100213


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