S.O.S. Suínos

Informativo Técnico 93

SUINOCULTURA

Utilização do esterco líquido de suínos na Lavoura de Milho

Este boletim técnico procura apresentar uma série de informações e resultados obtidos com a utilização do esterco líquido de suínos, como fertilizante para cultura do milho, fruto de várias pesquisas desenvolvidas desde 1984, no município de Patos de Minas, MG. Estas pesquisas tiveram a participação do Centro Nacional de Pesquisas de Milho e Sorgo (CNPMS) da Embrapa, EPAMIG e EMATER MG.

O conteúdo deste trabalho foi preparado pelo Dr. Egidio Arno Konzen, Pesquisador do CNPMS, e colaboradores procurando resumir todas as principais informações obtidas em 5 anos de pesquisas.

Temos certeza de que este documento reúne o que existe de mais completo, sobre a utilização de dejetos de suínos, na cultura de milho, e já proporciona muitas conclusões seguras para o uso prático desta tecnologia, de tanta importância para eficiência econômica e técnica na produção de milho, e ao mesmo tempo em que evita os problemas de ordem ambiental, que podem ocorrer em algumas situações, com utilização indevida dos dejetos oriundos da produção de suínos.

A viabilidade técnica e econômica da substituição parcial e ou total da adubação química de plantio e de cobertura do milho, utilizando dejetos de suínos; a eficiência da aplicação do esterco líquido aplicado em sulcos ou a lanço de forma exclusiva e combinada com adubação química, o efeito residual da aplicação dos dejetos em cultura de milho; o efeito da época de aplicação antecipada ao plantio e a dosagem ótima econômica são os objetos das pesquisas desenvolvidas pela EMBRAPA de Sete Lagoas, Minas Gerais.

Sabemos em condições normais de produção de suínos, e consequentemente a produção de dejetos de suínos, para cada matriz que dispusermos alojada em uma suinocultura teremos esterco líquido suficiente para a adubação de 1 hectare de milho/ano, como cada matriz com ciclo completo consome por volta de 70 sacos de milho/ano fica evidente que nos tornamos auto-suficiente em milho com utilização desta tecnologia.

Tabela 1

Composição média do esterco líquido de suínos utilizado nas aplicações dos tratamentos experimentais (1984/89)*
Componentes Unidade Quantidade
pH Unidade 7.80
Matéria Seca Kg/m3 44.50
Nitrogênio Total Kg/m3 3.18
Fósforo em P2O5 Kg/m3 5.40
Potássio em K2O Kg/m3 1.38
Cálcio Kg/m3 3.30
Magnésio Kg/m3 1.17
Ferro g/m3 108.30
Manganês g/m3 64.70
Zinco g/m3 78.80
Cobre g/m3 69.40
Enxofre g/m3 580.00
Boro g/m3 45.60
Sódio g/m3 107.40

* Os resultados são das análises realizadas no laboratório do Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo, Sete Lagoas-MG. (CNPMS\EMBRAPA)

Tabela 2

Características químicas dos solos das áreas experimentais (análise Original)
Elementos Valores
pH 4.70
Al eq.mg/100cc 1.50
Ca+² eq.mg/100cc 0.21
Mg+² eq.mg/100cc 0.21
K+² ppm 120.00
P ppm 1.00
M.O.% 3.35

Tabela 3

Quantidade de matéria seca, nitrogênio total, fósforo em P2O5, Potássio em K2O e total N, P2O5, K2O, Incorporados ao solo pelos tratamentos de esterco líquido de suínos.
Dosagem esterco Em Kg/ha
m³/ha Mat.Seca N Total P2O5 K2O Total N, P2O5, K2O
15 667 48 81 19 148
30 1.335 95 162 39 296
45 2.002 143 243 58 444
60 2.670 191 324 78 593
64 2.848 204 346 83 633
90 4.005 286 486 117 889
135 6.007 429 729 175 1.333
180 8.010 572 972 234 1.778

Durante os períodos de 84/89 foram conduzidas cinco experimentos com seus resultados totalizados nas tabelas 4,5,6,7 e 8.

Tabela 4

Médias de produção acumuladas e stand de três anos de tratamento do experimento de níveis de esterco líquido de suínos em aplicação exclusiva e combinada com NPK na adubação do milho (85/86/87)
Tratamentos Médias
Kg/ha
Stand-n°
Planta/ha
1. Testemunha 1.665 48.000
2. Adub.Quimica (200 Kg 4-30-16
+ 200 Kg Sulfato Amônio
+ 20 Kg Sulfato Zinco)
3.488 48.200
3. 45 m³ de esterco 5.179 53.300
4. 90 m³ de esterco 6.455 52.800
5. 135 m³ de esterco 7.396 52.600
6. 180 m³ de esterco 7.657 50.700
7. 90 m³ de esterco + trat.02 6.813 46.300
8. 90 m³ de esterco + 1000 Kg
Super Simples
7.021 50.300
9. 90 m³ de esterco não incoporando 5.488 50.400

O coeficiente de variação foi de 14%.

Neste trabalho foram utilizados 40 Kg de nitrogênio por hectare, em cobertura aos 45 a 48 dias, após a emergência das plantas, em todos os tratamentos.

Avaliando as produções da Tabela 4 e figura 1 verifica-se que a dosagem de 45 m³ de esterco/ha seria a mais recomendável para o produtor, uma vez que permite adubação de maior área de terra e melhor eficiência de produção de milho por m³ de esterco aplicado. A distribuição do esterco líquido foi feita uniformemente a lanço e incorporado em seguida.

Mediante os resultados de produção de milho, considerando bons pelos produtores, surgiu a dúvida em relação ao nitrogênio em cobertura; deve usar ou não deve usar? Qual a quantidade adequada? Em função destes questionamentos, decidiu-se desenvolver uma Segunda pesquisa associando-as dosagens de esterco com várias quantidades de nitrogênio em cobertura. (Tabela 5).

Tabela 5

Produção média de milho em Kg/ha nos experimentos com 3 níveis de esterco líquido de suíno associados a 4 quantidades de nitrogênio em cobertura na cultura do milho (86 e 87)
Tratamentos Médias
Kg/ha
Stand-nº
Plantas/ha
1. 45 m³/ha de esterco + 0 Kg Nitrogênio 7.152 41.100
2. 45 m³/ha de esterco + 30 Kg Nitrogênio 6.837 40.580
3. 45 m³/ha de esterco + 60 Kg Nitrogênio 7.215 40.150
4. 45 m³/ha de esterco + 90 Kg Nitrogênio 7.443 40.830
5. 90 m³/ha de esterco + 0 Kg Nitrogênio 7.894 42.700
6. 90 m³/ha de esterco + 30 Kg Nitrogênio 7.969 42.780
7. 90 m³/ha de esterco + 60 Kg Nitrogênio 8.197 44.290
8. 90 m³/ha de esterco + 90 Kg Nitrogênio 7.801 44.900
9. 135 m³/ha de esterco + 0 Kg Nitrogênio 8.205 42.730
10. 135 m³/ha de esterco + 30 Kg Nitrogênio 8.403 47.120
11. 135 m³/ha de esterco + 60 Kg Nitrogênio 8.629 41.600
12. 135 m³/ha de esterco + 90 Kg Nitrogênio 8.179 42.600

O coeficiente de variação foi de 8,82%

Pelas produções obtidas pode-se observar que as quantidades não influenciaram a produção de milho, mesmo nas dosagens de 45 m³/ha de esterco líquido. Decorre desse fato que as dosagens de esterco supriram as exigências de nitrogênio da cultura do milho, para as produções indicadas nos resultados (Tabela 5 Figura2).

Para aumentar a eficiência do esterco em termos de área de milho adubada surgiu a proposição de uma pesquisa utilizando-se o esterco aplicado em sulco, de forma similar ao adubo químico. O desenvolvimento desse trabalho visou aumentar o potencial de produção de milho para o pequeno suinocultor que dispõe de pouco esterco para adubar suas terras. Os resultados são apresentados na Tabela 6.

Tabela 6

Médias de produção de milho em Kg/ha obtidas nos experimentos com níveis de esterco líquido de suínos aplicados em sulcos de maneira exclusiva e combinada com adubação química, na cultura do milho (87,88 e 89).
Tratamento Médias
Kg/ha
Stand-nº
Plantas/ha
1. Testemunha 264 43.850
2. Ad. química (200 Kg 4-30-16
+ 200 Kg Sulfato Amônio + Zn)
1.663 57.000
3. 1,5 litro esterco/metro de sulco 2.440 56.000
4. 3,0 litros esterco/metro de sulco 3.793 56.060
5. 4,5 litros esterco/metro de sulco 4.947 56.390
6. 6,0 litros esterco/metro de sulco 5.179 52.500
7. 1,5 litros esterco/metro de sulco
+ adub. Química
4.482 59.840
8. 1,5 litros esterco/metro de sulco
+ 40 Kg P2O5/ha
2.693 55.880
9. 1,5 litros esterco/metro de sulco
+ 40 Kg N/ha
2.719 56.440

O coeficiente de variação foi de 13,83%

Os resultados indicam que as dosagens mais adequadas são 3,0 litros e 4,5 litros de esterco por metro linear de sulco, sem o uso de adubo químico. E solo de cerrado muito fraco, igual ao utilizado neste trabalho, a dosagem de apenas 1,5 litro de esterco/metro de sulco proporcionou produções 45% superiores e 63% mais baratas do que aos da adubação química (Tabela 6 e figura 7).

Quando o produtor tiver 2 hectares de terra disponíveis para cada matriz em produção, a utilização de 1,5 litro de esterco/metro de sulco possibilita, a partir do 3º ano cultivo, autonomia em milho para alimentação de sua criação. O produtor que desejar corrigir mais rapidamente a fertilidade de suas terras deverá utilizar de 3,0 a 4,5 litros de esterco/metro de sulco nos primeiros dois anos e a partir do terceiro ano usar apenas 1,5 litro.

A distribuição do esterco pode ser feita em pequenos tanques de 1.000 a 1.200 litros, montados em carroças de tração animal. A distribuição normalmente é feita em dois sulcos simultaneamente. Paralelamente a estes trabalhos desenvolve-se uma pesquisa do efeito residual da aplicação de milho (Tabela 7).

A suspensão do tratamento com 45 m³ de esterco de suínos por hectare no primeiro ano reduziu a produtividade em 58%, já no segundo ano a produtividade decresceu 73,5%. Os tratamentos de 90 m³ por hectare reduziram sua produtividade em 43,8% para o primeiro ano de suspensão e 65% para o segundo ano. Os de 135 m³ por hectare sofreram decréscimos de 48% e 59.8% respectivamente para o primeiro e segundo anos de suspensão dos tratamentos. As aplicações de 180 m³ por hectare reduziram sua produtividade em 40,4% e 59,8% respectivamente para um e dois anos de suspensão dos tratamentos (Tabela 7 e Figura 4) .

A queda na produtividade, observadas com a suspensão dos tratamentos, indicam paras as condições de solo de cerrado e clima tropical um baixo efeito residual do esterco líquido de suínos aplicado uniformemente e de maneira exclusiva no solo.

Tabela 7

Produções médias de milho em Kg/ha obtidas no experimento do efeito residual do esterco líquido de suínos utilizado em aplicações exclusivas uniforme, na adubação de milho (87,88 e 89).
Tratamentos Médias em Kg/ha Stand-nº Plantas/ha
Aplicação Suspensão Suspensão Contínua 1 Ano 2 Anos
1 45 m³/esterco/ha 4.848 2.037 1.289 55.970 52.970 45.250
2 90 m³/esterco/ha 6.162 3.463 2.149 55.020 51.480 45.310
3 135 m³/esterco/ha 7.698 4.005 3.094 58.920 52.370 46.870
4 180 m³/esterco/ha 7.700 4.589 3.094 59.500 54.650 49.220
5 Adubação Química 2.611 53.980
6 Testemunha 720 47.670

O coeficiente de variação foi de 11,17% (Veja Figura 4)

Observando os dados podemos verificar que em três anos a média do menor tratamento 45 m³/ha em aplicação contínua foi superior ao do maior 180 m³/ha com suspensão de 1 ano.

Se avaliarmos que o custo de aplicação de 180 m³/ha é aproximadamente 4 vezes o de 45 m³/ha, o resultado em produção com um número de suspensão é totalmente antieconômico. Raciocínio similar se pode aplicar para o tratamento de 135 m³/ha.

Tabela 8

Produções médias de milho em Kg/ha obtidas no experimento de períodos de aplicação antecipada ao plantio de milho de uma dosagem de 64 m³/ha associados a 0 Kg/N, 30 Kg/N, 60 Kg/N e 120 Kg/N por hectare em cobertura (1988 e 1989).
Tratamentos
Médias
Kg/ha
Stand Final
nº plantas/ha
Época de Aplicação m³/Esterco/ha Kg/N/ha
Época E1 64 0 5.990 51.280
(Julho) 64 30 5.680 51.170
64 60 5.860 49.650
64 120 5.830 50.270
Época E2 64 0 6.230 50.530
(Agosto) 64 30 5.670 50.430
64 60 5.540 50.640
64 120 5.920 49.590
Época E3 64 0 5.110 49.710
(Setembro) 64 30 4.980 51.870
64 60 4.930 49.110
64 120 5.540 52.300
Época E4 64 0 5.740 52.110
(Outubro) 64 30 4.920 50.790
64 60 5.060 52.180
64 120 5.330 51.640
Pantio Test. 0 4.060 49.880
(Novembro) Test. 30 3.530 48.640
Test. 60 3.910 47.690
Test. 120 4.060 51.770

O retorno em produção de grãos nos três anos de estudo revelam que 45 m³/ha possibilita de 27 a 31 % maior produtividade em comparação com 90 m³/ha quando se avalia a capacidade de produção de milho com apenas 90 m³ de esterco líquido de suínos.

Partindo destes dados, para regiões de clima tropical e condições de solo de cerrado recomenda-se o uso de 45 m³/ha aplicados uniformemente de forma exclusivas todo ano com o tratamento mais eficiente produtiva e economicamente.

Além dos resultados avançados com pesquisas de utilização do esterco, ainda ficou para completar o atingimento dos objetivos no que concerne à eficiência de aplicação a lanço um estudo do comportamento da aplicação antecipada ao plantio do milho. A pesquisa envolve quatro épocas de aplicação: 1 julho, 2 agosto, 3 setembro, 4 outubro e testemunha. Em dois anos de avaliação, os resultados estão correspondendo aos objetivos (Tabela 8).

Os resultados indicam que as épocas de aplicação de julho e agosto, 5 e 4 meses antes do plantio, foram as que proporcionam as melhores produtividades. Os níveis de nitrogênio não tiveram influência nas produções em nenhuma das épocas de aplicação do esterco líquido, mostrando que 64 m³ de esterco por hectare supriram as exigências de nitrogênio de plantio e de cobertura da cultura do milho para as produtividades em torno de 6.000 Kg/ha.

Os resultados médios de dois anos mostram que, à medida em que a época de aplicação se aproxima do plantio, as produções médias tendem a decrescer. Este fato vem comprovar o aumento da capacidade em área adubada com um mesmo distribuidor de esterco, tornando-o dessa forma mais econômico para o produtor(Tabela 8 Figura 5 e 5a).

Neste tratamento foram aplicados 64 m³ de esterco por hectare pelo fato de na época de iniciar a pesquisa ter sido a dosagem econômica.

A dosagem econômica está relacionada com a relação de troca de 1 m³/esterco por quantidade correspondente em Kg de milho. Quando essa relação de troca for alta isto é, quando for necessário uma quantidade maior de milho para pagar o esterco, a dosagem econômica será mais baixa. À medida em que relação de troca decrescer a dosagem econômica de esterco/ha tende a aumentar.

Figura 1

Figura 1

Produção de milho por hectare no experimento de níveis de esterco líquido de suínos em aplicação exclusiva e combinada com adubação química (1985, 1986 e 1987).

Figura 2

Figura 2

Produção de milho por hectare no experimento de níveis de esterco líquido de suínos associado à adubação nitrogenada em cobertura (1986 e 1987).

Figura 3

Figura 3

Produção de milho por hectare com aplicação do esterco líquido de suínos em sulco de maneira exclusiva e combinada com adubação química (1987, 1988 e 1989).

Figura 4

Figura 4

Produção de milho por hectare no experimento de efeito residual do esterco líquido de suínos aplicado de forma exclusiva (1987, 1988 e 1989).

Figuras 5 e 5a

Figura 5

Figura 5A

Figuras 5 e 5a

Produção de milho por hectare no experimento da aplicação antecipada ao plantio do esterco líquido de suínos associados a níveis de nitrogênio (1988 e 1989). Para se ter uma idéia de quanto representa o custo dos tratamentos, apresentamos as Tabelas 9, 10 e 11, referentes aos Experimentos 1, 3 e 5.

Tabela 9

Incidência de custos sobre o saco de milho produzido pelo experimento (1) de níveis de esterco associado à adubação química.
Tratamentos Produção
Sacos/ha
Custo
US$/Saco
1. Testemunha 28 4,80
2. Adubação Quimíca (200 Kg 4-30-16 + 200 Kg
Sulfato Amônio + 20 Kg Sulfato Zinco)
59 4,60
3. 45 m³ esterco/ha 86 4,10
4. 90 m³ esterco/ha 107 6,59
5. 135 m³ esterco/ha 123 8,60
6. 180 m³ esterco/ha 127 11,12
7. 90 m³ esterco/ha + adub.Química 114 8,60
8. 90 m³ esterco/ha + 1.000 Kg
Super Simples
117 10,13
9. 90 m³ esterco/ha não incorporado 91 7,75

Tabela 10

Incidência de custo sobre o saco de milho produzido pelo experimento (3) de níveis de esterco aplicado em sulco associado à adubação química.
Tratamentos Produção
Sacos/ha
Custo
US$/Saco
1. Testemunha 5 23,00
2. Adubação química (200 Kg 4-30-16+200 Kg
Sulfato Amônio + 20 kg Sulfato Zinco)
28 9,60
3. 1,5 litro esterco por metro de sulco 41 2,90
4. 3,0 litros esterco por metro de sulco 63 3,70
5. 4,5 litros esterco por metro de sulco 83 4,30
6. 6,0 litros esterco por metro de sulco 86 5,50
7. 1,5 litros esterco por metro de sulco
+ Adubação Quimíca
75 5,20
8. 1,5 litros esterco por metro de sulco
+ 200 Kg Super Simples
45 5,00
9. 1,5 litros esterco por metro de sulco
+ 200 Kg Sulfato Amônio
45 5,00

Tabela 11

Incidência de custo da adubação sobre o saco de milho produzindo pelo experimento (5) de épocas de aplicação do esterco associados a níveis de nitrogênio.
Tratamentos Produção Saco/ha Custo US$/Saco
Época E1 64 m³/ha + 0 Kg N 100 5,00
(Julho) 64 m³/ha + 30 Kg N 95 6,10
64 m³/ha + 60 Kg N 98 6,60
64 m³/ha + 120 Kg N 97 8,10
Época E2 64 m³/ha + 0 Kg N 104 4,80
(Agosto) 64 m³/ha + 30 Kg N 95 6,10
64 m³/ha + 60 Kg N 92 7,00
64 m³/ha + 120 Kg N 98 8,10
Época E3 64 m³/ha + 0 Kg N 85 5,90
(Setembro) 64 m³/ha + 30 Kg N 83 6,90
64 m³/ha + 60 Kg N 82 7,90
64 m³/ha + 120 Kg N 92 8,60
Época E4 64 m³/ha + 0 Kg N 96 5,30
(Outubro) 64 m³/ha + 30 Kg N 82 7,00
64 m³/ha + 60 Kg N 84 7,70
64 m³/ha + 120 Kg N 89 8,90
Época E5 Test. m³/ha + 0 Kg N 68 7,40
(Plantio) Test. m³/ha + 30 Kg N 59 9,70
Test. m³/ha + 60 Kg N 65 9,90
Test. m³/ha + 120 Kg N 68 11,60

Conclusões e Recomendações

A. Conclusões

A1. As produções dos tratamentos com aplicação de esterco de forma exclusiva e combinada forma sempre superiores às dos tratamentos com adubação mineral somente.

A2. Os níveis de esterco (45 m³, 64 m³, 90 m³ e 135 m³/ha) supriram as exigências de nitrogênio de plantio e de cobertura , da cultura de milho.

A3. As dosagens de esterco líquido com 45 m³, 90 m³ e 135 m³ e 180 m³/ha em condições de solo de cerrado e clima tropical tiveram baixo efeito residual.

A4. O esterco líquido aplicado em sulco de maneira exclusiva mostrou eficiência similar ao da aplicação uniforme, a partir de 4,5 litros por metro de sulco. A combinação de 1,5 litro de esterco por metro de sulco com adubo químico mostrou eficiência similar ao uso exclusivo de 3,0 litros, 4,5 litros e 6,0 litros por metro de sulco.

A5. O esterco de suínos substitui eficiente e economicamente o adubo químico na produção de milho proporcionando maior autonomia alimentar e rentabilidade ao produtor.

A6. As tecnologias desenvolvidas permitem o aproveitamento racional do esterco por qualquer produtor, independente do dimensionamento da criação e do tamanho da propriedade.

B. Recomendações.

B1. Para alcançar produtividade de 5.000 e 6.000 Kg de milho por hectare o produtor deve usar de 45 m³ a 64 m³ de esterco líquido de suínos por hectare, distribuídos uniformemente e incorporados ao solo, de maneira exclusiva; ou combinada de 20 m³ a 30 m³ de esterco com adubação química.

B2. A aplicação de 1,5 litro, 3,0 litros e 4,5 litros de esterco por metro de sulco proporcionam produtividades a ponto de dar autonomia alimentar em milho ao produtor, a partir do 3° ou 4° ano de uso do esterco, sendo recomendado especialmente para o pequeno produtor.

B3. Para aumentar a capacidade de adubação de um equipamento mecanizado de distribuição do esterco em duas a duas meia vezes, as operações de distribuição e incorporação deveram ser iniciadas logo após a colheita do milho estendendo-se até uma a duas semanas antes do plantio.

B4. Para se alcançar maior eficiência produtiva e econômica por m³ de esterco recomenda-se o uso das dosagens mais baixas de 30 a 90 m³/ha no caso da distribuição uniforme; de 1,5 a 4,5 litros na aplicação em sulcos; sempre com maior tempo possível de antecipação ao plantio.

B5. Para combinação de esterco de suínos com adubação química, recomenda-se dosagens não superiores a 30 m³/hectare, em qualquer uma das formas de aplicação.

Obs: Sabemos que uma matriz alojada, em ciclo completo, produz em média 125 litros/dia, de dejetos: (fezes, urina, água gasta na limpeza, e excedente dos bebedouros) que em um ano daria por volta 45.000 litros por matriz logo quantidade suficiente para adubar um hectare, e produzir por volta de 90 sacos de milho por ha/ano, como sabemos que gastaremos por volta de 70 sacos de milho por matriz alojada, tornamo-nos auto-suficientes em milho.

sossuinos@uol.com.br


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