S.O.S. Suínos
Informativo Técnico 93
SUINOCULTURA
Utilização do esterco líquido de suínos na Lavoura de Milho
Este boletim técnico procura apresentar uma série de informações e resultados obtidos com a utilização do esterco líquido de suínos, como fertilizante para cultura do milho, fruto de várias pesquisas desenvolvidas desde 1984, no município de Patos de Minas, MG. Estas pesquisas tiveram a participação do Centro Nacional de Pesquisas de Milho e Sorgo (CNPMS) da Embrapa, EPAMIG e EMATER MG.
O conteúdo deste trabalho foi preparado pelo Dr. Egidio Arno Konzen, Pesquisador do CNPMS, e colaboradores procurando resumir todas as principais informações obtidas em 5 anos de pesquisas.
Temos certeza de que este documento reúne o que existe de mais completo, sobre a utilização de dejetos de suínos, na cultura de milho, e já proporciona muitas conclusões seguras para o uso prático desta tecnologia, de tanta importância para eficiência econômica e técnica na produção de milho, e ao mesmo tempo em que evita os problemas de ordem ambiental, que podem ocorrer em algumas situações, com utilização indevida dos dejetos oriundos da produção de suínos.
A viabilidade técnica e econômica da substituição parcial e ou total da adubação química de plantio e de cobertura do milho, utilizando dejetos de suínos; a eficiência da aplicação do esterco líquido aplicado em sulcos ou a lanço de forma exclusiva e combinada com adubação química, o efeito residual da aplicação dos dejetos em cultura de milho; o efeito da época de aplicação antecipada ao plantio e a dosagem ótima econômica são os objetos das pesquisas desenvolvidas pela EMBRAPA de Sete Lagoas, Minas Gerais.
Sabemos em condições normais de produção de suínos, e consequentemente a produção de dejetos de suínos, para cada matriz que dispusermos alojada em uma suinocultura teremos esterco líquido suficiente para a adubação de 1 hectare de milho/ano, como cada matriz com ciclo completo consome por volta de 70 sacos de milho/ano fica evidente que nos tornamos auto-suficiente em milho com utilização desta tecnologia.
Tabela 1
Composição média do esterco líquido de suínos utilizado nas aplicações dos tratamentos experimentais (1984/89)* | ||
Componentes | Unidade | Quantidade |
pH | Unidade | 7.80 |
Matéria Seca | Kg/m3 | 44.50 |
Nitrogênio | Total Kg/m3 | 3.18 |
Fósforo em P2O5 | Kg/m3 | 5.40 |
Potássio em K2O | Kg/m3 | 1.38 |
Cálcio | Kg/m3 | 3.30 |
Magnésio | Kg/m3 | 1.17 |
Ferro | g/m3 | 108.30 |
Manganês | g/m3 | 64.70 |
Zinco | g/m3 | 78.80 |
Cobre | g/m3 | 69.40 |
Enxofre | g/m3 | 580.00 |
Boro | g/m3 | 45.60 |
Sódio | g/m3 | 107.40 |
* Os resultados são das análises realizadas no laboratório do Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo, Sete Lagoas-MG. (CNPMS\EMBRAPA)
Tabela 2
Características químicas dos solos das áreas experimentais (análise Original) | |
Elementos | Valores |
pH | 4.70 |
Al eq.mg/100cc | 1.50 |
Ca+² eq.mg/100cc | 0.21 |
Mg+² eq.mg/100cc | 0.21 |
K+² ppm | 120.00 |
P ppm | 1.00 |
M.O.% | 3.35 |
Tabela 3
Quantidade de matéria seca, nitrogênio total, fósforo em P2O5, Potássio em K2O e total N, P2O5, K2O, Incorporados ao solo pelos tratamentos de esterco líquido de suínos. | |||||
Dosagem esterco | Em Kg/ha | ||||
m³/ha | Mat.Seca | N Total | P2O5 | K2O | Total N, P2O5, K2O |
15 | 667 | 48 | 81 | 19 | 148 |
30 | 1.335 | 95 | 162 | 39 | 296 |
45 | 2.002 | 143 | 243 | 58 | 444 |
60 | 2.670 | 191 | 324 | 78 | 593 |
64 | 2.848 | 204 | 346 | 83 | 633 |
90 | 4.005 | 286 | 486 | 117 | 889 |
135 | 6.007 | 429 | 729 | 175 | 1.333 |
180 | 8.010 | 572 | 972 | 234 | 1.778 |
Durante os períodos de 84/89 foram conduzidas cinco experimentos com seus resultados totalizados nas tabelas 4,5,6,7 e 8.
Tabela 4
Médias de produção acumuladas e stand de três anos de tratamento do experimento de níveis de esterco líquido de suínos em aplicação exclusiva e combinada com NPK na adubação do milho (85/86/87) | |||
Tratamentos | Médias Kg/ha |
Stand-n° Planta/ha |
|
1. | Testemunha | 1.665 | 48.000 |
2. | Adub.Quimica (200 Kg 4-30-16 + 200 Kg Sulfato Amônio + 20 Kg Sulfato Zinco) |
3.488 | 48.200 |
3. | 45 m³ de esterco | 5.179 | 53.300 |
4. | 90 m³ de esterco | 6.455 | 52.800 |
5. | 135 m³ de esterco | 7.396 | 52.600 |
6. | 180 m³ de esterco | 7.657 | 50.700 |
7. | 90 m³ de esterco + trat.02 | 6.813 | 46.300 |
8. | 90 m³ de esterco + 1000 Kg Super Simples |
7.021 | 50.300 |
9. | 90 m³ de esterco não incoporando | 5.488 | 50.400 |
O coeficiente de variação foi de 14%.
Neste trabalho foram utilizados 40 Kg de nitrogênio por hectare, em cobertura aos 45 a 48 dias, após a emergência das plantas, em todos os tratamentos.
Avaliando as produções da Tabela 4 e figura 1 verifica-se que a dosagem de 45 m³ de esterco/ha seria a mais recomendável para o produtor, uma vez que permite adubação de maior área de terra e melhor eficiência de produção de milho por m³ de esterco aplicado. A distribuição do esterco líquido foi feita uniformemente a lanço e incorporado em seguida.
Mediante os resultados de produção de milho, considerando bons pelos produtores, surgiu a dúvida em relação ao nitrogênio em cobertura; deve usar ou não deve usar? Qual a quantidade adequada? Em função destes questionamentos, decidiu-se desenvolver uma Segunda pesquisa associando-as dosagens de esterco com várias quantidades de nitrogênio em cobertura. (Tabela 5).
Tabela 5
Produção média de milho em Kg/ha nos experimentos com 3 níveis de esterco líquido de suíno associados a 4 quantidades de nitrogênio em cobertura na cultura do milho (86 e 87) | |||
Tratamentos | Médias Kg/ha |
Stand-nº Plantas/ha |
|
1. | 45 m³/ha de esterco + 0 Kg Nitrogênio | 7.152 | 41.100 |
2. | 45 m³/ha de esterco + 30 Kg Nitrogênio | 6.837 | 40.580 |
3. | 45 m³/ha de esterco + 60 Kg Nitrogênio | 7.215 | 40.150 |
4. | 45 m³/ha de esterco + 90 Kg Nitrogênio | 7.443 | 40.830 |
5. | 90 m³/ha de esterco + 0 Kg Nitrogênio | 7.894 | 42.700 |
6. | 90 m³/ha de esterco + 30 Kg Nitrogênio | 7.969 | 42.780 |
7. | 90 m³/ha de esterco + 60 Kg Nitrogênio | 8.197 | 44.290 |
8. | 90 m³/ha de esterco + 90 Kg Nitrogênio | 7.801 | 44.900 |
9. | 135 m³/ha de esterco + 0 Kg Nitrogênio | 8.205 | 42.730 |
10. | 135 m³/ha de esterco + 30 Kg Nitrogênio | 8.403 | 47.120 |
11. | 135 m³/ha de esterco + 60 Kg Nitrogênio | 8.629 | 41.600 |
12. | 135 m³/ha de esterco + 90 Kg Nitrogênio | 8.179 | 42.600 |
O coeficiente de variação foi de 8,82%
Pelas produções obtidas pode-se observar que as quantidades não influenciaram a produção de milho, mesmo nas dosagens de 45 m³/ha de esterco líquido. Decorre desse fato que as dosagens de esterco supriram as exigências de nitrogênio da cultura do milho, para as produções indicadas nos resultados (Tabela 5 Figura2).
Para aumentar a eficiência do esterco em termos de área de milho adubada surgiu a proposição de uma pesquisa utilizando-se o esterco aplicado em sulco, de forma similar ao adubo químico. O desenvolvimento desse trabalho visou aumentar o potencial de produção de milho para o pequeno suinocultor que dispõe de pouco esterco para adubar suas terras. Os resultados são apresentados na Tabela 6.
Tabela 6
Médias de produção de milho em Kg/ha obtidas nos experimentos com níveis de esterco líquido de suínos aplicados em sulcos de maneira exclusiva e combinada com adubação química, na cultura do milho (87,88 e 89). | |||
Tratamento | Médias Kg/ha |
Stand-nº Plantas/ha |
|
1. | Testemunha | 264 | 43.850 |
2. | Ad. química (200 Kg 4-30-16 + 200 Kg Sulfato Amônio + Zn) |
1.663 | 57.000 |
3. | 1,5 litro esterco/metro de sulco | 2.440 | 56.000 |
4. | 3,0 litros esterco/metro de sulco | 3.793 | 56.060 |
5. | 4,5 litros esterco/metro de sulco | 4.947 | 56.390 |
6. | 6,0 litros esterco/metro de sulco | 5.179 | 52.500 |
7. | 1,5 litros esterco/metro de sulco + adub. Química |
4.482 | 59.840 |
8. | 1,5 litros esterco/metro de sulco + 40 Kg P2O5/ha |
2.693 | 55.880 |
9. | 1,5 litros esterco/metro de sulco + 40 Kg N/ha |
2.719 | 56.440 |
O coeficiente de variação foi de 13,83%
Os resultados indicam que as dosagens mais adequadas são 3,0 litros e 4,5 litros de esterco por metro linear de sulco, sem o uso de adubo químico. E solo de cerrado muito fraco, igual ao utilizado neste trabalho, a dosagem de apenas 1,5 litro de esterco/metro de sulco proporcionou produções 45% superiores e 63% mais baratas do que aos da adubação química (Tabela 6 e figura 7).
Quando o produtor tiver 2 hectares de terra disponíveis para cada matriz em produção, a utilização de 1,5 litro de esterco/metro de sulco possibilita, a partir do 3º ano cultivo, autonomia em milho para alimentação de sua criação. O produtor que desejar corrigir mais rapidamente a fertilidade de suas terras deverá utilizar de 3,0 a 4,5 litros de esterco/metro de sulco nos primeiros dois anos e a partir do terceiro ano usar apenas 1,5 litro.
A distribuição do esterco pode ser feita em pequenos tanques de 1.000 a 1.200 litros, montados em carroças de tração animal. A distribuição normalmente é feita em dois sulcos simultaneamente. Paralelamente a estes trabalhos desenvolve-se uma pesquisa do efeito residual da aplicação de milho (Tabela 7).
A suspensão do tratamento com 45 m³ de esterco de suínos por hectare no primeiro ano reduziu a produtividade em 58%, já no segundo ano a produtividade decresceu 73,5%. Os tratamentos de 90 m³ por hectare reduziram sua produtividade em 43,8% para o primeiro ano de suspensão e 65% para o segundo ano. Os de 135 m³ por hectare sofreram decréscimos de 48% e 59.8% respectivamente para o primeiro e segundo anos de suspensão dos tratamentos. As aplicações de 180 m³ por hectare reduziram sua produtividade em 40,4% e 59,8% respectivamente para um e dois anos de suspensão dos tratamentos (Tabela 7 e Figura 4) .
A queda na produtividade, observadas com a suspensão dos tratamentos, indicam paras as condições de solo de cerrado e clima tropical um baixo efeito residual do esterco líquido de suínos aplicado uniformemente e de maneira exclusiva no solo.
Tabela 7
Produções médias de milho em Kg/ha obtidas no experimento do efeito residual do esterco líquido de suínos utilizado em aplicações exclusivas uniforme, na adubação de milho (87,88 e 89). | |||||||
Tratamentos | Médias em Kg/ha | Stand-nº Plantas/ha | |||||
Aplicação | Suspensão | Suspensão | Contínua | 1 Ano | 2 Anos | ||
1 | 45 m³/esterco/ha | 4.848 | 2.037 | 1.289 | 55.970 | 52.970 | 45.250 |
2 | 90 m³/esterco/ha | 6.162 | 3.463 | 2.149 | 55.020 | 51.480 | 45.310 |
3 | 135 m³/esterco/ha | 7.698 | 4.005 | 3.094 | 58.920 | 52.370 | 46.870 |
4 | 180 m³/esterco/ha | 7.700 | 4.589 | 3.094 | 59.500 | 54.650 | 49.220 |
5 | Adubação Química | 2.611 | 53.980 | ||||
6 | Testemunha | 720 | 47.670 |
O coeficiente de variação foi de 11,17% (Veja Figura 4)
Observando os dados podemos verificar que em três anos a média do menor tratamento 45 m³/ha em aplicação contínua foi superior ao do maior 180 m³/ha com suspensão de 1 ano.
Se avaliarmos que o custo de aplicação de 180 m³/ha é aproximadamente 4 vezes o de 45 m³/ha, o resultado em produção com um número de suspensão é totalmente antieconômico. Raciocínio similar se pode aplicar para o tratamento de 135 m³/ha.
Tabela 8
Produções médias de milho em Kg/ha obtidas no experimento de períodos de aplicação antecipada ao plantio de milho de uma dosagem de 64 m³/ha associados a 0 Kg/N, 30 Kg/N, 60 Kg/N e 120 Kg/N por hectare em cobertura (1988 e 1989). | ||||
Tratamentos | ||||
Médias Kg/ha |
Stand Final nº plantas/ha |
|||
Época de Aplicação | m³/Esterco/ha | Kg/N/ha | ||
Época E1 | 64 | 0 | 5.990 | 51.280 |
(Julho) | 64 | 30 | 5.680 | 51.170 |
64 | 60 | 5.860 | 49.650 | |
64 | 120 | 5.830 | 50.270 | |
Época E2 | 64 | 0 | 6.230 | 50.530 |
(Agosto) | 64 | 30 | 5.670 | 50.430 |
64 | 60 | 5.540 | 50.640 | |
64 | 120 | 5.920 | 49.590 | |
Época E3 | 64 | 0 | 5.110 | 49.710 |
(Setembro) | 64 | 30 | 4.980 | 51.870 |
64 | 60 | 4.930 | 49.110 | |
64 | 120 | 5.540 | 52.300 | |
Época E4 | 64 | 0 | 5.740 | 52.110 |
(Outubro) | 64 | 30 | 4.920 | 50.790 |
64 | 60 | 5.060 | 52.180 | |
64 | 120 | 5.330 | 51.640 | |
Pantio | Test. | 0 | 4.060 | 49.880 |
(Novembro) | Test. | 30 | 3.530 | 48.640 |
Test. | 60 | 3.910 | 47.690 | |
Test. | 120 | 4.060 | 51.770 |
O retorno em produção de grãos nos três anos de estudo revelam que 45 m³/ha possibilita de 27 a 31 % maior produtividade em comparação com 90 m³/ha quando se avalia a capacidade de produção de milho com apenas 90 m³ de esterco líquido de suínos.
Partindo destes dados, para regiões de clima tropical e condições de solo de cerrado recomenda-se o uso de 45 m³/ha aplicados uniformemente de forma exclusivas todo ano com o tratamento mais eficiente produtiva e economicamente.
Além dos resultados avançados com pesquisas de utilização do esterco, ainda ficou para completar o atingimento dos objetivos no que concerne à eficiência de aplicação a lanço um estudo do comportamento da aplicação antecipada ao plantio do milho. A pesquisa envolve quatro épocas de aplicação: 1 julho, 2 agosto, 3 setembro, 4 outubro e testemunha. Em dois anos de avaliação, os resultados estão correspondendo aos objetivos (Tabela 8).
Os resultados indicam que as épocas de aplicação de julho e agosto, 5 e 4 meses antes do plantio, foram as que proporcionam as melhores produtividades. Os níveis de nitrogênio não tiveram influência nas produções em nenhuma das épocas de aplicação do esterco líquido, mostrando que 64 m³ de esterco por hectare supriram as exigências de nitrogênio de plantio e de cobertura da cultura do milho para as produtividades em torno de 6.000 Kg/ha.
Os resultados médios de dois anos mostram que, à medida em que a época de aplicação se aproxima do plantio, as produções médias tendem a decrescer. Este fato vem comprovar o aumento da capacidade em área adubada com um mesmo distribuidor de esterco, tornando-o dessa forma mais econômico para o produtor(Tabela 8 Figura 5 e 5a).
Neste tratamento foram aplicados 64 m³ de esterco por hectare pelo fato de na época de iniciar a pesquisa ter sido a dosagem econômica.
A dosagem econômica está relacionada com a relação de troca de 1 m³/esterco por quantidade correspondente em Kg de milho. Quando essa relação de troca for alta isto é, quando for necessário uma quantidade maior de milho para pagar o esterco, a dosagem econômica será mais baixa. À medida em que relação de troca decrescer a dosagem econômica de esterco/ha tende a aumentar.
Figura 1
Produção de milho por hectare no experimento de níveis de esterco líquido de suínos em aplicação exclusiva e combinada com adubação química (1985, 1986 e 1987).
Figura 2
Produção de milho por hectare no experimento de níveis de esterco líquido de suínos associado à adubação nitrogenada em cobertura (1986 e 1987).
Figura 3
Produção de milho por hectare com aplicação do esterco líquido de suínos em sulco de maneira exclusiva e combinada com adubação química (1987, 1988 e 1989).
Figura 4
Produção de milho por hectare no experimento de efeito residual do esterco líquido de suínos aplicado de forma exclusiva (1987, 1988 e 1989).
Figuras 5 e 5a
Figuras 5 e 5a
Produção de milho por hectare no experimento da aplicação antecipada ao plantio do esterco líquido de suínos associados a níveis de nitrogênio (1988 e 1989). Para se ter uma idéia de quanto representa o custo dos tratamentos, apresentamos as Tabelas 9, 10 e 11, referentes aos Experimentos 1, 3 e 5.
Tabela 9
Incidência de custos sobre o saco de milho produzido pelo experimento (1) de níveis de esterco associado à adubação química. | |||
Tratamentos | Produção Sacos/ha |
Custo US$/Saco |
|
1. | Testemunha | 28 | 4,80 |
2. | Adubação Quimíca (200 Kg 4-30-16 +
200 Kg Sulfato Amônio + 20 Kg Sulfato Zinco) |
59 | 4,60 |
3. | 45 m³ esterco/ha | 86 | 4,10 |
4. | 90 m³ esterco/ha | 107 | 6,59 |
5. | 135 m³ esterco/ha | 123 | 8,60 |
6. | 180 m³ esterco/ha | 127 | 11,12 |
7. | 90 m³ esterco/ha + adub.Química | 114 | 8,60 |
8. | 90 m³ esterco/ha + 1.000 Kg Super Simples |
117 | 10,13 |
9. | 90 m³ esterco/ha não incorporado | 91 | 7,75 |
Tabela 10
Incidência de custo sobre o saco de milho produzido pelo experimento (3) de níveis de esterco aplicado em sulco associado à adubação química. | |||
Tratamentos | Produção Sacos/ha |
Custo US$/Saco |
|
1. | Testemunha | 5 | 23,00 |
2. | Adubação química (200 Kg
4-30-16+200 Kg Sulfato Amônio + 20 kg Sulfato Zinco) |
28 | 9,60 |
3. | 1,5 litro esterco por metro de sulco | 41 | 2,90 |
4. | 3,0 litros esterco por metro de sulco | 63 | 3,70 |
5. | 4,5 litros esterco por metro de sulco | 83 | 4,30 |
6. | 6,0 litros esterco por metro de sulco | 86 | 5,50 |
7. | 1,5 litros esterco por metro de sulco + Adubação Quimíca |
75 | 5,20 |
8. | 1,5 litros esterco por metro de sulco + 200 Kg Super Simples |
45 | 5,00 |
9. | 1,5 litros esterco por metro de sulco + 200 Kg Sulfato Amônio |
45 | 5,00 |
Tabela 11
Incidência de custo da adubação sobre o saco de milho produzindo pelo experimento (5) de épocas de aplicação do esterco associados a níveis de nitrogênio. | ||||
Tratamentos | Produção Saco/ha | Custo US$/Saco | ||
Época E1 | 64 m³/ha + | 0 Kg N | 100 | 5,00 |
(Julho) | 64 m³/ha + | 30 Kg N | 95 | 6,10 |
64 m³/ha + | 60 Kg N | 98 | 6,60 | |
64 m³/ha + | 120 Kg N | 97 | 8,10 | |
Época E2 | 64 m³/ha + | 0 Kg N | 104 | 4,80 |
(Agosto) | 64 m³/ha + | 30 Kg N | 95 | 6,10 |
64 m³/ha + | 60 Kg N | 92 | 7,00 | |
64 m³/ha + | 120 Kg N | 98 | 8,10 | |
Época E3 | 64 m³/ha + | 0 Kg N | 85 | 5,90 |
(Setembro) | 64 m³/ha + | 30 Kg N | 83 | 6,90 |
64 m³/ha + | 60 Kg N | 82 | 7,90 | |
64 m³/ha + | 120 Kg N | 92 | 8,60 | |
Época E4 | 64 m³/ha + | 0 Kg N | 96 | 5,30 |
(Outubro) | 64 m³/ha + | 30 Kg N | 82 | 7,00 |
64 m³/ha + | 60 Kg N | 84 | 7,70 | |
64 m³/ha + | 120 Kg N | 89 | 8,90 | |
Época E5 | Test. m³/ha + | 0 Kg N | 68 | 7,40 |
(Plantio) | Test. m³/ha + | 30 Kg N | 59 | 9,70 |
Test. m³/ha + | 60 Kg N | 65 | 9,90 | |
Test. m³/ha + | 120 Kg N | 68 | 11,60 |
Conclusões e Recomendações
A. Conclusões
A1. As produções dos tratamentos com aplicação de esterco de forma exclusiva e combinada forma sempre superiores às dos tratamentos com adubação mineral somente.
A2. Os níveis de esterco (45 m³, 64 m³, 90 m³ e 135 m³/ha) supriram as exigências de nitrogênio de plantio e de cobertura , da cultura de milho.
A3. As dosagens de esterco líquido com 45 m³, 90 m³ e 135 m³ e 180 m³/ha em condições de solo de cerrado e clima tropical tiveram baixo efeito residual.
A4. O esterco líquido aplicado em sulco de maneira exclusiva mostrou eficiência similar ao da aplicação uniforme, a partir de 4,5 litros por metro de sulco. A combinação de 1,5 litro de esterco por metro de sulco com adubo químico mostrou eficiência similar ao uso exclusivo de 3,0 litros, 4,5 litros e 6,0 litros por metro de sulco.
A5. O esterco de suínos substitui eficiente e economicamente o adubo químico na produção de milho proporcionando maior autonomia alimentar e rentabilidade ao produtor.
A6. As tecnologias desenvolvidas permitem o aproveitamento racional do esterco por qualquer produtor, independente do dimensionamento da criação e do tamanho da propriedade.
B. Recomendações.
B1. Para alcançar produtividade de 5.000 e 6.000 Kg de milho por hectare o produtor deve usar de 45 m³ a 64 m³ de esterco líquido de suínos por hectare, distribuídos uniformemente e incorporados ao solo, de maneira exclusiva; ou combinada de 20 m³ a 30 m³ de esterco com adubação química.
B2. A aplicação de 1,5 litro, 3,0 litros e 4,5 litros de esterco por metro de sulco proporcionam produtividades a ponto de dar autonomia alimentar em milho ao produtor, a partir do 3° ou 4° ano de uso do esterco, sendo recomendado especialmente para o pequeno produtor.
B3. Para aumentar a capacidade de adubação de um equipamento mecanizado de distribuição do esterco em duas a duas meia vezes, as operações de distribuição e incorporação deveram ser iniciadas logo após a colheita do milho estendendo-se até uma a duas semanas antes do plantio.
B4. Para se alcançar maior eficiência produtiva e econômica por m³ de esterco recomenda-se o uso das dosagens mais baixas de 30 a 90 m³/ha no caso da distribuição uniforme; de 1,5 a 4,5 litros na aplicação em sulcos; sempre com maior tempo possível de antecipação ao plantio.
B5. Para combinação de esterco de suínos com adubação química, recomenda-se dosagens não superiores a 30 m³/hectare, em qualquer uma das formas de aplicação.
Obs: Sabemos que uma matriz alojada, em ciclo completo, produz em média 125 litros/dia, de dejetos: (fezes, urina, água gasta na limpeza, e excedente dos bebedouros) que em um ano daria por volta 45.000 litros por matriz logo quantidade suficiente para adubar um hectare, e produzir por volta de 90 sacos de milho por ha/ano, como sabemos que gastaremos por volta de 70 sacos de milho por matriz alojada, tornamo-nos auto-suficientes em milho.